Um blog do Ministério Fiel
J. C. Ryle – Unidade Cristão (e VINACC)
Não tem como escapar. Apesar de ótimas palestras e pregações, uma das coisas mais marcantes na Consciência Cristã (VINACC) é a consciência da unidade cristã. Todos preletores afirmam isso e, depois de participar do evento, concordo totalmente. Em uma das palestras de Franklin Ferreira, vimos a importância do credo apostólico como confissão unanime da cristandade, que somos todos partes da santa Igreja católica (católica não é sinônimo de Católica Romana, mas a palavra significa global, universal, ok?) e que alguns são denominados batistas, outros presbiterianos, outros congregacionais, outros assembleianos e aí vai.
Conversei com vários irmãos denominados pentecostais no evento. Rimos de nossas diferenças. Descobrimos que tem “pentecostais que pensam e reformados que sentem” (rs). É impressionante quando você está face a face com um irmão de carne e osso, ele deixa de ser um apenas um acervo de doutrinas que você discorda, mas um irmão que você ama, afinal Cristo ama a Igreja e deu sua vida por ela. Qualquer cristão que não ama a Igreja e os membros do Corpo como Ele amou está desonrando o Deus Filho.
Nesse espírito, segue um texto de J. C. Ryle sobre unidade cristã, extraído do livro Meditações no Evangelho de Marcos.
Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios. Então, convocando-os Jesus, lhes disse, por meio de parábolas: Como pode Satanás expelir a Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode subsistir, mas perece. Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa. Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno. Isto, porque diziam: Está possesso de um espírito imundo. (Mc 3:22-30)
Devemos observar, em primeiro lugar, quão grave é a malignidade das dissensões e das divisões. Essa é uma lição fortemente salientada no começo da resposta de nosso Senhor aos escribas. Jesus mostrou o absurdo da suposição de que Ssanás viria “expelir a Satanás”, ajudando, dessa forma, a derrubar o seu próprio reino. Ele apelou para o fato notório, que até os seus adversários tiveram de admitir, que não pode haver força onde há divisão: “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não pode subsistir”.
Essa verdade, entretanto, não tem receido suficiente consideração. Em nenhum outro ponto, o abus do direito de interpretação individual tem produzido tão grandes males. As divisões existentes entre os cristãos são uma das grandes causas da debilidade da igreja.
Elas com frequências absorvem energia, tempo e poder, que poderia ser melhor empregados em atividades mais importantes. Tais divisões fornecem aos incrédulos excelentes argumentos contra a veracidade do cristianismo. Elas ajudam o diabo. Na verdade, Satanás é o principal promotor das divisões religiosas. Visto que ele é incapaz de extinguir o cristianismo, esforça-se por fazer os crentes contenderem uns contra os outros e levantarem as mãos contra seus irmãos. Ninguém sabe, melhor odo que Satanás, que “dividir é conquistar”.
Tanto quanto depender de nós, resolvamos evitar diferenças, dissensões e disputas no campo religioso. Sintamos aversão e abominação por essas divisões, como uma praga que assedia as igrejas. Não podemos ser demasiadamente zelosos quanto a cada uma das verdades a respeito da salvação. É muito fácil confundirmos os escrúpulos mórbidos com boa consciência, e o zelo sobre meras ninharias com o zelo em torno das verdades da Bíblia. Coisa alguma justifica o afastar-nos de uma igreja, a não ser o fato dessa igreja ter se desviado para longe do evangelho. Estejamos dispostos a ceder muito, a fazer grandes sacrifícios, pela unidade e concórdia.
Por: J. C. Ryle. Copyright © 1994 Editora Fiel. Extraído do livro Meditações no Evangelho de Marcos. Usado com permissão.
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