Guy Davies – Pregação: Guia para Iniciantes (3/3)

Nesta série de 3 artigos Guy Davies fornece algumas instruções básicas para quem deseja aprender mais sobre pregação – um guia para iniciantes. Ressalta-se que tomamos a liberdade de adaptar o texto com os recursos brasileiros.

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4. Do sermão à pregação

O sermão não é um trabalho de literatura. Não é projetado para ser lido palavra por palavra, mas para possibilitar que você analise e desenvolva sua mensagem. Um sermão escrito irá formar a base da pregação, mas a pregação é mais do que um sermão falado em voz alta. O sermão irá fornecer uma estrutura básica, mas o pregador não deve se limitar a ele. Deve haver um elemento de imprevisibilidade na pregação. O pregador precisará aprender a improvisar dentro da estrutura básica e o fluxo do sermão enquanto interage com a congregação.

Se estiver usando anotações, não enterre sua cabeça nelas do início ao fim. Mantenha contato visual com as pessoas para que possa realmente se comunicar com elas. Se não estiver usando anotações, não seja tentado a economizar a preparação e deixar tudo para o impulso do momento. Pense claramente. Ore fervorosamente. Deixe-se ir.

5. O que evitar

Não experimente e embale coisa demais. Você não tem que despejar todos os resultados de sua preparação nas pessoas. Seja seletivo. Se atenha ao ponto principal.

Não pregue acima daquilo que as pessoas conseguem entender. Lembre-se de que seu trabalho é tornar simples o que é complicado, não o contrário. Explique palavras grandes e conceitos pouco familiares.

Não pregue por muito tempo. Diga o suficiente. É o que se espera.

6. Preparando-nos para pregar

Nossa tarefa é possibilitar que o povo de Deus entenda e sinta a verdade das Escrituras para que possa praticá-la. Para este fim o pregador deve orar, pensar e sentir-se dentro do texto, para que a pregação se torne um vivo desempenho da mensagem. Isso não significa que o pregador “finge” seu sermão. Mas nós devemos refletivamente aplicar o sermão a nós mesmos antes de pregá-lo a outros (1Tim 4:16). A pregação deveria ser uma viva representação do teatro da redenção, onde a Palavra de Deus cristocêntrica é proclamada a seu povo no poder do Espírito.

7. O Espírito Santo e a pregação

A Bíblia enfatiza a importância do trabalho do Espírito em relação à pregação. Paulo testifica: “nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção…” (1 Tessalonicenses 1:5, também 1 Coríntios 2:1-5).

Capacitado pelo Espírito no Pentecoste, Pedro pregou e 3.000 pessoas foram convertidas, batizadas e adicionadas à igreja. O Pentecoste inaugurou uma nova era do Espírito. Como tal, ele foi um evento irreproduzível. Mas ainda havia a necessidade de mais suplementos para capacitar a pregação do evangelho (veja Atos 4:8, 31).

O Espírito Santo dá aos pregadores a clareza de pensamento, a intrepidez oral e uma autorizada enviada dos céus. A igreja de Jerusalém orou: “Agora, Senhor… concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra” (Atos 4:29). Suas orações foram atendidas — “todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus” (Atos 4:31).

A presença da capacitação do Espírito permite que os pregadores proclamem o Senhor Jesus com intrepidez, liberdade e efetividade que transforma vidas. Sua presença torna a pregação um evento onde o Deus do evangelho é encontrado em toda a plenitude de sua graça e poder. Isso é o que torna a pregação “teologia pegando fogo”. Tanto os pregadores quanto o povo devem buscar a Deus para isso e não se contentarem com nada menos.

* De uma palestra dada em uma Oficina de Pregadores, na Zion Baptist Church, Trowbridge.

Por Guy Davies. exiledpreacher.blogspot.com

Tradução e Adaptação: voltemosaoevangelho.com

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