Um blog do Ministério Fiel
Por vezes os pastores se julgam ocupados demais para se aprofundar na Palavra. Nessa perspectiva, 1 Tessalonicenses 2.7-8 é um texto a que deve ser prestada máxima atenção. Pastorear é muito mais que desempenhar funções, é compartilhar a vida com a congregação. Paulo diz algo interessante: é preciso ter muita convicção do desejo de ser pastor.
As principais ansiedades dos pastores antes de iniciarem seus ministérios são: o medo de não saber pastorear; o medo de ensinar coisas erradas, uma vez que é muito fácil desviar-se do caminho correto; ser medíocre e tornar-se refém da igreja; passar por mudanças teológicas, principalmente ao se conhecer a fé reformada.
Além disso, jovens pastores geralmente passam pelas seguintes dificuldades: não ter tempo para atender a igreja; lidar com pessoas e como aplicar ao coração delas a palavra pregada no púlpito; não ter presbíteros para lhes ajudar; e até saber o rumo correto, mas não conseguir colocá-lo em prática, seja quais forem os motivos.
Contudo, pastores recém-formados devem se lembrar de quem não são seus inimigos. Primeiro, pouca experiência não é problema. Da mesma forma, poucos recursos também não são, nem poucas pessoas. O tempo também não é seu inimigo. E, acima de tudo, sua família não é um empecilho.
Então quem são os seus inimigos? Dentre eles, podemos citar: falta de maturidade, falta de empenho (o famoso empurrar com a barriga), falta de liderança, falta de treinamento adequado, modelo errado de governo da igreja (carregar a igreja nas costas), querer mudar o mundo sozinho e esquecer que liderar é servir. Ministério significa serviço.
Eis aqui alguns alertas para aqueles que almejam o pastorado.
- As pessoas o evitarão — só porque você é o pastor. Pelos mais diversos motivos, talvez por má interpretação, mas acontecerá.
- As pessoas vão esperar que você esteja sempre disponível.
- O empenho pode trazer recompensas, mas pode sacrificar você e sua família. Faz parte do ministério observar como sua família está.
- Você terá que liderar pessoas. As pessoas esperam que você lhes diga para onde ir, pois você conhece as Escrituras e esperam sua orientação com base na Palavra.
- Pessoas deixarão a sua igreja, e você vai achar que é pessoal.
- Você vai comparar seu ministério e sua igreja com outros — e sempre vai sair perdendo.
- Ataques de dentro da igreja sempre serão piores e mais dolorosos do que os de fora dela.
- Seus mentores não virão a você. É seu dever correr atrás deles caso não os tenha disponíveis em sua igreja para aprender com a experiência deles.
- Você vai lutar contra o pessimismo, a amargura e, talvez, depressão. O ministério da vida real é muito diferente do que se vê na internet.
- Cuidado para não crer que seu sucesso é medido pelo número de pessoas que você consegue reunir. Ser proativo não é termômetro do sucesso de um ministério diante de Deus.
- Você nunca será bom o bastante. Alguém sempre o criticará. Não se espante quando isso acontecer, pois você realmente não é bom o suficiente. A obra de Deus, sim, é a suficiente.
- Sua família será profundamente impactada por seu ministério — para melhor ou para pior.
- Sem um curso de seminário, provavelmente você será considerado inferior. Apesar de não ser essencial, é muito importante.
- Dinheiro pode ser um problema, principalmente no início.
- Talvez você tenha de mudar de cidade várias vezes.
- Quando você muda de igreja, você deixa mais que um simples trabalho para trás.
- Batalha espiritual é uma realidade. Não a batalha como se imagina popularmente, mas não subestime o diabo e suas artimanhas. Seja um homem de oração.
- Você pensará em desistir muitas vezes.
- O pastoreio é uma das coisas mais difíceis que você fará (1Tm 3.1). A excelência da tarefa vai exigir a sua vida.
- Sempre vai valer a pena! Ver os frutos do trabalho e vidas sendo mudadas é recompensador.
Portanto, conforme você segue essa jornada, aprenda com o passado, prepare o futuro e se empenhe no presente. Deus abençoe você.