Um blog do Ministério Fiel
Sola Fide – Série 5 Solas (3/5)
A reforma protestante teve como base 5 princípios, conhecidos como os 5 solas. Nessa série nós estudaremos o significado de cada um deles. Seguiremos hoje com o “Sola Fide”, ou “Somente a Fé”:
Em 1647, um grupo de pastores e teólogos reformados reunidos na Abadia de Westminster, em Londres, elaborou um conjunto de documentos que hoje conhecemos como os Padrões de Westminster, que incluem a Confissão de Fé, o Catecismo Maior e o Breve Catecismo. Os teólogos procuraram sistematizar o ensino reformado a fim de criar uma igreja Reformada unificada nas Ilhas Britânicas. Na pergunta e resposta 33 do Breve Catecismo, eles resumem um dos principais pilares da tradição reformada:
O que é a justificação? Justificação é um ato da livre graça de Deus, através da qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante de si, somente pela justiça de Cristo a nós imputada e recebida pela fé somente.
Incluída nesta breve declaração está a ideia de que os pecadores são justificados sola fide – somente pela fé. Mas o que significa sola fide? Antes de mergulhar em seu significado, um pouco de contexto histórico é essencial para entender a sua importância. Uma pessoa só pode apreciar verdadeiramente uma luz brilhante contra o pano de fundo da escuridão.
Um Pano de Fundo das Trevas
Quando Martinho Lutero pregou suas Noventa e Cinco Teses na porta da Igreja do Castelo em Wittenberg, em 1517, demorou algum tempo para que as implicações da sua ação reverberassem ao longo da história. O fruto de seu trabalho emergiu em algumas confissões luteranas e reformadas, as quais afirmaram que os pecadores são declarados justos aos olhos de Deus, não com base em suas próprias boas obras, mas somente pela fé, somente em Cristo e pela graça de Deus somente – sola fide, solus Christus esola gratia. A Igreja Católica Romana foi compelida a responder, e o fez no famoso Concílio de Trento, quando realizou uma série de pronunciamentos sobre a doutrina da justificação em sua sexta sessão, em 13 de janeiro de 1547.
Dentre os muitos pontos que Roma apresentou, vários deles reivindicações-chave, os principais foram: (1) que os pecadores são justificados pelo seu batismo, (2) que a justificação é pela fé em Cristo e pelas boas obras de uma pessoa, (3) que os pecadores não são justificados unicamente pela justiça imputada de Jesus Cristo, e (4) que uma pessoa pode perder sua posição de justificação…
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