Conferência Fiel Jovens 2013 – Resumos

Dos dias 30 de maio a 02 de junho aconteceu a 11ª Conferência Fiel para Jovens com o tema “Eu sou mesmo um cristão?” baseado no livro com o mesmo título de Mike Mckinley, um dos palestrantes da conferência. Veja o resumo das palestras abaixo.

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O que é um cristão? (Mike McKinley)

O que é um cristão? (Mike McKinley)

Para saber se você é um cristão, você deve conhecer a si mesmo e conhecer o que a Bíblia afirma que é um cristão.

O que é um cristão pode parecer uma pergunta simples, mas pense quanto Jesus investiu respondendo isso. Quantas pessoas vieram a Cristo querendo a aprovação dele e quantas vezes Jesus responde o que significa ser um discípulo dele, o que significa ser um cristão. Veja Lucas 14.

Jesus sabia que as pessoas confundiam o que significa ser seu discípulo. Mas não só Jesus, mas os apóstolos também (veja 1 João 3.5-9 – veja quão sério o apóstolo João é nesses versículos).

4 Perguntas sobre “O que é um cristão?”:

Por que está pergunta é importante?

1)      A sua salvação depende da resposta para essa pergunta (Mateus 25.31-33, 41).

2)      É possível que você esteja errado em sua resposta (Mateus 7. 21-23). Você pode ter feito uma oração aceitando Jesus e não ter confiado nele de verdade. No último dia, haverá pessoas que acham que estão bem com Deus, mas que irão para o inferno.

O que é um cristão?

Significa um seguidor de Cristo. A primeira vez que aparece é em Atos 11, provavelmente com conotações pejorativas, mas que

Um cristão é alguém que recebeu o novo nascimento como um dom gratuito de Deus. Poderíamos pensar em várias outras categorias, como adoção (o cristão é um filho de Deus) ou justificação (um cristão é alguém justificado pela fé), mas hoje vamos pensar em termos de regeneração e novo nascimento. Vejamos João 3.1-15

Jesus diz que Nicodemus precisava começar tudo de novo, um novo nascimento. Nicodemus ficou incomodado com a resposta de Jesus e começou a fazer perguntas.

O cristão recebeu uma nova vida espiritual da parte de Deus.

O que acontece quando você nasce de novo?

O que vemos nas Escrituras é que quando Deus faz o maravilhoso trabalho de regeneração em uma pessoa morta espiritualmente, isso sempre produz resultados (Atos 16.14-18).

O Espírito de Deus não nos vivifica e depois nos deixa, mas cria em nós uma nova fé, novos desejos. O Espírito de deus em nós causa transformação em nossas vidas: nos leva a rejeitar o pecado, arrepender-nos e confiar em Cristo. Tornar-se cristão é uma mudança completa. Não é trocar de time, trocar de perfume. É uma mudança espiritual completa. Se você nasceu de novo, você é uma criatura completamente nova.

Isso não significa que você se torna imediatamente perfeito. A Bíblia é bem realista nesse assunto e deixa claro que a regeneração não tira todo o pecado remanescente do novo coração.

Mas significa que quem nasceu de novo irá começar a viver de forma diferente; começará a produzir os frutos do Espírito: Gálatas 5.22-24.

Como você pode dizer que nasceu de novo?

O novo nascimento não é sempre algo externamente espetacular. Não é sempre a experiência de Paulo na estrada para Damasco. Às vezes, pode ser difícil dizer se aconteceu, mas isso não significa que você não consegue saber se nasceu de novo. Apesar do novo nascimento ser algo invisível, ele se mostra através dos frutos que começam a brotar. Não é se você diz que produz frutos, mas se você dá frutos.

Analise a sua vida. Você vive uma vida dupla, na igreja é cristão e fora é pagão? Você acha que é cristão por ter levantado a mão e aceitado Jesus no coração, mas nunca produziu frutos? Você realmente nasceu de novo? Se você suspeita que não é um cristão de verdade, não desperdice mais um dia sequer: arrependa-se dos seus pecados e confie na salvação de Cristo.

