Um blog do Ministério Fiel
O Natal anunciado pelos anjos: boas novas de grande alegria (1/3)
Além do Espírito Santo, eles são as personagens mais centrais no drama que conhecemos como a história do Natal; eles são as personagens mais centrais nos relatos que Deus nos deu acerca do nascimento de nosso Senhor Jesus.
O evangelista Mateus nos conta que foi um deles que fez a anunciação do nascimento vindouro a José. O evangelista Lucas nos conta que foi um deles que fez a anunciação do nascimento vindouro a Maria. E Lucas, novamente, nos conta que foi uma multidão deles que fez a anunciação do nascimento aos pastores.
Eu estou falando, é claro, dos anjos. O papel deles no drama do Natal tem sido imortalizado, na prática, por nossos compositores de hinos. Pense nos hinos que cantaremos nesta época do ano: “Surgem anjos proclamando”, etc.
A julgar pelo que dizem os compositores, os anjos tinham muito a dizer acerca do Natal e, biblicamente falando, aqueles compositores estão certos. Você pode não ter percebido, mas é principalmente por meio dos anjos – sim, dos anjos – que nós aprendemos a significância do nascimento de Jesus. Mas por que nós deveríamos nos importar com o que esses seres dizem acerca do nascimento de Jesus? O que há neles que os tornam fontes confiáveis a serem ouvidas? De modo simples, foram eles que vieram da própria presença de Deus nos céus e, com anunciações de nascimento semelhantes àquelas dos césares, foram eles que declararam a nós na terra tudo o que nos importa saber sobre o Natal, sobre o nascimento de Jesus.
Então, pergunte a si mesmo: eu aprendi e estou recordado do que esses mensageiros celestiais me disseram acerca de Jesus e de seu nascimento? E, havendo aprendido e estando recordado do que essas anunciações de nascimento dizem, eu compartilho da alegria deles no nascimento de Jesus?
O que as anunciações do nascimento nos evangelhos nos ensinam acerca do “Natal segundo os anjos”? Os evangelistas registram para nós quatro ideias chaves que desejamos explorar nesta série em três partes.
Nesta primeira parte, foquemos no fato de que as anunciações do nascimento feitas pelos anjos traziam “boa-nova de grande alegria” (Lucas 2.10). Mas quem precisa de “boas novas de grande alegria”? Ora, aqueles que veem a si mesmos vilipendiados e humilhados pelo pecado, pelo sofrimento e pela morte – estes precisam de boas novas de grande alegria. Aqueles que estão feridos de morte pelo mundo, pela carne e pelo diabo – estes precisam de boas novas de grande alegria. Você conhece alguém nessa condição? É claro que sim.
O evangelista Mateus também conhecia. De todos os lugares, ele encontrou um número deles na genealogia do próprio Jesus. Por exemplo, o evangelista nos lembra de que entre os ancestrais de Jesus (por adoção, é claro) estava Judá. Você se lembra dele: foi aquele que convenceu seus irmãos a venderem o seu irmão José como escravo e que também é conhecido na Escritura como alguém conivente e promíscuo. Havia também uma mulher chamada Tamar na linhagem de Jesus. Ela foi a nora canaanita de Judá, que, por causa da negligência de Judá, tomou a desesperada medida de se expor como prostituta para se tornar a mãe de dois filhos de Judá, tudo isso para salvar da extinção a linhagem da qual o Messias haveria de vir.
Mateus também encontrou na genealogia de Jesus uma mulher chamada Raabe. Sim, aquela Raabe, a prostituta canaanita que creu no Deus de Abraão e foi salva por Josué e seus espias da destruição de Jericó. Até mesmo Rute, a viúva moabita da vergonhosa descendência do incestuoso Ló, estava na linhagem de Jesus. E ali também estava o Rei Davi, que se tornou o pai de Salomão ao cometer adultério e ser cúmplice de homicídio, o qual, ao fim de sua vida, assistiu ao colapso de seu reino e a desintegração de sua família. Próximo ao fim da genealogia de Jesus, Mateus realça até mesmo Jeconias e seus irmãos. Você me diz que não se lembra deles. Não é de surpreender: eles suportaram a infâmia de serem a última família real de Judá antes do exílio, capturados e levados como prisioneiros por Nabucodonosor.
Você vê, mesmo à medida que o evangelista revisitava a genealogia de Jesus, ele via muitos que precisavam ouvir boas novas de grande alegria. Os ancestrais (adotivos) de Jesus eram trapaceiros e usurpadores, meretrizes, filhas de incesto e adúlteros, exilados e prisioneiros: todos eles estavam feridos pelo pecado e pela morte. Mesmo na genealogia de Jesus não havia muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento. Mas esse é justamente o ponto das anunciações de nascimento feitas pelos anjos. É para pecadores como esses que os anjos trazem boas novas de grande alegria.
Fala-se de modo apropriado que as boas novas são boas novas apenas para aqueles que conhecem sua má condição. Então, novamente, eu pergunto: você conhece alguém que precisa de boas novas? Você e eu deveríamos conhecer pelo menos uma pessoa nessa condição, pelo menos uma pessoa a quem o pecado, o sofrimento e a morte vilipendiaram e humilharam: essa pessoa se chama “Eu”, “Eu mesmo”.
As anunciações de nascimento feitas pelos anjos trouxeram boas novas de grande alegria para aqueles que veem a si mesmos como filhos e filhas do pecado e da morte. Se nós haveremos de nos juntar aos anjos em alegria pelo nascimento de Jesus, nós precisamos ter ouvidos para ouvir o que o Espírito disse por meio deles.
O Natal anunciado pelos anjos
Leia as três partes desta série:
O Natal anunciado pelos anjos: boas novas de grande alegria (1/3)
O Natal anunciado pelos anjos: todo o povo (2/3)
O Natal anunciado pelos anjos: glória a Deus e paz aos homens (3/3)