Aprenda como lutar contra as tentações com John Bunyan

Resumo

No capítulo 9, “A bênção e o benefício da aflição”, John Bunyan reflete sobre suas tentações e conclui que duas são as causas da sua tentação: (1) não continuou a orar para o guardar das tentações que viriam (119) e (2) ele havia colocado Deus à prova. A esposa de Bunyan grávida e com muitas dores e ele orou: “Senhor, se tirares esta aflição de minha esposa, e fizer com que ela pare de sofrer esta noite — pois naquele momento ela estava cheia de dores — eu saberei que o Senhor pode discernir os pensamentos mais ocultos”. Deus provou que discernia os pensamentos mais ocultos aliviando a esposa de Bunyan, mas essa realidade de que Deus tudo perscruta lhe acusou quando passou por seu perverso coração “Deixe Cristo ir, se é isso que ele quer!” (120-121). Segundo Bunyan: “Foi isso que ele [Deus] fez comigo, e mereci, pois deveria ter crido em sua Palavra e não ter colocado um ‘se’ perante os olhos onipresentes de Deus.” (121).

Bunyan também reflete sobre os frutos da tentação:

1) “Em primeiro lugar, ela me fez possuir continuamente em minha alma um maravilhoso senso tanto da bênção e da glória de Deus quanto de seu amado Filho.” (121)

2) As Escrituras também eram maravilhosas para mim. Vi que sua verdade era a chave do reino dos céus. Aqueles que as Escrituras favorecem herdam a felicidade, mas aqueles aos quais elas se opõem e condenam perecem para sempre. (121)

3) “Esta tentação me fez entender a natureza das promessas, de um modo como nunca entendera antes; agora, eu tremo sob a poderosa mão de Deus, continuamente lacerado pelo trovejar de sua justiça. Isso me fez, com coração cauteloso e olhos vigilantes, virar cada página da Escritura com grande temor e considerar, com muita diligência e tremor, cada versículo, bem como a sua importância e amplitude naturais.”

4) “Através desta tentação também fui preservado de minha antiga e insensata prática de pôr de lado a palavra da promessa, quando esta vinha à minha mente. Ainda que não pudesse obter da promessa aquele conforto e graça que obtivera outras vezes, eu me agarrava, como um homem prestes a cair, a tudo que visse na promessa. Antes, pensava que não me apropriaria da promessa, se não sentisse o seu conforto, mas agora não era tempo de agir assim; o vingador de sangue me perseguia com muita determinação.” (122)

5) Nunca vi tanta abundância e plenitude de graça, amor e misericórdia como vi depois desta tentação — graça abundante estendida sobre grandes pecados. Onde a culpa é mais terrível e veemente, ali a misericórdia de Deus em Cristo, quando outorgada à alma, se mostra mais sublime e poderosa. Depois que Jó passou pelo seu cativeiro, obteve duas vezes mais o que possuía antes (Jó 42.10). Bendito seja Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor!

Após, Bunyan retrata outras tentações e demonstrações da graça de Deus. Podemos destacar duas ocasiões. Na primeira Bunyan entende que sua justiça está nos céus:

Eu era como alguém despertado de um sono incômodo, de um pesadelo, e ouvi esta sentença celestial como se tivesse falado assim: “Pecador, você pensa que por causa de seus pecados e enfermidades eu não posso salvar sua alma; mas eis que meu Filho está à minha destra, e eu olho para ele, não para você, e lidarei com você conforme o gozo que tenho nele”. Nisso, fui grandemente iluminado em minha mente e entendi que Deus pode justificar um pecador a qualquer momento. Somente por meio do seu olhar para Cristo e do atribuir-nos os benefícios de Cristo, a obra foi realizada imediatamente. (125)

Na segunda, Bunyan nota como Satanás aproveita a fraqueza do nosso corpo para nos tentar:

Em outra ocasião, quando estava muito doente e fraco, o tentador me atacou violentamente — acredito que ele é bastante favorável a atacar uma alma quando esta começa a se aproximar da sepultura. Ele lutava para esconder a minha experiência anterior da bondade de Deus e colocava em minha frente o terror da morte e do juízo de Deus, com tanta intensidade, que nesse tempo, devido ao temor de não entrar no céu, eu morreria. (126)

O que podemos aprender: Lutando contra as tentações

1) Escritura: Você notou que por todas as tentações, o que traz consolo para Bunyan é a Escritura? Em todo momento, ele está citando ou se apegando à Palavra de Deus. Charles Haddon Spurgeon, o batista “príncipe dos pregadores”, que lia O Peregrino uma vez por ano, disse acerca de Bunyan: “Fure-o em qualquer parte; e você verá que o sangue dele é bíblico, a própria essência da Bíblia flui dele. Ele não consegue falar sem citar um texto, pois sua alma está cheia da Palavra de Deus.” Precisamos aprender a combater as tentações com a Escritura. Não foi esse o modelo que nosso Senhor nos deu ao ser tentado pelo Maligno. Você tem se enchido da Palavra? Você tem memorizado versículos?

2) Oração: Jesus nos ensinou a orarmos ao Pai: “não nos deixes entrar/cair em tentação”. Você tem orado por isso? Sério. Você tem orado por isso? Você tem se sentido tentado a pecar (ira, pornografia, masturbação, inveja, mentira, etc.)? Se sim, você tem clamado por ajuda divina? Você tem clamado a Deus pelo “escape” prometido em 1 Coríntios 10.13?

3) Vigiar: Como Bunyan bem repara, o tentador prefere lançar seus dardos quando estamos fracos fisicamente – cansados, doentes, etc. Sabendo que é essa a estratégia do inimigo, precisamos estar atentos e vigiar. Quando estamos cansados achamos que “merecemos” ser recompensados assistindo programas que em vez de nos levar a pensar nas coisas que são de cima, irá nos levar a pensar nas que são da terra (Cl 3.2). Ou achamos que já que estamos cansados, podemos ser rudes com as pessoas próximas de nós. Quando estamos doentes, somos tentados a murmurar contra Deus. Então, vigiem e orem.

Sua vez:

1) O que você aprendeu sobre como reagir às tentações?

2) Alguma outra coisa chamou sua atenção no capítulo 9? Algo que você discordou?

Por: Vinícius Musselman Pimentel © 2014 Voltemos ao Evangelho. Original: Aprenda com John Bunyan como lutar contra as tentações

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