Cuidado Com a Fé Falsificada (Sillas Campos)

Cuidado Com a Fé Falsificada – Lc 23:33-43 (Sillas Campos)

A salvação é somente pela fé, mas Tiago nos alerta da falsa fé, a fé morta. Então, como é a fé salvadora? A fé é algo invisível, mas assim como o amor, talvez não possamos vê-la, mas podemos ver os efeitos que ela traz. Podemos ver isso na vida deste ladrão convertido.

1ª Marca: Inconformidade com o pecado

Ele começa a ver o pecado como Deus vê o pecado e não como o mundo vê. O homem vê o pecado como charme, Deus como câncer.

2ª Marca: Percepção crescente da pessoa de Cristo

O ladrão reconheceu quem Cristo era

3ª Marca: Humildade

O ladrão reconheceu seu pecado, seu crime e se humilhou diante de Cristo.

4ª Marca: Confere visão da impecabilidade de Cristo.

O ladrão reconheceu que Jesus não havia cometido “nenhum mal”.

5ª Marca: Certeza da graça salvadora de Jesus Cristo

O ladrão mesmo ciente de sua culpa e de não ser digno suplica a misericórdia de Cristo.

Você vê essas marcas em sua vida?
A Oração e a Majestade de Deus (Franklin Ferreira)

A Oração e a Majestade de Deus (Franklin Ferreira)

Aprendemos na Bíblia a orar com exemplos de orações como o Pai Nosso e os Salmos.

O Deus, que vem a nós pelas Sagradas Escrituras, nos convida a irmos a Ele através da oração; contudo, Ele não nos abandonou à nossa própria imaginação em nossas orações, mas nos deu um vocabulário nos Salmos e nas demais orações da Bíblia.

“Assim como o negócio dos alfaiates é fazer roupas, e o negócio dos sapateiros é remendar sapatos, o negócio dos cristãos é orar”. – Martinho Lutero

“Ser cristão é orar.” – Karl Barth

Mateus 6 é a resposta às bem-aventuranças que Jesus apresentou anteriormente. Jesus passa a ensinar sobre oração. Ele diz que a oração não deve ser feita para impressionar os outros (6.5), mas deve ser feita em privacidade, no “quarto dos suprimentos” (6.6), direcionada ao Pai, não aos que estão à nossa volta; que ela não deve ser mera repetição (6.7), pois Deus sabe o que vamos orar antes mesmo de pedirmos (6.8).

Depois Jesus apresenta a oração modelo do Pai nosso. Podemos dividir essa oração nas seguintes partes:

Invocação: “Pai nosso, que estás nos céus,

As três primeiras petições: a oração e a majestade de Deus – santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;

As três últimas petições: a oração e nossas reais necessidades – pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal

Doxologia: pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!

Invocação: “Pai nosso, que estás nos céus!”

Os estudiosos da linguagem aramaica afirmam que “Abba” em “Pai nosso” não se refere a uma relação entre um papai e uma criancinha, mas uma expressão de respeito de uma relação madura entre um filho adulto e seu pai. O Pai nosso que está nos céus nos chama para um relacionamento de maturidade. Deus não é em nenhum lugar nas Escrituras tratado de forma infantilizada nas Escrituras. Ele é nosso Pai que está disposto a nos responder, mas Ele é nosso Pai que está nos céus, acima de tudo. Ele não é um paizinho domesticável, mas o Soberano de todo universo.

Esse Pai é “nosso” Pai. Somos chamados a invocar coletivamente nosso Pai.

As três primeiras petições: a oração e a majestade de Deus

Santificado seja o teu nome. O nome de Deus representa quem Ele é. Devemos tratar com reverência o nome de Deus. Toda vez que nos colocamos de joelhos e buscamos que o nome de Deus seja santificado, somos santificados pelo Espírito. Ao orarmos por meio de e com Jesus somos transformados à imagem de Jesus. Almejamos que glórias sejam dadas a Deus pela santificação das nossas vidas.

