Davi Charles Gomes – O Choque de Cosmovisões

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Identificando os atuais rivais do cristianismo

Apologética é um problema de todo cristão e ninguém pode esquivar-se falando que não é problema seu ou com desculpas esfarrapadas como “Deus não precisa ser defendido”. A verdadeira batalha espiritual é contra inimigos e poderes que se levantam contra o conhecimento do Altíssimo. Uma luta onde buscamos desfazer sofismas, usando armas poderosas para levar essas mentiras à luz, mostrando que Cristo é a verdade. Quando as pessoas ignoram o conflito de cosmovisões, entre Deus e deuses, entre uma visão teo-referente e antropo-referente são como os profetas que dizem “paz, paz; quando não há paz” (Jeremias 6:14).

Neste conflito precisamos de uma apologética mais abrangente, uma apologética de cosmovisão: não basta mais uma apologética que defende pontualmente o cristianismo (Gênesis e genealogia, por exemplo), mas uma que defende sistemicamente, toda cosmovisão cristã.

No final das contas, a batalha pertence ao Senhor! Se não queremos uma mera luta humana, travada entre intelectos, poderes e potestades humanas, é preciso considerar de maneira especial o campo de batalha, contra quem se combate e a natureza do combate.

Campo de batalha

É preciso que examinemos o ensino das outras cosmovisões (complexo de valores e significados) para mostrar a supremacia da cosmovisão cristã. Alguns podem achar isso orgulhoso, mas isso é honestidade intelectual no mundo do debate.

Você habita nos significados que você vê.

Contra quem se combate

Na raiz de toda cosmovisão existe três “modelos” básicos:

  • Teísmo: um universo como significado. Deus cria e pré-interpreta toda criação e nossa atitude deve ser buscar e receber este significado dado por Deus. Na salvação, Deus atribui graciosamente o significado de Cristo sobre o nosso significado.
  • Panteísmo: um universo circular
  • Naturalismo: um universo como tela em branco

Natureza do combate

Há três grandes questões básicas neste conflito de cosmovisões:

  • Ética: valores e propósitos
  • Epistemologia: conhecimento e verdade
  • Metafísica: a realidade das coisas

Jesus tocou nessas três questões: Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. (João 14:6). Jesus afirmou ser o caminho (ética), a verdade (epistemologia) e a vida (metafísica).

O Combate

Como lutaremos? As três faces da Apologética:

  • Defesa (dar a razão, em resposta ao que questiona) – 1 Pe 3:15-1
  • Articulação (apresentação racional da fé visando persuasão) – Atos 17:19-34
  • Desafio (desafiando a incredulidade e vindicando a proposta cristã) – 2 Co 10:4-5

Nosso anseio nesta luta é a persuasão:

E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão! E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias. (Atos 26:28-29)

Nossas armas:

  • Defesa: o ad hominem (critica a pessoa e não somente a preposição)
  • Articulação: razão e coerência
  • Desafio: reductio ad absurdum (mostrar como a cosmovisão do outro é absurda)

No final é preciso que mostremos que a resposta que satisfaz o homem plenamente – a ética, a epistemologia e a metafísica – é uma pessoa: Cristo. O pressuposto cristão abre um gama de significados mais belos e profundos que nenhuma outra cosmovisão trás, neste mundo carente de significados.