Conferência Nacional Atos29 Brasil – 2013: Segundo dia

Primeira palestra

Um evangelho que persevera – Augustus Nicodemus Lopes

Nesta manhã tivemos uma exposição do sexto capítulo da carta aos Hebreus, onde foi tratado o tema da apostasia. A apostasia, esta traição às verdades bíblicas antes seguidas é a antítese da perseverança.

Um evangelho que persevera, nada mais é uma pessoa que persevera nas verdades do Evangelho, porque o Evangelho garante que haveremos de perseverar. Isso serve de medida para com exatidão distinguir os que realmente foram salvos pelo Evangelho, daqueles que não se renderam ao Evangelho.

A exortação. Hb 6:1-3

O autor aos Hebreus nos três primeiros versos aponta o propósito da vida cristã, a saber, “deixemo-nos levar para o que é perfeito” Hb 6:1 – Alguns dos endereçados estavam flertando com a ideia de voltarem ao judaísmo e tendo isso em mente o autor trás essa exortação, afim de que os seus leitores progridam na vida cristã, e para isso se faz necessário o por “de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo” Hb 6:1.

Ele cita uma série de coisas que são consideradas como princípios básicos da fé: O “arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, o ensino de batismos e da imposição de mãos, da ressurreição dos mortos e do juízo eterno.” Hb 6:2

E aqui vemos a tensão entre a nossa responsabilidade (versos 1 e 2) e a soberania de Deus (verso 3) – “Isso faremos se Deus permitir” Hb 6:3

O perigo da apostasia. Hb 6:4-6

Neste trecho vemos que é possível uma pessoa ter uma experiência religiosa muito profunda sem que ela seja realmente convertida ou salva. Vemos isso no verso 6 e 5, em suma a pessoa desfruta de certa luz dada por Deus, participa do dom celestial (uma alusão á ceia do Senhor), provam da ação do Espirito Santo em suas vidas e da Palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, temos uma analogia desta verdade em Números 13, quando os doze espias são enviados à terra prometida, eles contemplam a terra, andam na terra, respiram o ar, trazem frutos da terra, e na hora de subirem para possuí-la ela dez deles retrocedem, enquanto dois permanecem confiantes do sucesso que houve de ter na conquista da terra, desta forma é vista a apostasia.

Quando é dito no verso 6, “e caíram” é a mesma atitude dos dez incrédulos, que não quiseram subir para conquistar a terra, para estas pessoas fica impossível coloca-las novamente em uma posição de arrependimento, não resta mais nada a fazer, pois depois de desfrutarem das alegrias e bênçãos do Evangelho, terminam retrocedendo, confirmando o estado de incredulidade do qual nunca saíram.

A Ilustração. Hb 6:7-8

Claramente uma alusão à parábola do bom semeador, em que temos um solo que produz bom fruto e neste caso seria a perseverança na fé em Cristo (Hb 6:7), mas quando produz espinhos e abrolhos apontando para o estado infrutífero da pessoa, tal pessoa “é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimado” Hb 6:8

Conclusão. Hb 6:9

“Quanto a vós outros”, ou seja, o que eu disse antes eu sei que não se aplica a vocês, de vocês eu espero coisas melhores, o autor diz que “estamos persuadidos”, porque estamos caminhando para o que é perfeito, Deus tem nos persuadido com as verdades do evangelho, Deus tem firmado os seus filhos sobre a rocha das verdades do Evangelho em Cristo de tal forma que o estes nunca darão as costas para Cristo.

Perseverança é a permanência na doutrina, na fé em Cristo até que Ele venha.

Segunda palestra

Comunidade que persevera – Steve Timmis

Steve continuou a sua exposição sobre o ardor missionário de Paulo, querendo enfatizar o quanto Paulo em sua teologia e prática estavam centradas em Cristo. No anseio de que a igreja de Filipos pudesse ver o quanto que aquela situação (suas cadeias em Cristo) estava contribuindo para o progresso do Evangelho.

Uma outra verdade ressalta por Steve foi a de que missões e a comunidade não são entidades separadas e distantes, elas pertencem de maneira inseparável uma a outra. Para Paulo a missão é comunitária, e a comunidade é missionária. Se queremos perseverar na atividade missionária e na edificação da comunidade local, é necessário que mantenhamos unidas esses dois lados da vida cristã.

Uma comunidade que persevera, é uma comunidade que conhece a sua identidade. Em Fp 1.27-30 podemos ver que como cidadãos do Evangelho nós devemos viver de maneira digna do Evangelho. Antes de nos valermos de qualquer status ou posição terrena, muito mais valioso é a nossa posição diante de Deus em Cristo.

Este viver de modo digno que Paulo chama os cristãos a viver, nada mais é do que a expressão prática das verdades do evangelho na vida dos filhos de Deus. E essa expressão do Evangelho faz com que comunidade ande em unidade, Paulo expressa isso da seguinte maneira: “Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica;” Fp 1:27 – Como cidadãos do Evangelho, temos a responsabilidade de demonstrar o Evangelho, expositivamente através das nossas vidas.