Como sucede isso? Quando a palavra de Deus é ensinada genuína e puramente, e nós, como filhos de Deus, também vivemos uma vida santa, em conformidade com ela; para isso nos ajuda, querido Pai do céu. Aquele, porém, que ensina e vive de modo diverso do que ensina a palavra de Deus, profana o nome de Deus entre nós; guarda-nos disso, ó Pai celeste! (O Catecismo Menor de Martinho Lutero)

Venha o teu Reino. Jesus trouxe o Reino, mas também nos exorta a orarmos pela vinda do Reino. Nós, cristãos, vivemos entre dois mundos, o Reino que já veio e o Reino que virá. Almejamos que o Cordeiro volte como Leão. Se por um lado não podemos mudar a Deus ou fazer do Deus Soberano nosso devedor através de palavras mágicas como “eu profetizo”, “eu determino”, Deus determinou que a vinda do reino se dê através das nossas orações. Precisamos buscar a vinda do Reino vindouro, pois somos como peregrinos nesta terra.

Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; Não buscamos que Deus faça a nossa vontade, mas buscamos que a vontade dele seja feita em nossas vidas. Lembramos que Jesus orou assim pouco antes de sua crucificação (Mt 26.42). Isso traz um segundo significado de que essa petição tem em vista o cumprimento do plano divino da salvação (cf. At 22.14; Ef 1.3s): “O plano de salvação de Deus, que se desdobra nos grandes eventos da história, inclui plenamente, da mesma forma também, cada indivíduo que ora” (O. Cullmann).

A ideia central

A oração tem seu ponto de partida em Deus, e isso implica uma relação que encontra dependência, realização e alegria profunda na glória, no reino e na salvação que vem de Deus Pai por meio de Jesus Cristo.

4 Aplicações

1) Oramos por meio do Filho, confiando nele – “Deus se tornou nosso Pai, por Cristo” (Catecismo de Heidelberg) “Deus age à medida que oramos; ele santificou seu nome, seu reino vem, sua vontade é feita, ele nos dá nosso pão, ele nos perdoa, ele faz tudo isto antes que nós o peçamos. Nós nos dirigimos àquele que nos escuta antes que nós lhe digamos qualquer coisa” (Karl Barth).

2) A oração verdadeira prioriza a Deus, em sua glória, reino e salvação. Você tem elevado seu coração até Deus e desfrutado da comunhão com Ele antes de fazer seus pedidos?

3) Oramos para que “o reino da graça seja adiantado; que nós e os outros a ele sejamos guiados e nele guardados, e que cedo venha o reino da glória” (Confissão de Westminster). Você tem orado pelo retorno de Cristo, pela vinda do Reino?

4) A oração não muda a Deus, mas nos transforma, transforma aos outros e muda as circunstâncias ao nosso redor. Precisamos perseverar na oração.

Como saber se você realmente não é um cristão? (Mike McKinley)

Como saber se você realmente não é um cristão? (Mike McKinley)

Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; (2Pe 1:10)

É possível que você esteja enganado achando que é um cristão?

5 coisas que a Bíblia nos diz que são evidências confiáveis de que alguém nasceu de novo, 5 coisas que acompanham uma conversão verdadeira:

1) Fé na verdadeira doutrina

Você não é um cristão se você não crer nas doutrinas verdadeiras. Ser um cristão é mais do que gostar de Jesus ou considerá-lo um grande mestre. A fé que nos salva não é uma crença ignorante, mas uma fé baseada em fatos objetivos. A Bíblia nos diz que para sermos salvos precisamos crer que somos pecadores e que merecemos a condenação de Deus, que Cristo é o Deus-Homem que levou nossos pecados na cruz e ressuscitou dos mortos.

Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo. (1Jo 4.2-3)

João diz que se você não afirma a encarnação de Jesus, você não tem o Espírito de Deus. Simples assim. Você não pode escolher no que crer na Bíblia.

Porém, a fé que salva precisa crer nas coisas corretas, mas não só isso. Os demônios creem em Deus, mas não são salvos. A pergunta então é: onde está a sua confiança? Você está confiando plenamente em Cristo e na obra expiatória que ele realizou na cruz?

2) Ódio pelo pecado em sua vida

Se você ama o seu pecado, a Bíblia fala que você não é um cristão:

Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. (1Jo 3.8-9)

João ensina que o cristão não se entrega ao pecado porque ele nasceu de novo.

Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Ef 5.1-5)

Não estou dizendo que um cristão nunca peca ou é tentado, mas a Bíblia afirma que um filho de Deus nunca pode conviver confortavelmente com o pecado. Então, quando estamos em pecado, a Bíblia afirma que o Pai nos disciplina e torna o pecado amargo para nós.

