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John White – Conversões Abortivas: Culpa Nossa ou de Satanás? (3/3)
As técnicas se tornam imorais quando, consciente ou inconscientemente, nós as utilizamos para manusear a vontade, as emoções ou a consciência de outrem.
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Existência honesta
Ora, para que a luz do crente brilhe, nada é mais importante do que a honestidade. Temos de ser honestos perante os incrédulos. De fato, essa honestidade, por si mesma, constitui noventa por cento do testemunho. O testemunho não consiste em levantar uma fachada cristã com o propósito de convencer possíveis clientes. Testemunhar é ser honesto, é ser veraz quanto ao que Deus nos fez, tanto em nosso falar como em nossa conduta diária.
Tal honestidade exigirá que você fale a respeito de Cristo aos incrédulos com quem estiver conversando. O fato de que, no passado, você teve de criar oportunidades para falar sobre assuntos espirituais comprova que, no subconsciente, você estava evitando as oportunidades que lhe eram constantemente apresentadas.
Todos nós ocultamos a nossa verdadeira personalidade por trás de uma fachada. Para preservarmos a imagem que criamos é necessário que falemos e nos comportemos de determinada maneira. Nossa conversa é designada a criar certa impressão nas pessoas com quem falamos, a fim de que edifiquemos ou preservemos a nossa própria imagem, que desejamos vender. Ora, para muitos de nós, o “testemunho” significa adicionar determinadas características cristãs a essa imagem.
O verdadeiro testemunho, por outro lado, consiste em abandonar a fachada por trás da qual nos escondemos, e não em modificar tal fachada. Viver por trás de uma fachada é o mesmo que ocultar a lâmpada debaixo de um balde. E a falsidade é opaca em relação à luz divina.
Ora, se você é honesto, ao menos parcialmente (a honestidade total é rara e difícil), na conversa que tiver com o incrédulo, descobrirá que é extremamente difícil não falar sobre coisas pertencentes ao cristianismo bíblico. Você diz que é difícil testemunhar? Eu lhe asseguro, porém, que com um pouco de honestidade é quase impossível não testemunhar.
Ignorância honesta
Ora, a honestidade também exige que admitamos não saber tudo. Um bom vendedor jamais fica sem resposta. Mas você não foi chamado para ser um vendedor, e sim uma testemunha. E isto significa que você deve ser franco a respeito do que sabe e do que tem experimentado.
Você está esperando até que tenha todas as respostas, antes de começar a testemunhar? Não o faça. De todos os modos, busque meios de responder às questões, mas não adie seu testemunho até que obtenha todas as respostas. Esteja preparado para dizer que não sabe isto ou aquilo. Ninguém ficará surpreendido. Deus não depende dos poderes de argumentação dos crentes.
Há algum tempo, estudantes do Instituto Bíblico Moody tiveram uma reunião na Universidade de Chicago. Durante o período de debate, foram apresentadas algumas perguntas difíceis. Os estudantes do Instituto Moody tiveram o bom-senso de admitir que não podiam responder certas inquirições. A honestidade deles fazia parte integral do seu testemunho.
E isto cumpriu o seu propósito. Um membro do corpo docente da Universidade de Chicago expressou publicamente seu interesse por ouvir mais. Afirmou que, pela primeira vez, havia encontrado crentes que admitiam não saber tudo. Ele afirmou que isto, ao invés de diminuir sua confiança neles, na realidade, despertou-a.
Avaliação honesta
A honestidade também exige que reconheçamos nossos fracassos. Fracassar é algo ruim, mas enganar a respeito do fracasso é muito pior. O fim nunca justifica os meios.
Não quero dizer com isto que a honestidade consiste em extravasar os nossos piores instintos. Afirmo, porém, que admitir a própria indignação é melhor do que fingir não estarmos indignados. Também afirmo que admitir o fracasso, em nossa vida cristã, ao invés de ser prejudicial ao nosso testemunho, pode até constituir uma parte dele. Nossa própria honestidade é um testemunho. É mister grande graça e coragem espiritual para admitir o fracasso. Somente o homem que não se preocupa consigo mesmo, nem com sua imagem pública, tendo em vista exclusivamente o seu Senhor, será capaz disso.
O pecado e o fracasso não expõem Cristo ao opróbrio? É verdade. No entanto, o opróbrio não é removido quando encobrimos o pecado. É evidente que ninguém pode cuidar deste problema, enquanto não for suficientemente honesto consigo mesmo e, quando necessário, com seus semelhantes no que diz respeito a este assunto.
Não espere até ser perfeito para testemunhar de Cristo. O testemunho envolve a franqueza em todas as ocasiões, inclusive agora. Jamais encubra uma fraqueza sua com a finalidade de testemunhar. O que o mundo espera ver não é um crente perfeito, e sim o milagre da graça de Deus agindo em um crente fraco e imperfeito.
Muitos crentes de nossos dias têm a trágica e errônea idéia de que desempenham um papel extremamente importante na conversão de um pecador. Devemos exortar o pecador, não porque nossa exortação seja capaz de salvá-lo, e sim porque não podemos agir de outra maneira. Fazendo isto, seremos autênticos em relação ao que o Espírito Santo está fazendo em nós. O Espírito Santo é Aquele que verdadeiramente tem a incumbência de cuidar de uma alma recém-nascida. Desempenhar o papel dEle é perigoso, imoral e blasfemo.
Acredito que, no evangelismo moderno, tanto público como pessoal, estamos trocando nosso direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Julgamos estar seguindo o Espírito Santo, quando, na realidade, estamos seguindo apenas uma psicologia barata. Não estamos apresentando uma Pessoa, e sim promovendo um símbolo. Fomos chamados à glória e à honra de sermos testemunhas do Senhor da História e do Redentor da humanidade, porém temos apenas produzido confusão por meio de todas as nossas técnicas que visam “obter decisões”.
É tempo de abandonarmos nossos enganos blasfemos, permitindo que nossa luz brilhe diante dos homens, a fim de que glorifiquem nosso Pai, que está no céu.
Por: John White. © Editora Fiel | editorafiel.com.br