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Como podemos ser salvos? – Catecismo Nova Cidade (29/52)
Pergunta 29: Como podemos ser salvos?
Somente pela fé em Jesus Cristo e por sua morte substitutiva e de expiação sobre a cruz. Ainda que sejamos culpados de desobedecer a Deus e sejamos ainda inclinados ao mal, Deus, sem nenhum merecimento nosso, mas somente por pura graça, imputa-nos a perfeita justiça de Cristo quando nos arrependemos e cremos nele.
EFÉSIOS 2.8–9
Porque, pela graça, sois salvos, mediante a fé. Isso não vem de vós, é dom de Deus: não de obras, para que ninguém se glorie.
COMENTÁRIOS
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CHARLES HADDON SPURGEON
Por sermos justificados pela fé, temos paz com Deus. A consciência não mais acusa. O juízo agora decide pelo pecador, e não contra ele. A memória olha para trás, para os pecados passados, com profundo pesar, mas sem medo de qualquer penalidade que venha; Cristo pagou a dívida de seu povo até o último sinal ou til, e teve o recibo divino; a não ser que Deus seja injusto a ponto de exigir pagamento duplo por uma dívida, nenhuma alma pela qual Jesus morreu como substituto poderá ser lançada no inferno. Parece-me um dos princípios de nossa natureza esclarecida crer que Deus seja justo; cremos que deve ser assim, e isso nos dá nosso terror primeiro; mas é maravilhoso ver que, nessa mesma fé de que Deus é justo, ela se torna, enfim, o pilar de nossa confiança e paz! Se Deus é justo, eu, um pecador solitário e sem substituto, tenho de ser castigado; mas Jesus se põe em meu lugar e sofre o castigo por mim. Agora, se Deus é justo, eu, pecador, estando em Cristo, nunca poderei ser punido. Deus teria de mudar sua natureza antes que uma alma pela qual Jesus foi substituído possa sofrer, por qualquer possibilidade, a chibata da lei. Portanto, ao assumir o lugar do crente, Jesus — tendo sofrido plena equivalência da ira divina por tudo que seu povo deveria ter sofrido como resultado do pecado, o crente pode gritar com glorioso triunfo: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?”. Não Deus, pois ele justificou; não Cristo, pois ele morreu, “sim, melhor, ressuscitou”. Minha esperança não existe porque eu não sou pecador, mas porque sou um pecador por quem Cristo morreu; minha confiança não reside no fato de eu ser santo, mas no fato de, mesmo não sendo santo, ele é a minha justiça. Minha fé não repousa sobre quem eu sou, serei ou sinto, ou conheço, mas no que Cristo é, no que ele fez e naquilo que agora faz por mim. Sobre o leão da justiça, a frágil donzela da esperança cavalga como uma rainha.
KEVIN DEYOUNG
Em Atos 16, Paulo e Silas estão presos quando surge um violento terremoto. Os prisioneiros vão fugir, e o carcereiro acorda totalmente desanimando ao ver todos correndo. O carcereiro está prestes a se matar, e Paulo o impede. O carcereiro faz esta pergunta muito célebre: “Senhores, o que devo fazer para ser salvo?” (v. 30). Paulo lhe dá a resposta curta, bíblica, absolutamente bela: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (v. 31).
“O que devo fazer para ser salvo?” Não existe pergunta mais importante nesta vida ou na vida futura. A resposta à nossa pergunta do catecismo nos oferece um maravilhoso resumo do que significa ter fé em Cristo — o tipo de fé que salva — e de como Deus salva pela fé. Esse resumo contém duas palavras-chave. Primeiro, está a palavra inicial: somente. Somente pela fé em Jesus Cristo. Não seria tão controvertido falar sobre fé. As pessoas são ligadas à fé, e a crer em alguma coisa. Mas é somente a fé, não a fé e algo mais. Não é a fé acrescentada a tuas origens, a fé mais a tua família de origem, a fé mais quantas coisas boas consegues realizar em prol da justiça social, ou a fé mais quanto tu oras. É só fé, e é fé em Jesus Cristo — existe um objeto para a tua fé.
Muitas pessoas vão falar sem parar sobre fé e crença, e afirmam: “Eu sou uma pessoa de fé” ou “Precisamos ter fé”. Mas a fé, sozinha, não significa nada. O objeto da fé é que nos salva. Não é ser uma pessoa de forte crença, ser uma pessoa sincera ou ter uma crença mística em coisas espirituais; não é nada disso que nos salva. É a fé em Jesus Cristo. Ele é o objeto da fé que nos salva. A fé é apenas o instrumento. Não é a boa obra única que Deus vê e diz: “Bem, você não tem muito a seu favor, mas tem fé, e eu realmente gosto disso”. Não. A fé é o que nos une a Cristo, para ele, então, nos salvar. É o objeto que importa. Como cresci em uma região fria do país, muitas vezes eu patinava no gelo e jogava hóquei. Eu ia, pé ante pé, no primeiro congelamento do ano, e me indagava: “Será que este gelo é bastante espesso?”. Outra pessoa podia estar zarpando sobre o gelo, patinando com grande liberdade, tendo muita fé no gelo, enquanto eu ia lentamente, com fé suficiente apenas para sair no gelo. Mas o que tornava a ambos seguros? Não era o nível de fé, embora quiséssemos ter a fé intensa que zarpa sobre o gelo por aí, mas a espessura do gelo.
É o objeto sobre o qual estamos de pé que nos salva. E esse, para nós, é Jesus Cristo. Somente a fé nele.
A outra palavra crucial aqui é imputação. É essencial ao evangelho e à fé cristã que a vida de justiça que Cristo viveu seja imputada a nós. Isso quer dizer que ela é considerada nossa. É contada como nossa. É uma espécie de transferência bancária de fundos pela internet. Existe uma diferença entre uma justiça inerente a nós, infundida em nós, uma espécie de justiça que diz: “Olhe só para mim. Eu sou justo. Faço as coisas certas”. Mas não estamos falando disso. Estamos falando da justiça de Cristo que está fora de nós, mas, como fomos unidos a Jesus pela fé, é contada como nossa justiça, para que Deus seja tanto o justo como o justificador dos ímpios.
Esse é o problema em Romanos 3, e é esta a boa-nova do evangelho: que, embora ainda sejamos pecadores, Deus nos justifica. Ele é justo ao fazê-lo, não por balançar uma varinha mágica ou dizer que o pecado não é uma coisa tão grande assim (dando uma piscadinha); é porque pertencemos a Cristo, e sua justiça é a nossa justiça, para que Deus seja justo e nós sejamos justificados.
ORAÇÃO
Pai Misericordioso, renunciamos ao nosso orgulho e a toda pretensão de autojustiça, e nos achegamos a ti em arrependimento e fé. Confiamos que tua morte nos dá a vida. Louvamos-te pelo dom da salvação. Amém.
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