William Lane Craig – A veracidade da ressurreição de Cristo

Atos 17:31 – A ressurreição é a forma que Deus vindicou a veracidade das afirmações de Cristo.

A resposta de que sabemos que Cristo vive, pois Ele vive em nós é razoável em ambiente pessoal, mas em conversas públicas esse tipo de afirmação não tem mais credibilidade de que qualquer outra religião ou pessoa que afirme ter uma experiência religiosa.

Como o cristianismo está arraigado na história podemos verificar se tais afirmações são verdadeiras. Então, consideremos, por enquanto, os evangelhos como documentos históricos. Há três fatos sobre a morte e ressurreição de Cristo considerados como históricos pela maioria dos acadêmicos.

Fato #1 – Após a crucificação Jesus foi sepultado por um membro do sinédrio chamado José de Arimateia.

Isso significa que tanto judeus como gentios conheciam o local onde Jesus foi sepultado. E isso é importante, pois os apóstolos jamais poderiam falar de ressurreição se o corpo estivesse no local.

Argumentos a favor da historicidade:

  1. O sepultamento de Jesus é confirmado pela antiga tradição citada por Paulo em 1 Co 15, uma tradição bem antiga e muito próxima a morte de Cristo para ser considerada como mito.
  2. O evangelho de Marcos muda dramaticamente em seu estilo no relato da morte de Cristo, mostrando que ele tinha uma fonte mais velha que o próprio evangelho, que é considerado por muitos acadêmicos o evangelho mais antigo.
  3. É altamente improvável que fosse inventado que um membro do sinédrio, que levou Cristo à morte, desse sepultasse a Cristo.
  4. Não existe nenhum outro relato concorrente. Se o relato fosse fictício era de se esperar algum vestígio histórica ou alguma lenda, mas todas as fontes são unânimes em afirmar o honroso funeral por Jose de Arimateia.

Fato #2 – No domingo seguinte a crucificação o túmulo de Jesus foi encontrado vazio por alguma de suas seguidoras.

Argumentos a favor da historicidade:

  1. O túmulo vazio também faz parte do evangelho de Marcos. As histórias da morte e do túmulo vazio são uma unidade gramatical que não de tal forma que não se pode falar que foi acrescentada posteriormente.
  2. A antiga tradição de 1 Co 15 que diz que Cristo ressuscitou implica em um túmulo vazio, principalmente por causa da expressão “no terceiro dia”.
  3. O relato de Marcos é um relato simples, desprovido de extravagâncias e acréscimos presentes em lendas.
  4. O relato de mulheres na época não tinha valor como testemunho na época. Então, a ressurreição ser anunciada por mulheres é considerado algo vergonhoso, sendo um argumento a favor da veracidade do que foi descrito.
  5. As próprias mentiras inventadas pelos judeus na época afirmam que o túmulo estava vazio. A própria reação dos judeus foi uma tentativa de explicar o túmulo vazio. Uma evidência vinda dos próprios inimigos do Cristianismo.

Fato #3 – Em várias ocasiões e circunstãncias, diferentes pessoas e grupos de pessoas afirmaram terem visto aparições de Cristo

Argumentos a favor da historicidade:

  1. A lista de testemunha citada pela tradição de Paulo em 1 Co 15 aponta às aparições.
  2. As diferentes aparições são confirmadas entre os evangelhos (lembre-se que cada evangelho é um livro distinto), um forte indicativo para saber se algo é histórica (fontes independentes atestando os mesmos eventos).
  3. Certas aparições tinham marcas próprias de historicidade, como o irmão de Tiago que não era um crente em Cristo, de acordo com os evangelhos (e não havia nenhum motivo de inventarem isso), mas que virou um mártir pela causa de Cristo. A única explicação possível para essa notável transformação na vida de Tiago é que Cristo apareceu a ele.
  4. Os primeiros discípulos acreditavam que Jesus havia ressuscitado dos mortos, mesmo tendo tudo para não crerem isso: (1) os judeus não tinham nenhuma crença de um Messias morto, mas um Messias que ia expulsar os romanos da Terra Prometida; (2) segundo a lei judaica, a execução de Cristo, pendurado no madeiro, atestava que ele estava sob a maldição de Deus; (3) as crenças judaicas da época sobre vida após a morte não continham nada sobre alguém ressuscitar antes do último dia.

Então, a pergunta passa a ser qual a melhor explicação para (1) o sepulcro vazio, (2) as aparições de Jesus após a morte e (3) o início da convicção dos discípulos na ressurreição de Cristo.


Craig então passou a defender que a ressurreição de Cristo é a melhor explicação para esses três fatos históricos. Você pode ler mais sobre as outras tentativas débeis de explicações naturalistas no livro Em Guarda.