Um blog do Ministério Fiel
Resumo – Conferência Fiel para Pastores e Líderes – O Encanto do Conhecimento de Deus – Heber Campos Jr.
Acompanhe conosco a Conferência Fiel para Pastores e Líderes de 2013! Assista às reprises e leia os resumos das mensagens aqui no blog. Nesse post, veja a mensagem “O Encanto do Conhecimento de Deus”, por Heber Campos Jr.:
Resumo
O Encanto do Conhecimento de Deus
Heber Campos Jr.
Texto: Salmo 139
Quando falo do conhecimento de Deus falo do conhecimento que ele tem de nós e o que nós temos dele. Precisamos conhecer a Deus para que possamos nos conhecer. Deus sabe de coisas a nosso respeito que não temos como saber à parte dele. Não estou falando apenas de conhecimento intelectual, ou teologia, pois muitos conhecem a Escritura, mas não conhecem a Deus nem a si mesmos. Este conhecimento é mais que saber a respeito de Deus. Por exemplo, Jonas conhecia muito bem a respeito de Deus, mas não conhecia a Deus nem se conhecia bem ainda. Ele tenta fugir do Deus que criou o mar, pelo mar. Ele reconhece que ao Senhor pertence a salvação, mas não clama por isto. O conhecimento teológico que ele tem acaba o fazendo mal: ele acha que conhece a Deus, mas não.
Quando um hebreu diz que conhece a sua esposa, ele diz que a ama intimamente. Quando dizemos que conhecemos a Deus, isso significa algo muito precioso. A intimidade do Senhor é para os que o temem. Muitos podem achar que conhecem a Deus, mas falta intimidade com Ele.
O verbo conhecer no hebraico é a palavra-chave deste salmo. Este é um salmo sobre o conhecimento de Deus. Vamos passar rapidamente sobre as três primeiras partes do salmo, e nos demorar um pouco mais na parte final.
Deus é oniciente (v. 1-6)
Deus conhece a Davi profundamente. “Sondar” tem a ideia de ir ao mais profundo, perscrutar o mais interior do salmista. Ele não está dizendo “Deus faz isso”, mas “Deus faz isso comigo”. É algo intimo e individual. Este é um salmo muito pessoal. Existem 50 referências à pessoa de Davi. Ele vai mostrar, também, como é que Deus faz isso. Deus conhece a Davi tanto na vida ativa quando na vida passiva. Deus sabe de todos os momentos da vida de Davi, quer seja internamente ou externamente.
Deus é onipresente (v. 7-12)
Não dá para fugir da presença de Deus. De alguém tentasse fugir dele, para onde iria? Ao tentar expressar tentativas de fuga, Davi conclui que tudo isto fracassaria. Do mais alto ao mais profundo, Deus está lá: “ainda que eu pegasse carona na velocidade da luz, não poderia fugir da presença de Deus”. Não dá para fugir de Deus.
Deus é criador (v. 13-18)
Por que Davi não poderia fugir de Deus? Porque Deus o criou já no lugar mais inicial de sua Vida, seu nascimento. Desde o ventre de sua mãe, Deus já o conhecia e o formou.
A imprecação de Davi (v. 19-24)
Do verso 19 ao 22, nós temos uma imprecação. Entendam, a linguagem de imprecação não é uma linguagem pecaminosa. Jesus cita salmos imprecatórios. O Salvador que não peca usa linguagem imprecatória contra os fariseus de seus dias. E mais, almas remidas, em Apocalipse, oram imprecatoriamente, proferindo linguagem de juízo. A reação do salmista que nos surpreende é também muito instrutiva. Elas representam a justiça retributiva de Deus. Não dá pra ficar silente quando aquele a quem você mais ama é ofendido. Esta parte fala de quem toma o nome de Deus em vão, e Davi abomina os que abominam o Senhor. A linguagem imprecatória representa uma esperança futura quanto ao juízo de Deus.
A linguagem do verso 21 e 22 é bem pesada. O ódio de Davi é profundo e abrangente. O tipo de ira de Davi estava correndo o risco de ser exagerada. Ele percebeu algo que pode facilmente se tornar pecaminoso. A imprecação é surpreendente até Davi. A linha que divide pecado e justiça é muito tênue. Quantas vezes nos levantamos contra coisas injustas – e devemos fazê-lo – mas o fazemos de forma pecaminosa? É por isso que a ira nos mostra tanto sobre quem nós somos, porque, quando explodimos, isto revela o que amamos, derrubando nossas máscaras.
É aqui que eu vejo algo que Davi aprendeu que é fascinante. Davi começa a entender que suas paixões podem ser perigosas. Ele sabe da intensidade de seu pecado e que isto poderia contaminar até as coisas mais santas e os momentos mais profundos de oração. É por isso que ele termina o salmo da maneira como termina. Por mais que ele diga certamente, de forma imprecatória, que os ímpios sejam castigados, ele sabe que sua ira santa pode se contaminar. Ele pede que Deus o sonde e remova qualquer impureza. Davi não fez nada errado, mas ele está consciente que pode falhar. No verso 23, é como se ele dissesse: “Senhor, eu sei que o senhor sonda, mas sonda novamente”. Ele quer que Deus remova qualquer imundice, mesmo as mais secretas e mais ocultas. Ele não confia na própria consciência.
Conclusão: como o conhecimento de Deus é necessário na vida de Pedro
A última recomendação de Pedro, em sua segunda carta, é que cresçamos no conhecimento de Deus. Essa é uma mensagem para quem já conhece a Deus. Foi por causa deste conhecimento que Pedro conseguiu se conhecer melhor.
Quando Jesus estava no barco de Simão, ensinando, manda que Pedro leve o barco para mais fundo e lance as redes. As redes encheram e começaram a se rasgar. Pedro viu tudo aquilo e disse para Jesus: “retira-te de mim, pois sou pecador”. Ver o que Jesus havia feito revelou seu ceticismo e sua incredulidade. Jesus poderia ter dito: “Tá bom!”, mas não fez. Deus trata dos seus filhos.
A segunda ocasião é em famosa. É a conversa que Jesus tem com Pedro depois que nega a Cristo três vezes. Jesus questiona por três vezes se Pedro o ama, e Pedro responde que sim. Na terceira vez que questiona, Pedro se entristece, e responde: “Jesus, tu o sabe de todas as coisas”. Em outras palavras: “Tu me sondas e me conheces”. Jesus trata de Pedro. Jesus trata as pessoas, como eu e você. Olhe para Cristo, e Ele vai tratar de você, como tratou Pedro e tratou Davi. Que nós nunca percamos o encanto pelo Senhor.