Como você tem reagido ao pecado? Ele o entristece? Você sequer se sente culpado? Se você não se entristece com o pecado, você não pode assumir que a graça de Deus esteja sobre a sua vida e que você é um cristão.

3) Perseverança na fé

Você não é um cristão se não persevera na fé.

Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos. (1Jo 1.19)

João fala que aqueles que abandonam a fé pareciam como um dos nossos, mas não o eram de fato. Embora seja possível que um cristão se desvie, se ele nunca voltar, a Bíblia fala que ele nunca foi de fato um cristão.

Se a única evidência que você tem está no passado ou você é um filho pródigo e precisa voltar para Deus ou você nunca foi um filho de Deus.

4) Amor pelo próximo

A Bíblia diz que os cristãos são pessoas que amam (1) os necessitados (Mt 25:35), (2) uns aos outros (1 Jo 3.11-15 –amor pelas pessoas de uma igreja local), (3) os seus inimigos (Mt 5.43-48).

Nosso amor está baseado no amor divino. Deus ama os pobres, então devemos amar os pobres. Deus ama seus filhos e devemos amar nossos irmãos. Deus ama seus inimigos e devemos amar os nossos inimigos também.

Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. (1Jo 4:8)

5) Livres do amor ao mundo

Você não é um cristão se as coisas deste mundo são mais preciosas do que a Cristo. O dinheiro pode ser útil, mas é perigoso se colocarmos nosso coração nele. Prosperidade material pode ser uma bênção, mas se você a coloca acima de Deus, você é um idólatra.

Você vive para ganhar dinheiro e comprar mais coisas ou você investe seu tempo amando a Deus o próximo? Como você vê seu dinheiro? Onde está sua esperança: nesta vida ou na próxima? Você está entesourando nos céus ou na terra? Você só pode ter um senhor: ou Jesus ou o mundo!

Você tem exibido essas marcas?

A Oração e Nossas Reais Necessidades (Franklin Ferreira)

A Oração e Nossas Reais Necessidades (Franklin Ferreira)

As três últimas petições: a oração e nossas reais necessidades – pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal

Doxologia: pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!

As três últimas petições: a oração e nossas reais necessidades

pão nosso de cada dia dá-nos hoje; (Sustento)

Pão nosso. Há três interpretações básicas: (1) sacramental, em que esse pão se refere ao pão recebido na Santa Ceia; (2) futuro escatológico, simbolizando a vida no reino que virá; (3) súplica pela provisão de Deus das nossas necessidades materiais. Este último ponto de vista é o melhor (cf. Mt 6.19-34).

A palavra traduzida por de cada dia é conhecida somente aqui, sendo entendida como significando o pão “futuro” ou, de forma mais precisa, “diário”, “de hoje” (cf. Ex 16.4s) ou “de amanhã” (cf. Fp 4.6).

Jesus aqui está nos ensinando a pedirmos o nosso alimento diário (e todas as outras demais necessidades), lembrando que Deus é nosso sustentador diário.

Tudo o que pertence ao sustento e às necessidades da vida, como: comida, bebida, vestes, calçado, casa, lar, campos, gado, dinheiro, bens, consorte piedosa, filhos piedosos, empregados bons, superiores piedosos e fiéis, bom governo, bom tempo, paz, saúde, disciplina, honra, leais amigos, vizinhos fiéis e coisas semelhantes. (O Catecismo Menor de Martinho Lutero)

e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; (Perdão)

Somente quem ora por meio de Jesus Cristo reconhece sua real necessidade de ser perdoado. E sendo perdoado por Deus, ele estende perdão àquele que pecou contra ele (Mt 18.33-45)

“Não podemos orar pelo perdão de Deus a não ser que, enquanto oramos, encontremos a nós mesmos na esfera, desejada por ele, de seu perdão. (…) Crer em Deus é crer no Deus que perdoa” (O. Cullmann).

e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal. (Livração)

Cair em tentação. Pode ser traduzido como “nos poupe da tentação” ou “não nos exponhas à tentação” (Mc 14.35s). Deus não é o autor do mal ou das tentações (Mt 4.1-11; 26.41; Tg 1.13-17), mas usa a provação (eventos dolorosos que fazem parte de seu plano), ainda que não permita que sejamos tentados além de nossas forças (1Co 10.13).

