Conferência Nacional Atos 29 Brasil – 2013: Primeiro Dia

Primeira palestra

Doutrina que persevera – Luiz Sayão

Luiz Sayão deu inicio à conferência Atos29 2013 falando da necessidade de uma doutrina que persevera e isso pode acontecer de duas maneiras; buscando uma contextualização sem que se perca a essência das verdades do evangelho, e também uma reflexão e cuidado sobre o que é fundamental às verdades bíblicas e um entendimento correto sobre o que é secundário na caminhada cristã, tal como particularidades eclesiásticas e denominacionais.

Uma solução para isso,  no entendimento do perseverar na implantação de igrejas a longo prazo é compreensão do papel do pastor, que é a de ensinar, de ser mestre (Efésios 4:11), quando o pastor não se atem a busca de coisas secundárias e almeja ensinar com fidelidade às Escrituras, tal busca fornece à igreja uma proteção contra diversos males que advém de uma falta do ensino perseverante das verdades bíblicas. Em Tito 1.9-16 podemos ver o que a falta do ensino bíblico pode resultar em doutrinas falsas, controvérsias, inutilidades, legalismo, prejuízo familiar, crendices e ingenuidade.

Uma segunda questão levantada em sua palestra foi o desprezo pela doutrina e teologia, em que muitos dão uma ênfase na praticidade. Somando os argumentos que geralmente são levantados pelos opositores à teologia e a doutrina, são estes:

  • A teologia atrapalha a fé (Pietismo).
  • A teologia não é “bíblica” (biblicismo).
  • A teologia é irrelevante (Ceticismo)
  • A teologia invade o Mistério de Deus (Misticismo).
  • O teólogo perde a fé (Agnosticismo)
  • A teologia impede a atuação do Espírito Santo.
  • A teologia divide o corpo de Cristo.

O ensino da doutrina nos traz discernimento, nos ajudando a ver o que é importante e também o que é secundário, e podemos detectar sete problemas que rondam a igreja brasileira por causa da falta de discernimento:

  • O problema do impacto judaizante: Igrejas buscando uma identificação com as práticas da religião israelita.
  • O problema da teologia relacional, ou teísmo aberto: A ideia de que Deus entrar na história para estar próximo de nós, Ele abriu mão de sua soberania, ele passa participar conosco da construção da história. O principal papel de Deus junto ao sofrimento humano é chorar com a gente. Essa ideia representa um desequilíbrio teológico.
  • O problema do Liberalismo Teológico: É a ideia de que a Escrituras e a experiência da fé são explicadas somente à luz da racionalidade. Negação das verdades da fé, do poder e milagres de Deus.
  • O problema do Tradicionalismo: A ideia da repetição do passado de maneira irrefletida, a negação da contextualização.
  • O problema do Misticismo: A busca intensa de uma experiência religiosa que pareça fazer sentido às dores da vida.
  • O problema do Pragmatismo: Trocar o que está certo pelo o que dá certo.
  • O problema do Fundamentalismo: Legalismo – Neste ponto ele citou como exemplo de tal fundamentalismo legalista o pastor Terry Jones da Flórida por atear fogo em vários exemplares do Alcorão.

Entendemos que a doutrina nos ajuda mantermos o equilíbrio e a sensatez na vida cristão, contribuindo, assim, na perseverança em meio a plantação de igrejas a longo prazo.

Segunda palestra

Perseverando no ministério num contexto cultural sempre em mudança – Luiz Sayão

Sayão começou sua segunda palestra definindo o que é “contexto cultural”, e expôs que a questão não são as novidades, pois antigamente se pensava que tudo o que era novo, era o sinal do anti-cristo: televisão, computadores, cartões de crédito, etc. Sempre que houve uma grande inovação tecnológica que afetasse o dia-a-dia do cristão, era visto como o “sinal da besta”. E isso não vem de hoje e nem apenas do contexto cristão, pois há um pensamento de origem Aristotélica que diz que quanto mais estático o pensamento, quanto menos mudança se tem, mas próximo da verdade ele está. O ser humano tende a valorizar o que não muda.

