Nove maneiras de proteger seus filhos do abuso sexual

Uma em quatro mulheres e um em seis homens foram ou serão agredidos sexualmente ao longo de suas vidas. Esses números são estarrecedores! As crianças precisam saber sobre as suas partes íntimas. Aqui estão nove maneiras de proteger seus filhos do abuso sexual.

1. Explique ao seu filho ou à sua filha que Deus fez o corpo dele(a).

Veja um exemplo de explicação: “Todas as partes do seu corpo são boas e algumas partes do seu corpo são reservadas”. Uma forma lúdica de explicar isso é contando histórias. O livro “Deus fez tudo em mim” foi escrito como uma ferramenta para você explicar aos seus filhos que Deus fez os corpos deles com o alvo de ajudar seus filhos contra o abuso sexual

2. Ensine os nomes corretos de cada parte privada do corpo.

A princípio, isso pode ser constrangedor, mas use os nomes adequados das partes do corpo. As crianças precisam conhecer os nomes corretos de seus órgãos genitais. Esse conhecimento oferece à criança a linguagem correta para entender seu corpo, para fazer perguntas que precisam ser feitas e para contar algo sobre qualquer comportamento que possa levar ao abuso sexual.

Identifique claramente ao seu filho ou à sua filha quais partes da anatomia deles são privadas. Explique: “Alguns lugares de seu corpo nunca devem ser tocados por outras pessoas — exceto quando você precisar de ajuda no banheiro, quando estiver sendo vestido ou quando vai ao médico”. Você pode fazer isso com crianças menores no horário do banho delas ou pode vestir roupas de banho nelas e mostrar que todas as áreas cobertas por esse tipo de roupa são “particulares”. A analogia da roupa de banho pode enganar um pouco, pois deixa de mencionar que outras partes do corpo podem ser tocadas de modo inapropriado (como boca, pernas, pescoço ou braços), mas é um bom começo para os pequeninos entenderem o conceito de partes íntimas.

3. Convide seu filho ao diálogo

Deixe claro aos seus filhos que eles podem contar a você se qualquer pessoa tocá-los nas partes íntimas ou de uma forma que os leve a se sentir desconfortáveis (até mesmo nas áreas não cobertas pela roupa de banho) — não importa quem é a pessoa ou o que ela diz a eles. Assegure aos seus filhos que eles não ficarão em apuros se revelarem a você que foram tocados de maneira inadequada — pelo contrário, você ficará orgulhoso deles por lhe terem contado e os ajudará nessa situação.

4. Converse sobre toques

Esclareça a adultos e crianças a diferença entre toques que são aceitáveis e toques que são inapropriados. Ao seu filho ou à sua filha, você pode dizer algo assim: “Na maioria das vezes, você gosta de ser abraçado(a), acariciado(a) e beijado(a), e também de receber cócegas, mas outras vezes você não quer e está tudo bem em não querer. Apenas me diga se alguém — um membro da família, um amigo ou qualquer outra pessoa — tocar em você ou conversar de um modo que deixe você constrangido(a)”.

Ensine aos pequeninos como dizer “Pare”, “Acabou” e “Não mais”. Você pode reafirmar isso parando imediatamente quando seu filho/sua filha expressar que não quer mais ser abraçado(a) ou receber cócegas. Sua reação será observada e demonstrará que seu filho/sua filha tem o controle sobre seus corpos e desejos.

Se houver familiares que considerem difícil entender os limites da sua família, você pode explicar que está ajudando seus filhos a compreender as próprias habilidades e dizer não a toques indesejados, o que os ajudará se, algum dia, alguém tentar machucá-los. Por exemplo, se o seu filho não quiser beijar o vovô, permita que ele dê um aperto de mão ou que faça um cumprimento diferente.

5. Não peça ao seu filho para cuidar das suas emoções.

Sem perceber, às vezes pedimos à criança algo assim: “Eu estou triste, você pode me dar um abraço?”. Embora isso possa ter uma intenção inocente, coloca a criança numa posição de se sentir responsável por suas emoções e seu bem-estar: “A mamãe está triste… preciso alegrá-la”. Se alguém quiser abusar de uma criança, pode usar linguagem semelhante para que a criança o “ajude” a se sentir melhor; e a criança pode racionalizar como aceitável se isso é algo que ela faz inocentemente com você.

6. Rejeite a palavra “segredo”.

Explique a diferença entre um segredo e uma surpresa. Surpresas são alegres e geram empolgação, porque, em poucos instantes, algo que traz grande prazer será revelado. Segredos, ao contrário, causam isolamento e exclusão. Quando guardar segredos torna-se algo costumeiro com um indivíduo apenas, as crianças ficam mais suscetíveis ao abuso. Com frequência, os agressores pedem às suas vítimas que guardem coisas como segredos apenas entre eles.

7. Esclareça as regras para brincar de “médico”.

Brincar de médico pode fazer os órgãos do corpo se tornarem um jogo. Se as crianças querem brincar de médico, você pode redirecionar esse jogo sugerindo o uso de bonecas e animais de pelúcia como pacientes em vez de seus próprios corpos. Dessa maneira, eles ainda podem usar os equipamentos médicos, mas para consertar e cuidar dos seus brinquedos. Pode demorar um pouco para eles fazerem essa transição, mas lembre gentilmente a eles que não costumamos fazer joguinhos, como, por exemplo, brincar de médico, com nossos corpos. Se você encontrar seu filho explorando seu próprio corpo com outra criança, lide com a situação calmamente e estabeleça limites claros, dizendo: “Parece que você e seu amigo/sua amiga estão comparando seus corpos. Vistam suas roupas. E lembrem-se de que, mesmo que seja bom tirar as nossas roupas, nós nos mantemos vestidos para brincar”.

8. Identifique em quem confiar

Converse com seus filhos a respeito das pessoas em quem você e eles confiam. Então, dê permissão a eles para conversar com esses adultos confiáveis sempre que se sentirem amedrontados, desconfortáveis ou confusos sobre o comportamento de alguém com eles.

9. Denuncie suspeita de abuso imediatamente.

Após ter lido esses passos, agora considere-se um defensor contra o abuso sexual infantil. Denuncie qualquer coisa que você saiba ou suspeite que possa ser abuso sexual. Se você não fizer isso, é possível que ninguém mais faça.

Artigo adaptado do livro Deus fez tudo em mim, de Justin S. Holcomb e Lindsey A. Holcomb. Publicado pela Editora Fiel.