Mal. Pode ser “maldade” (livra-nos da maldade diária de nosso mundo), mas pode ser traduzido por “maligno”. A ideia original é “arranca-nos da mandíbula da maldade cotidiana e demoníaca”.

 Enfatiza que aqueles que oram devem confiar somente no Pai somente, e não em si mesmos.

Ideia central

Uma oração que começa com Deus, centrada em sua glória, reino e salvação, é aquela na qual pode-se esperar, com toda a confiança, que todas as necessidades legítimas serão completamente supridas: sustento, perdão e proteção.

Aplicações

1) Precisamos rogar com confiança por “tudo o que pertence ao sustento e às necessidades da vida” (Catecismo menor de Lutero.), recebendo as dádivas concedidas com gratidão.

2) Devemos suplicar que “Deus, por amor de Cristo nos perdoe gratuitamente todos os nossos pecados, (…) porque, pela sua graça, somos habilitados a perdoar de coração ao nosso próximo” (Catecismo de Heidleberg).

3) Precisamos entregar nosso futuro a Deus, quando pedimos que ele nos livre da tentação e das armadilhas do mal/maligno.

Doxologia

pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.

Não se encontra nos manuscritos bíblicos mais antigos, sendo provavelmente um acréscimo litúrgico posterior (cf. Did. 8.2; Inst. III.20.47).

É resposta litúrgica às três primeiras súplicas, fazendo que uma oração de súplica também o seja oração de louvor: “Tudo isso te pedimos, porque tu queres e podes dar-nos todo o bem, pois és nosso rei e tudo está em teu poder. Pedimos-te isso também, para que não o nosso, mas teu santo nome seja eternamente glorificado” (Catecismo de Heidelberg).

Amém!

O assentimento da comunidade que ora.

Você é um Cristão? Quem tem Flores, Dá Flores… (Davi Charles Gomes)

Você é um Cristão? Quem tem Flores, Dá Flores… (Davi Charles Gomes)

“Quem tem flores, dá flores, mas quem não as tem não as pode dar.”

Identificar-se como cristão é ver que estou em movimento, uma questão de contraste. Mas e quando não temos aquela conversão dramática? A sabedoria de Cristo é uma marca que mostra que somos crentes.

Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Pois, onde há inveja e sentimento faccioso, aí há confusão e toda espécie de coisas ruins. A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz. (Tg 3.13-18)

A sabedoria que Tiago descreve se manifesta como afetos em nosso jeito de vida. A sabedoria de Cristo é caracterizada por afetos que transmitem graça.

Tiago passa então a contrastar a sabedoria do mundo com a sabedoria divina. A sabedoria do mundo é o senso comum egoísta do mundo. Tiago derruba essa sabedoria mostrando:

  • Sua origem: terrena, animal e demoníaca. Ela é uma estultice inata, uma concepção da humanidade caída e em última instância diabólica.
  • Seu fruto: ela produz os frutos amargar da confusão e de toda espécie de coisas ruins.
  • Sua característica: inveja e sentimento faccioso. Ela produz sentimentos adversos a Deus e ao próximo. Ela nega a graça.

A sabedoria de Deus possui sua origem do alto. Ela foge o senso-comum; ela vem de fora para dentro e transforma. A sabedoria de Deus vem de fora, transforma nosso coração e gera afetos que frutificam em nossas ações. A sabedoria de Deus se manifesta em preocupação com o meio (mediante condigno proceder) e o fim (obras, mansidão de sabedoria).

Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e nada lhes impropera; e ser-lhe-á concedida. Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. (Tg 1.5-6)

Não peça a sabedoria de Deus porque ela funciona e é menos falida que a do mundo, mas peça crendo que ela é verdade e a única opção, pois todo o resto não é sabedoria. Essa sabedoria, em última instância, é uma pessoa: Cristo. O pedido pela sabedoria de Deus deve estar arraigada no entendimento de quem Cristo é e no que ele dá. A sabedoria sendo manifesta é Cristo em nós.

