O momento de escolha (Hebreus 11.24-25)

 

Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado. (Hb 11.24-25)

 

Não podemos ser amigos do mundo e amigos de Deus ao mesmo tempo (Tg 4.4). Aqueles que tentam percorrer esse caminho do meio descobrem, mais cedo ou mais tarde, quão vazio e fútil ele realmente é: torna-nos, nas palavras de Kris Kristofferson, “uma contradição ambulante”.[1]

Como filho adotivo da filha de Faraó, Moisés desfrutava de status social, conforto físico e riqueza material. Como israelita, fora do recinto do estabelecimento do Faraó, havia para ele apenas obscuridade, empobrecimento e escravidão. Moisés sabia que permanecer nas cortes do Faraó tornaria sua vida muito melhor de todas as maneiras mundanas. Ele poderia ter argumentado que isso também o capacitaria a exercer uma influência em favor do povo de Deus que nunca seria possível caso se unisse a eles.

Mas Moisés não ficou na família de Faraó. Em vez disso, ele renunciou aos privilégios da cidadania egípcia e se identificou com um grupo humilde, desprezado e oprimido de pessoas que não tinham direitos políticos. Por quê? Por que alguém desistiria de tanto para abraçar tão pouco?

A resposta é que Moisés percebeu que não poderia se identificar com o povo de Deus e os egípcios simultaneamente. Ele percebeu que era um escravo com seu povo ou um vendido na corte do Faraó. Ele não podia dizer que era um israelita que acreditava no Deus de seus antepassados e também vivia como um egípcio.

Moisés escolheu o mau tratamento e a desgraça, como se lê, “por causa de Cristo” (Hb 11.26 NAA) — por causa daquele da descendência de Eva e da família de Abraão que cumpriria todas as promessas de Deus a eles (Gn 3.16; 12.1-3). Seu cálculo foi o mesmo que foi feito mais de um milênio depois pelo apóstolo Paulo, o qual tinha exatamente o tipo “certo” de formação — a educação, a sofisticação, a herança —, mas disse: “considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fp 3.8).

Moisés tomou uma decisão radical — o tipo de decisão radical que alguns de nós talvez precisemos tomar. Talvez sua formação seja relativamente semelhante à de Moisés; você cresceu com todas as suas necessidades materiais sendo atendidas e com grandes perspectivas no mundo. Quem quer que sejamos e de onde quer que tenhamos vindo, porém, todos enfrentamos o momento da escolha que Moisés fez. Viveremos como amigos do mundo ou de Deus? Não há meio-termo. Hoje, você vai viver de acordo com os padrões do mundo, rir das piadas do mundo, empregar as metodologias do mundo e adotar as prioridades do mundo? Ou você vai se posicionar com Jesus Cristo, ir absolutamente contra o fluxo, pregar suas cores no mastro e confessar por palavra e por ação que ele é o Senhor? Talvez hoje seja o dia em que, pela primeira vez, ou pela primeira vez em muito tempo, você precise viver “pela fé” e tomar essa decisão radical.

 

[1] “The Pilgrim, Chapter 33” (1971).


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