A questão do sofrimento (Gênesis 3.17)

 

Maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. (Gn 3.17)

 

Ninguém é um estranho relação ao sofrimento. Quer se trate da morte de um ente querido, de um diagnóstico doloroso, de um conflito no trabalho, de um relacionamento arruinado ou de qualquer coisa semelhante, as provações não são exclusivas a uma única pessoa. Ao longo da Escritura, vemos numerosos relatos de sofrimento. À medida que vivemos a vida e lemos nossa Bíblia, torna-se indiscutivelmente evidente que o sofrimento faz parte da existência humana.

Quando aceitamos essa realidade, uma das perguntas mais críticas que nos fazemos é: “Por quê?” Por que as pessoas sofrem? Todas as visões de mundo e religiões oferecem suas tentativas de respostas: “A dor é apenas uma ilusão”. “Não há Deus; a dor não tem sentido.” “A dor está fora do controle de Deus.” “A dor é a retribuição por atos passados em sua vida presente ou anterior.” Todas essas respostas têm algo em comum: não oferecem esperança. Mas o próprio Deus nos oferece uma resposta melhor.

Ele poderia ter impedido Satanás de enganar, ou impedido Adão e Eva de serem enganados, ou até mesmo impedido o sofrimento completamente. Em vez disso, Deus escolheu usar o sofrimento para ensinar aos homens e mulheres o significado do amor voluntário e da obediência genuína, e de sua necessidade de um Salvador. É a nossa própria liberdade que torna possível aprender esta lição. Deus não nos fez para sermos autômatos. Ele queria que o servíssemos com liberdade e amor, não por força ou obrigação. Tragicamente, porém, nessa liberdade, a humanidade escolheu a vida à parte dele — com consequências terríveis. E, sempre que pecamos, mostramos que não somos diferentes de nossos primeiros antepassados.

Deus sabia que homens e mulheres precisavam ser confrontados com a verdade de que a rebelião contra ele é loucura. É por isso que ele os baniu da árvore da vida no Éden (Gn 3.22-24). É por isso que o mundo não funciona mais da forma como foi criado — e nem nosso corpo (vv. 16-19). Como uma criança rebelde percebendo a loucura de sua escolha, voltando de bom grado para casa e valorizando ainda mais sua família, podemos retornar livremente a Deus, ansiando por seu amor. Deus permitiu que o pecado viesse ao mundo em todo o seu horror para podermos sentir as consequências de nossas escolhas e aprender a amá-lo ainda mais, enquanto ele exibe a beleza de seu próprio amor em um mundo de maldade.

S. Lewis notoriamente colocou desta forma: “Deus sussurra para nós em nossos prazeres, fala em nossa consciência, mas grita em nossa dor. É o megafone dele para despertar um mundo surdo.”[1]

Deus não é o autor do mal, mas ele é soberano sobre o mal. Portanto, podemos ter esta esperança: haverá um dia quando Deus acabará com todo o mal. Enquanto isso, ele decide deixar as coisas como estão para que, por meio de nossas provações, possamos nos apegar ao Servo Sofredor como nosso Salvador. Não deixe suas decepções com a vida em um mundo caído persuadi-lo de que Deus não está presente ou não se importa. Em vez disso, deixe-as levá-lo de novo e de novo ao seu Salvador, que promete um dia acabar com tudo o que está errado e que estende diante de você uma eternidade em que tudo está certo.

 

[1] The Problem of Pain (Harper Collins, 2001), p. 91. Publicado no Brasil em português por Thomas Nelson, O problema da dor.


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