A sabedoria de Deus se caracteriza por ser:

  • Pura: pureza de propósito, clareza de seus alvos. Ela não se polui com motivações e invenções torpes.
  • Pacífica: ela é ativa e produz reconciliação
  • Indulgente: a sabedoria é gentil
  • Tratável: aberta para o arrazoamento, aberta para a reflexão. Humildade para saber que a nossa sabedoria não põe um ponto final no assunto e segurança em Cristo para entender que podemos também ser corrigidos.
  • Plena de misericórdia e de bons frutos: ela reflete a misericórdia que Cristo estendeu quando veio à terra.
  • Imparcial, sem fingimento: ela olha para as coisas como são e não escolhe baseado em preferências ocultas. Ela não é calculada somente para certos momentos, mas ela é sincera. Profundidade existencial de vida com Cristo.
  • Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.

Se quem tem flores dá flores, como começo a desenvolver uma vida na sabedoria de Deus que desenvolve a graça de Deus? Como desenvolvemos a característica de sermos pessoas que dão flores? É a graça que produz isso; a graça que salva, dá nova vida, santifica.

Como saber se você realmente é um cristão? (Mike McKinley)

Como saber se você realmente é um cristão? (Mike McKinley)

Nenhum cristão é perfeito, mas isso não significa que você não pode ter certeza da sua salvação. A Bíblia nos encoraja a ter certeza da salvação: “Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus.” (1Jo 5.13). Então como cristão pecadores e fracos como nós podemos ter certeza de nossa salvação? Quero sugerir que você deve buscar duas coisas:

O fundamento de nossa segura

A nossa única certeza de salvação é Jesus. Só podermos ter esperança se olharmos para Jesus. Por isso quero que você veja três aspectos que você precisa entender sobre Jesus:

1) Como Jesus era

Durante seu ministério terreno, Jesus demonstrou grande misericórdia para todo tipo de pecador (Lc 4.22; Is 42.3). Algumas pessoas veem Jesus como alguém pronto a condená-los, contudo Isaías diz que sua misericórdia é tão grande que ele não esmagara a cana quebrada. Jesus recebe todo pecador arrependido. Ele convidava o cansado e sobrecarregados (Mt 11.23)

2) O que Jesus fez

Em nós mesmos, não temos confiança para entrarmos na presença de Deus; mas, por causa de Jesus, pelo seu sumo-sacerdócio e sangue, podemos nos achegar a Deus com completa segurança de fé (Hb 10.19-22). Quando nos achegamos a Cristo, ele nos limpa completamente da culpa do pecado.

3) O que Jesus prometeu

O caráter e a obra de Jesus são aplicadas aos pecadores através das promessas que ele fez. Ele prometeu que jamais rejeitaria todos que se achegam a ele (Jo 6.37), que teríamos perdão (1 Jo 1.9) e que nada nos afastaria do seu amor (Rm 8. 38-39). Não devemos fundamentar nossa esperança em nossas obras (Mt 7.22-23), mas nas promessas de Cristo.

4 coisas que devemos procurar

1) Fé em Cristo hoje

Herdamos as promessas ao nos segurarmos pacientemente a fé (Hb 6.11-12; Cl 1.22-23). O cristão genuíno irá perseverar na fé. Então, a pergunta não é se já cremos em Cristo no passado, mas se confiamos nele agora! Sua fé está duvidando, olhe para Cristo e persevere confiando nele.

2) Habitação do Espírito

Um cristão possui o Espírito Santo habitando nele. Um não cristão, não. Um indicador de que o Espírito está em nossas vidas é a crença na doutrina correta (1 Jo 3.23). Outro indicador é o fruto do Espírito (Gl 5). O Espírito também nos leva a chamar a Deus de Pai (Gl 4.6; Rm 8.14-16).

3) Obediência à Palavra de Deus

A presença de pecados não tratados em nossas vidas, devem nos levar a averiguarmos se somos realmente cristãos. Por outro lado, o cristão é alguém que cresce em obediência a Jesus (Jo 14.15). Que trajetória a sua vida está levando? Para obediência ou rebeldia? Um verdadeiro cristão será marcado com um padrão de obediência a Deus.