Uma comunidade que persevera, é aquela que se dedica e se empenha na edificação do próximo, Paulo trata essa verdade em Fp 2:1-4, em que a igreja deve ser marcada pela unidade e a busca da edificação e solidificação de cada membro do corpo de Cristo.

Portanto, devemos cuidar de não sermos egoístas em nossa interação com a comunidade. Muitos de nós escolhemos a nossa igreja baseados em nossos próprios interesses. Queremos uma igreja que louve da maneira que eu gosto, que contenha pessoas do meu nível social (quer pobre ou rico), que pensem como eu penso, o egocentrismo é um grande obstáculo a ser vencido afim de que uma comunidade persevere em unidade.

A marca de uma comunidade que persevera é a humildade, o colocar-se debaixo, a consideração de que eu sou inferior ao meu próximo, de que eu sou o que sou e tenho o que tenho não para mim mesmo somente, mas principalmente para o beneficio do meu próximo em Cristo.

Quando Cristo se torna o centro, passamos a colocar os valores nos lugares certos, e isso faz com que deixemos de nos colocar em primeiro lugar como uma forma demonstrar “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” Fp 2:5 e assim como Cristo podemos amar incondicionalmente.

Terceira palestra

A plantação de igreja que persevera – Ricardo Agreste

Ricardo Agreste com muita propriedade nos trouxe uma palavra oportuna para nos levar a repensarmos a nossa atitude em relação à implantação de igrejas. Por que será que alguns projetos de plantação de igreja não perseveram? Por que será que alguns projetos de plantação em nosso contexto brasileiro não tem dado certo?

Em 1Co. 3:11-14 somos informados que Jesus é o alicerce, o evangelho anunciado e consumado na obra de Cristo, e que o nosso ministério deve ser construído sobre este alicerce. Muitos falham constroem sobre outro alicerce que não Cristo. A coisa mais estúpida a fazer à beira da eternidade é trabalhar muito para a gente mesmo, e não para Cristo.

Por que projetos de plantação de igrejas falham?

Fatores invisíveis: São aqueles fatores que estão ligados ao interior da pessoa, e que não podemos sondar como Deus sonda os corações, e por isso devemos fazer esta auto analise.

1 – Uma Motivação Equivocada: Uma motivação errada pode contribuir para a falta de perseverança na plantação de igreja. Quando a motiva não é a glória de Deus, o avanço do reino de Deus, e sim qualquer outra motivação ligado ao ego pessoal, isso contribui para que o projeto não siga adiante.

Pergunte-se: Por que eu quero plantar uma nova igreja? Qual é a razão? Pra quem eu quero fazer isso, e com quem quero fazer isso?

2 – Uma Confiança Depositada de uma maneira errada: Uma confiança equivocada faz com que projetos não avancem, há aqueles que confiam em sua visão ministerial, ou confiam nas suas próprias competências e habilidades, a confiança em metodologias, ao invés de confiar no Evangelho e no Deus do Evangelho. E principalmente a confiança nas parcerias financeiras, achando que basta ter os recursos financeiros que automaticamente é garantida a implantação da igreja.

Pergunte-se: Onde você líder, pastor, missionário, obreiro, servo e serva tem colocado a sua confiança?

3 – A Falta de Integridade. Não perseveram por falta de integridade do plantador: a) problema de integridade espiritual. Começa a falar ao povo de um Deus do qual ele não se relaciona mais. B) problema de integridade familiar. C) problema de integridade financeira. Muitos obreiros estão sucumbindo na autoridade espiritual nesta área, por darem um péssimo testemunho, com endividamento e nome sujo na praça. D) problema com a integridade no uso do tempo.

Fatores visíveis: São aqueles fatores que são externamente notados.

1 – Falta de Suporte (espiritual, estratégico e financeiro) – assim como uma criança nasce de uma mulher grávida, da mesma forma uma igreja nasce de uma igreja mãe. Obreiro que não tem um suporte espiritual, não conta com o apoio espiritual de um mentor, nem um suporte de planejamento estratégico e financeiro pode causar com que o projeto de implantação não vá avante.

2 – Falta de Processo – Pessoas que querem plantar igreja do seu jeito, da sua forma, no seu esquema. Não se submetem a um treinamento e capacitação teológica e missionária para a implantação de igreja, querem tudo da forma mais rápida e prática possível.

3 – O Plantador – Falham na liderança: Não conseguem transmistir a sua visão individual para igreja, não trabalham a visão missionária na vida da comunidade. B) Não mudam de estilo: Há aqueles que lideram como Moisés, fazendo tudo, trazendo toda a responsabilidade sobre, concentrando em si mesmos todas as coisas da igreja, e não mudam para o estilo Jetro (distribuição de responsabilidade).

4 – Pregação – São ralos, e irrelevantes em seus sermões, desprovidos do Evangelho, sem o interesse o auxilio do Espírito Santo na proclamação das verdades de Deus. Isso faz com que não haja perseverança na plantação de uma igreja.

Que nunca percamos de vista a tremenda necessidade que temos da graça de Deus.

 

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