Mauro Meister – O culto vivo a Deus #15CC

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:1-2)

O cristianismo brasileiro de hoje vive de forma geral em um estado de alienação e reducionismo, pois desconhecem a profundidade da Palavra de Deus. Contudo, somos chamado para ter a mente de Cristo.

“O homem de Deus é firme naquilo que faz… e naquilo que não faz”

Fomos chamados para prestar um culto vivo a Deus. Precisamos aprender a viver em novidade de vida; e viver em novidade de vida tem algumas implicações. Uma delas é que temos a obrigação de conhecer profundamente as Escrituras.

Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus,

Todos nós somos devedores da graça de Deus, da divina misericórdia. Porém, dentro da igreja temos muitas pessoas que não entenderam verdadeiramente a doutrina da justificação somente pela fé. Muitos ainda pensam que podem comprar com suas boas obras um pedacinho do céu. Pastor, quando foi a última vez que você pregou sobre o fato de não podermos comprar nossa salvação? É porque pregamos um evangelho capenga, um evangelho que não é o evangelho de Cristo que diz que as pessoas podem comprar algo de Deus, que muitos não têm segurança de sua salvação.

Os primeiros capítulos de Romanos falam sobre o evangelho de Deus e precisamos conhecê-lo. Do capítulo 1 ao 3 fala-se sobre nossa perdição, do 3 ao 5, nossa justificação, do 6 ao 8, nossa santificação (ninguém pode revogar nossa salvação), do 9 ao 11, Israel e eleição. É sobre essas “misericórdias de Deus” que Paulo roga. Do capítulo 12 ao 15, Paulo então passa a falar sobre como viveremos.

No capítulo 11 , Paulo finaliza com uma doxologia. Isso nos mostra que toda boa teologia leva a uma doxologia em plena adoração! Ah, como a igreja carece de boa teologia boa. Ela carece de conhecer a Palavra de Deus. A Palavra de Deus corretamente compreendida leva a adoração. A teologia não é estudada por causa da teologia, mas para se conhecer e amar mais a Deus. Uma boa teologia nos leva a uma adoração plena e bíblica. Uma teologia ruim nos leva a uma falsa adoração que desagrada a Deus. Infelizmente, a igreja de hoje não foca em glorificar a Deus, mas naquilo que pode ganhar/comprar de Deus.

A resposta de Paulo é a antítese do que a igreja evangélica moderna vem fazendo. O evangelho moderno enfatiza que devemos conseguir o máximo que pudermos de Deus e arrancarmos dele todas benesses, todas as bênçãos, tudo o que pudermos. Mas Paulo diz: “Dê tudo a Deus! Entregue-se a Deus”. A verdadeira espiritualidade, o verdadeiro culto, em Espírito e verdade, não se realiza no tirar de Deus, no querer mais dele, mas no entregar-se totalmente a ele!

Relacionamento entre fé e obras

Quando se fala sobre salvação pela graça, sempre surge a questão do relacionamento entre fé e obras. Precisamos entender que a salvação nos vem somente pela graça – a obra é de Cristo! Somos salvos pela fé, confiança, na obra de Cristo e não por qualquer boa obra que façamos. Isso não significa que o cristão não deve praticar boas obras. Tiago afirma que uma fé sem obras é morta. É nas obras que mostramos a realidade de nossa fé. João afirma que se alguém afirma amar a Deus, mas não ama o próximo é mentiroso. É nos relacionamentos que confirmamos a veracidade das obras.

Sendo assim, salvos pela fé, começamos a prestar um culto vivo a Deus. A confiança em Deus nos leva a apresentar o nosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional. O crente precisa ser uma pessoa consciente de sua capacidade de pecar; e, quando pecar, ele precisa vir até Deus almejando oferecer seu corpo não para o pecado, mas para Deus, como um sacrifício vivo. Esse sacrifício não é um sacrifício para sermos salvos. Somos salvos somente pelo sacrifício de Cristo. Esse sacrifício é um sacrifício de santificação que é oferecido com alegria! O cristão não se oferece como sacrifício com tristeza, mas com alegria, pois ele sabe que é um sacrifício oferecido a Deus.

Qual a natureza desse sacrifício?

É um sacrifício de si mesmo, vivo e não morto, santo e agradável.

Nós não oferecemos um sacrifício morto a Deus, mas um sacrifício vivo. Oferecemos um sacrifício santo. O cristão não tem uma divisão entre o sagrado e o secular (na igreja somos uma pessoa e no mundo outra), pois o cristão oferece sacrifício santo em todo e qualquer momento de sua vida, quer no templo, quer no trabalho, quer em casa. Somos pessoas totalmente separadas para Deus. Se você quer adorar a Deus de verdade aqui e agora, essa adoração precisa se estender por todas as áreas de sua vida (relacionamentos, trabalho, estudos, etc.)

Não conformeis com este século, mas deixai-vos transformar pela renovação da vossa mente

Paulo então fala sobre o que não devemos fazer e sobre o que devemos fazer. Não devemos nos moldar aos padrões do mundo, mas devemos ser receptivos a ação divina em renovar a nossa mente e, assim sermos transformados. Precisamos estar em contato com os meios de graça de Deus (Palavra, oração, comunhão dos santos, etc.).

Para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Uma mente transformada produz uma vontade transformada, pela qual nos tornamos desejos, pelo auxílio do Espírito, a deixar nossa própria vontade e nos submeter à vontade de Deus.

Relacionamentos transformados para glória de Deus (12.1-15.13)

Paulo nos capítulos restantes passa a descrever como é a vida transformada por Deus. Ele menciona:

  • Nossa relação com Deus: corpos consagrados e mentes renovadas (12.1-2)
  • Nossa relação com nós mesmos: pensando em nossos dons com moderação (12.8-12)
  • Nossa relação uns com os outros: amor na família de Deus (12.3-8)
  • Nossa relação com os inimigos: não retaliação, mas serviço (12.17-21)
  • Nossa relação com o estado: cidadania consciente (13.1-7)
  • Nossa relação com a lei: a lei se cumpre no amor ao próximo (13.8-10)
  • Nossa relação com tempo: Vivendo entre o “já” e o “ainda não” (13.11-14)
  • Nossa relação com os fracos: aceitar sem desprezar, julgar ou ofender (14.1-15.3)

Se fizermos menos que isso, estaremos apresentando um sacrifício que está aquém do que Deus pediu. Como povo salvo pela graça, Deus requer que, em nossa santificação, apresentemos um sacrifício vivo, santo e agradável a ele.

Por: Mauro Meister. Pregado no dia 10/02/13, na 15ª Consciência Cristã (VINACC). Copyright © 2013 Consciência Cristã. Website: http://www.conscienciacrista.org.br/.

Resumo por: Voltemos Ao Evangelho. Original: Mauro Meister – O culto vivo a Deus #15CC

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