Contudo, temos de ter o cuidado de não sermos reféns de nossa experiência pessoal, não sobrepondo a nós mesmos sobre os outros. Jesus confunde as pessoas se relacionando com pessoas com quem uma pessoa “piedosa” da época não se relacionaria. Devemos nos esforçar para entender o povo que está à nossa volta. Entender suas mazelas, seu contexto, seu dia-a-dia, para que entreguemos a mensagem fielmente de uma maneira que ela entenda.

Qualquer assunto ligado à fé faz sucesso, pois não se consegue esconder essa necessidade que tem o coração, vide A Cabana.

Nada nesse mundo tem mais impacto do que o Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo. A mensagem é impactante, mas é necessário que ela seja pregada de uma maneira que a pessoa entenda. A mensagem tem que ser clara, pois ela é a única coisa que move o coração da pessoa em direção a Deus.

A realidade do contexto cultural em mudança, que envolve humildemente deixar seus próprios preconceitos tentando entender a realidade alheia, é que todas as pessoas estão buscando um jeito de defender seu próprio bem estar. De repente surge um cristão, e essa pessoa resolve amar. A igreja, o povo de Deus, vai fazer a diferença em todas as circunstâncias de mudança, quando mostrar que é capaz de amar as pessoas no contexto em que elas estão.

Muito discurso pode ter seu impacto; muita teologia pode ter seu valor; mas o que vai fazer a diferença é os cristãos abrirem mão de seu conforto e seguirem o exemplo de Jesus.

Contextualização não se trata de apresentar uma mensagem que seja agradável, mas de apresentar a verdadeira mensagem de maneira compreensível para a cultura a que se dirige, amando sacrificialmente por amor a Cristo.

 

Terceira palestra

Missão que persevera – Steve Timmis

Steve Timmis conduziu uma bela exposição da perseverança missionária do apostolo Paulo. Ele expôs como Paulo ao escrever à igreja de Filipos estava incentivo aos irmãos e também dando testemunho de como a seu cárcere estava contribuindo para o avanço do Evangelho (Fp 1:12-26).

Perseverança é vital para a obra missionária. Missões são cheias de decepções. Missões são uma questão de linha de frente em batalha espiritual. Missão é invadir o território inimigo afim de resgatar prisioneiros, portanto não devemos nos surpreender quando encontrarmos oposição e por isso devemos perseverar.

A chave para a perseverança em missões é concentrar-se em Cristo, centralize a sua vida em Cristo, não centralize sua vida em você mesmo, ou no ministério, no seu nome, ou suas metas ministeriais, foque-se em Cristo, porque é tudo sobre ele.

Podemos ver isso na vida de Paulo, quando ele escreve aos Filipenses. A atitude de Paulo a despeito do seu aprisionamento é somente de se regozijar em Cristo, por causa do resultado que estava trazendo ao evangelho.

Paulo em seu ministério passou por inúmeras dificuldades descritas tanto em II Co 11:21-33 como em Fp 1:12-17, mas nada disso o demoveu de sua busca pela glória de Deus no serviço de missões. Aprendemos com Paulo que quando Cristo se torna o seu tudo, quando tu se resume na pessoa de Cristo e não em você, na glória dele e não no seu bem estar, na alegria de ver pessoa vindo e conhecendo a Cristo e não se o seu nome tem estado entre os mais populares dos nossos dias, desta forma você persevera. Somente com o nosso foco na pessoa de Cristo é que podemos perseverar,

Por que Paulo se sentia tão satisfeito em centralizar o seu ministério em Cristo? É porque todas as suas afeições estavam centradas em Cristo. Ele diz “segundo a minha ardente expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, como sempre, também agora, será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte.” Fp 1:20 – Quando não é um fim, mas apenas um meio para o fim, a saber, a glória de Cristo, podemos com ousadia perseveramos em meio as dificuldades.

O que torna a perseverança tão difícil pra nós é valorização e o alvo das nossas afeições em qualquer outra coisa ao invés de Cristo. Quando as coisas que valorizamos são ameaçadas, nós facilmente desanimamos e não nos encontramos em condições de perseverar, mais uma vez fica a ênfase que Steve deu em imitarmos a paixão missionária de Paulo em focalizar todas as coisas em Cristo.

 

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