4) Padrão de Crescimento

Devemos olhar para nossa vida como um todo e não somente para um pequeno momento. Precisamos procurar por padrões e não por momentos específicos. Algumas vezes sentimos que nossa vida espiritual é um ioiô, mas é um ioiô nas mãos de alguém subindo uma escada. Ou seja, de forma geral, mesmo com as variações momentâneas, o cristão cresce ao longo do tempo. O pecado tem se tornado mais amargo para você? Cristo tem se tornado mais doce?

Se você vê essas coisas em sua vida, dê graças a Deus, pois isso é uma obra da graça em sua vida e viva livre da culpa e condenação. Se você não vê essas coisas, agora é o momento para voltar-se para Cristo e arrepender-se do seu pecado.

Você é um Cristão? A Beleza de Cristo em Nós (Davi Charles Gomes)

Você é um Cristão? A Beleza de Cristo em Nós (Davi Charles Gomes)

A beleza de Cristo tem duas manifestações em nossas vidas: (1) quando eu vivo a beleza de Cristo e os outros a veem em mim e (2) quando eu tenho os olhos de Cristo para ver a beleza no mundo.

A mensagem do evangelho diz: sorria, sua situação é bem pior do que você pensa, mas a graça de Cristo é bem maior do que você pode imaginar.

Quando olhamos com os olhos da graça, o mundo se torna iluminado, vemos a luz de Deus na história da redenção.

Números 23.25-30

Balaque e Balaão estão comprometidos com uma postura de achar feiura no povo de Israel. Balaão quer achar feiura no povo de Deus para poder amaldiçoá-los e lucrar com isso. Mas, Deus mostra beleza toda vez que Balaão tenta achar feiura.

Todas as vezes que buscamos somente ver a feiura, achamos que somos mais belos que os outros e que “pimenta nos olhos dos outros é colírio” e não conseguimos ver a beleza óbvia.

Números 24.1-9

Balaão tentando achar por outra perspectiva a feiura do povo, ao voltar seu rosto para o deserto viu o acampamento de Israel que era organizado em torno do tabernáculo, a habitação da presença de Deus. O tabernáculo é sombra de Cristo, que é a presença Emanuel de Deus. Através de Cristo todas as feiuras são colocadas no devido lugar e a beleza de Cristo brilha sobre tudo. A presença de Deus é a ótica que transforma todas as coisas.

Se você é um cristão, a beleza de Cristo será vista em sua vida, pois Ele habita em você. E não só as outras pessoas verão essa beleza, mas você passará a ver a vida através de novos olhos. A nossa visão de nós mesmo é escatologia (aquilo que estamos nos tornando – à bela imagem de Cristo).

Que a beleza de Cristo se veja em mim

Toda sua admirável pureza e amor

Ó Tu, Chama Divina

Todo meu ser refina

Té que a beleza de Cristo se veja em mim

Salvos para servir (Sillas Campos)

Salvos para servir (Sillas Campos)

Se você percebeu que não é convertido

Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. (Jr 29.13)

Busque a Deus da mesma forma que uma pessoa afogando busca por ar. Não busque a Deus de qualquer forma, busque desesperadamente e de todo coração.

Se você percebeu que não é convertido, clame como o cego Bartimeu: “Filho de Davi, tenha misericórdia de mim”.

Se você obteve maior certeza da sua salvação

Depois dele, foi Sangar, filho de Anate, que feriu seiscentos homens dos filisteus com uma aguilhada de bois; e também ele libertou a Israel. (Jz 3:31)

Não somos salvos pelas obras, mas somos salvos para as obras. Se você tem certeza que é salvo, então vá e sirva a sua igreja.

Princípios que aprendemos com Sangar. Aprendemos a servir a Deus:

  • começando onde estamos (pare de dar desculpas para servir, falando que não está preparado),
  • usando o que temos (você tem muito mais que a aguilhada de bois de Sangar),
  • fazendo o que podemos (carregar fardos, resolver problemas, transformar dificuldades em desafios)

Não desista de servir. “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos”. (Gl 6:9) Veja os exemplos dos personagens bíblicos que passaram por tribulações sem nunca desistir! “Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hb 12:3)

Sirva o Senhor com alegria.

Livro "Eu sou mesmo um cristão?"

CFL2013

Conferência Fiel 2013

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