Reformando o namoro na faculdade por meio do discipulado

Durante meu primeiro ano na Texas A&M University, comecei a seguir Jesus. Eu era louco por garotas desde a segunda série, então estava ansioso para entender como um cristão deveria pensar e buscar relacionamentos.

Enquanto alguns de meus colegas me incentivavam por meio de seus conselhos ou exemplo, a maioria dos outros universitários – mesmo aqueles que professavam seguir a Cristo – abordava o namoro da mesma forma como todo mundo no campus. Como um cristão relativamente novo, isso foi desencorajador – e confuso.

Felizmente, conheci alguns homens mais velhos em minha igreja local que me discipularam fielmente antes e durante meu namoro com minha esposa. Mas minha experiência era incomum na época e, quinze anos depois, ainda é incomum para a maioria dos universitários. A experiência me ensinou que a maioria dos homens mais velhos da igreja falha em envolver os universitários no discipulado, deixando os jovens crentes a descobrir muitas coisas da vida – incluindo namoro – por conta própria.

Mas não tem que ser assim. Os homens mais velhos da igreja podem ajudar os universitários a desenvolver uma abordagem do namoro que honre a Deus, incentivando-os a imitar exemplos piedosos, abraçando valores bíblicos e envolvendo a igreja.

Imitar exemplos piedosos

Primeiro, devemos incentivar os universitários a imitar exemplos piedosos. Paulo escreveu: “Sede meus imitadores, assim como também eu sou de Cristo”. (1Co 11.1). O apóstolo Pedro exorta os presbíteros nas igrejas locais a serem “modelos para o rebanho” (1Pe 5.3).

Ao examinar as qualificações para os presbíteros em 1Tm 3 e Tt 1, uma das primeiras coisas que você notará é como elas são comuns. Eles são notavelmente comuns. E esse é exatamente o ponto. Os presbíteros devem ser exemplos do rebanho, modelando a lealdade comum aos outros.

Muitos universitários se concentram apenas no tipo de mulher com quem desejam namorar e se casar, e não consideram como devem crescer para se tornarem em homens com quem valha a pena namorar e se casar. Felizmente, Deus nos deu instruções claras sobre quais qualidades devemos encorajá-los a buscar. Eles devem aspirar a ser:

“… irrepreensível, … sóbrio, modesto, hospitaleiro, … não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento”; (1Tm 3.2,3)

Com nosso incentivo, os universitários podem aspirar mais do que ganhar o campeonato interclasses ou vencer no Call of Duty. Eles podem aspirar a piedade, sobre a qual Paulo ensina que “para tudo é proveitosa” (1Tm 4.8). E, ao aspirarem a piedade, se tornarão o tipo de homem os quais teremos o maior prazer em liderar nas nossas igrejas – e em que namorem nossas irmãs em Cristo mais novas.

Paulo disse aos presbíteros efésios: “Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós…” (At 20.18). Para os universitários imitarem exemplos piedosos, eles precisam ser capazes de observar nosso modo de vida.

Discipulado não significa adicionar mais reuniões à sua agenda já ocupada. Talvez seja melhor convidar um estudante universitário para jantar e observar o culto em família. Talvez ele obtenha mais conhecimento – e habilidades para a vida – ao trabalhar ao seu lado enquanto você reconstrói uma seção da sua cerca no fim de semana.

Dizem que tendemos a replicar o que observamos. Se for esse o caso, a melhor coisa que podemos fazer pelos homens da faculdade é dar-lhes exemplos piedosos para imitar, convidando-os para nossas vidas comuns.

Abraçar valores bíblicos

Segundo, devemos incentivar os universitários a adotarem os valores bíblicos.

No século XXI, muitos universitários têm aproximadamente os mesmos critérios para uma namorada que o resto do mundo. Eles estão procurando alguém fisicamente atraente que compartilhe seus interesses e tenha uma personalidade agradável.

Essas são qualidades boas e até desejáveis ​​em uma namorada em potencial. O problema é que não há nada distintamente cristão nelas, e colocar essas qualidades (cristãs) no topo da lista é muito importante para as demais.

Veja a beleza, por exemplo. Nossa cultura idolatra a aparência física, mas Pedro ordena às mulheres,

“Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranquilo, que é de grande valor diante de Deus”. (1Pe 3.3-4)

O problema é que os universitários não tornaram muito fácil para as universitárias priorizarem “o homem interior do coração”. Os universitários comunicam, através de seus comentários públicos e dependência particular de pornografia, que a beleza física é mais valiosa do que cultivar ” um espírito manso e tranquilo”.

A mulher descrita em Provérbios 31.10–31 tem muitas qualidades desejáveis. Ela é capaz, trabalhadora e sábia. Mas sua maior qualidade é o temor do Senhor. Provérbios 1.7 nos ensina que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Esse temor é demonstrado no culto pessoal e corporativo, no amor pela igreja local e no amor pelos perdidos.

Devemos incentivar os universitários a valorizar as mulheres cujo temor do Senhor é evidente em suas palavras e ações. E devemos desafiá-los a se arrependerem de sua luxúria – não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. (para emprestar a linguagem de João). Concordar que o uso de pornografia é pecador é diferente de tomar medidas proativas para tirar da sua vida qualquer indício de imoralidade sexual.

Sermões, livros e artigos (como este) podem ser recursos úteis, mas somente pessoas (como você) podem ajudar estudantes universitários a se arrependerem dos valores mundanos e a abraçar os valores de Deus por meio de conversas e orações.

Envolver a igreja

Terceiro e, finalmente, devemos incentivar os universitários a envolver a igreja antes e durante o processo de namoro.

Foi minha observação (e minha própria experiência pessoal) que os universitários tendem a abordar o processo de namoro como guardas solitários. Muitos estudantes notam uma mulher, começam a passar um tempo com ela, oram sobre namorar com ela e a convidam para sair – tudo antes de dizer uma palavra a qualquer homem mais velho da igreja.

Em Hebreus 13.17, Deus nos ordena: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. (itálico meu).

Deixe-me esclarecer: os universitários têm a liberdade de agir por iniciativa própria e convidar uma mulher para sair. Mas a questão não é liberdade; a questão é sabedoria. É sábio que um universitário entre em um namoro sem antes procurar aconselhamento daqueles que cuidam de suas almas? Eu acho que não.

No entanto, isso não é algo que a maioria dos universitários já tenha aprendido, especialmente aqueles que não cresceram em uma igreja local saudável. A única maneira que eles conhecem de como namorar é como guardas solitários.

Por isso, prestamos um ótimo serviço aos universitários, incentivando-os a namorar no contexto da comunidade. Isso não significa que todo relacionamento de namoro deve ser “aprovado” pelos líderes da igreja ou que toda interação entre dois estudantes universitários precisa ser acompanhada. Mas isso significa que os universitários não devem permitir que seus relacionamentos os levem a negligenciar a reunião com a igreja local para adoração e serviço (Hb 10.25). Isso significa que os universitários devem dar boas-vindas à responsabilidade e à ajuda prática para “andar na luz” ao namorarem suas irmãs em Cristo (1Jo 1.7).

Namorar no contexto da comunidade talvez seja a exortação mais radical que eu poderia sugerir, dada a natureza individualista de nossa cultura. Mas se acreditamos que o envolvimento em uma igreja local saudável é o plano principal de Deus para o discipulado, devemos incentivar os universitários a envolver a igreja antes e durante o processo de namoro.

Por: Allen Duty. © 9Marks. Website: 9marks.org. Traduzido com permissão. Fonte: Reforming College Dating through Discipleship.

Original: Reformando o namoro na faculdade por meio do discipulado. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco.