Ulrico Zwínglio: suas reformas e teologia (Partes 1) (Reforma500)

1. A vida de Zwínglio

Zwínglio nasceu em uma família próspera, apenas 7 semanas após o nascimento de Lutero, no dia 1 de janeiro, em Wildhaus, Toggenburg, na parte oriental da Suíça. Ele iniciou os estudos formais em Viena (1500-02) e depois estudou na Universidade de Basileia, onde recebeu seu o título de bacharel em Artes (1504) e de mestre em Artes (1506) (Lutero recebeu os seus em 1502 e 1505, respectivamente).

Zwínglio foi grandemente influenciado pela tradição humanista de Erasmo (um homem com quem Lutero se envolveu em uma amarga disputa teológica).

Erasmo foi responsável por estimular Zwínglio ao estudo do texto original da Escritura. A paixão de Zwínglio pela Palavra, para além das especulações medievais da tradição escolástica, se deve em grande medida à influência de Erasmo. A amizade deles, contudo, foi de curta duração, quando Zwínglio abraçou a teologia protestante, isso o colocou contra o humanista católico.

Zwínglio celebrou a sua primeira missa como sacerdote em 29 de setembro de 1506. Ele se tornou pastor em Glarus e permaneceu lá de 1506 até 1516. Neste período ele escreveu:

“Embora eu fosse jovem, os deveres eclesiásticos me inspiravam mais temor do que alegria, porque eu sabia, e continuava convencido de que teria que prestar contas do sangue da ovelha que perecesse como consequência do meu descuido”.

Embora filosoficamente contrário às forças armadas, ele serviu como capelão quando os recrutas de sua congregação foram para a Itália a serviço dos papas Júlio II e Leão X. Foi enquanto servia como capelão durante a guerra civil em Cappel, que ele foi morto.

2. Zwínglio e a reforma em Zurique

Zwínglio serviu como pastor em Einsiedeln de 1516-1518, onde falou contra o abuso das indulgências (Bernhardin Samson, um monge franciscano de Milão, conhecido como “Tetzel da Suíça”, provocou Zwínglio pela primeira vez em agosto de 1518). Alguns realmente têm sugerido que a reforma começou ali com Zwínglio, em vez de em Wittenberg com Lutero. A conversão de Zwínglio em 1519 foi influenciada tanto pelo livramento milagroso de uma praga quanto pelas suas leituras das primeiras obras de Lutero.

O que provocou a reforma em Zurique? Alguns apontaram para o chamado “Caso das Salsichas”. Durante a Quaresma de 1522, Zwínglio estava na casa de Christoph Froschauer, um tipógrafo que estava trabalhando em uma nova edição das epístolas de Paulo. Froschauer decidiu servir salsichas para os seus trabalhadores cansados ​​e famintos. “A quebra pública do jejum da Quaresma rompia tanto com a piedade medieval quanto com a autoridade eclesiástica e pública. O município de Zurique prendeu Froschauer, mas não Zwínglio, pois ele mesmo não comeu a carne” (Lindberg, 169). Posteriormente, Zwínglio pregou um sermão intitulado “Sobre a Escolha e a Liberdade a Respeito dos Alimentos” (23 de março de 1522), uma mensagem quase certamente influenciada pelo panfleto de Lutero, “Sobre a Liberdade do Homem Cristão”. Nela, Zwínglio argumentou que os cristãos eram livres para jejuar ou não. Embora aparentemente inofensiva em si mesmo, a questão agitou o debate público sobre as tradições católicas medievais e a autoridade da igreja em relação à liberdade do crente individual.

Outro fator que acelerou a reforma em Zurique foi a prática de Zwínglio da pregação expositiva. Ele abandonou o calendário da igreja católica e, em 1º de janeiro de 1519, começou a pregar versículo por versículo através do evangelho de Mateus. Pelos próximos anos, ele expôs o Novo Testamento e despertou nas pessoas uma apreciação pelas verdades simples da salvação somente pela graça mediante a fé somente. Em outras palavras, por essa prática, a bandeira de sola scriptura substituiu a autoridade da igreja Católica Romana.

CONTINUA na Parte 2…

Por: Sam Storms. © Sam Storms. Website: samstorms.com . Traduzido com permissão. Fonte: Zwínglio and Anabaptists (Partes 1 e 2)

 

Original: Ulrico Zwínglio: suas reformas e teologia (Partes 1). © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira.