Um blog do Ministério Fiel
O Natal anunciado pelos anjos: todo o povo (2/3)
Na primeira parte desta série, nós aprendemos que as anunciações do nascimento pelos anjos, nos Evangelhos, trouxeram “boas novas de grande alegria” para aqueles que estavam humilhados pelo pecado, pelo sofrimento e pela morte. Nesta nossa segunda parte, focaremos em duas outras verdades: (1) as anunciações do nascimento pelos anjos foram feitas a “todo o povo” (Lucas 2.10) e (2) aquelas anunciações do nascimento falavam da pessoa e da obra de Jesus. Olhemos mais de perto cada um desses pontos.
Ao refletirmos acerca dos anjos enviando anunciações do nascimento a “todo o povo”, nós precismos perceber que os anjos não estavam dizendo ali que o Deus da Bíblia é um universalista. Não, Deus não é um universalista, nem no julgamento nem na salvação. Aqui o nosso foco está na obra e na vontade salvadoras de Deus. O Deus da Bíblia não salva nem pretende salvar cada pecador sem exceção. Ele salva apenas aqueles pecadores que se arrependem e creem. O que as anunciações do nascimento feitas pelos anjos estão dizendo, então, é que o Deus da Bíblia não mostra qualquer parcialidade ao salvar pecadores.
Na Bíblia, Deus se revelou imparcial aos pecadores, a despeito das categorias sociais nas quais nós possamos distingui-los. Ele salva todo tipo de gente. Ele salva tanto aqueles que não estão em posição de autoridade como aqueles que estão em posição de autoridade. Ele salva tanto mulheres como homens, tanto pobres como ricos, tanto fracos como fortes. Ele salva tanto não-judeus como judeus, tanto turcos como iraquianos, tanto palestinos como israelitas. Ele salva tanto índios norte-americanos nativos como índios andinos da América do Sul, tanto africanos como europeus.
Em outras palavras, os anjos nos dizem que, no que se refere à salvação de pecadores, o Deus da Bíblia não tem preferência por qualquer nacionalidade, língua, condição social, gênero ou outra distinção feita entre a humanidade. Nenhuma dessas distinções conta contra nós pecadores. Nenhuma delas nos exclui da obra e da vontade salvadoras de Deus.
Como você responde à imparcialidade de Deus? Jonas, o profeta do Antigo Testamento, ficou muito indignado com a perspectiva de que a imparcialidade de Deus poderia incluir até mesmo aqueles notórios malfeitores assírios que viessem a se arrepender. Jonas chegou ao ponto de dizer a Deus, quando este acabara de apiedar-se dos assírios que se arrependeram: “Ó SENHOR, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver” (Jonas 4.3). Você preferiria morrer a ver a obra e a vontade salvadoras de Deus alcançarem até mesmo os malfeitores excessivamente ímpios que se arrependam em seus dias? Se essa é a sua atitude, não se esqueça do que aconteceu com Jonas. Melhor ainda: lembre-se de que as anunciações do nascimento pelos anjos, nos Evangelhos, foram enviadas a “todo o povo”. Alguns de nós contam “todo o povo” de acordo com padrões carnais, não de acordo com padrões espirituais. Os anjos que trouxeram as anunciações de nascimento no Natal nos ensinam a contar. Eles dizem que as “boas novas de grande alegria” vêm para pessoas na escravidão de seus pecados, a despeito de qualquer outra categoria social pela qual possamos distingui-las.
As anunciações de nascimento pelos anjos a “todo o povo” também falavam da pessoa e da obra de Jesus. Observe os títulos que os anjos usaram para descrever Jesus.
Ele é “Salvador” (Lucas 2.11). De fato, porque Ele salvará o seu povo da escravidão de seus pecados, os anjos do céu conduziram José e Maria, seus pais terrenos, a chamarem o menino Cristo pelo nome de “Jesus” (Mateus 1.21). O seu próprio nome, uma forma grega do hebraico “Josué”, significa a verdade de que “Javé (Jeová) salva”. Em Jesus, então, temos um “Josué” que traz uma libertação maior que aquela de Moisés, de Josué e de Davi. Eles libertaram a nação dos seus inimigos gentios, mas Jesus libertará o seu povo dos seus pecados e, ao fazê-lo, ele revelará a si mesmo como o próprio Deus, pois apenas Deus redime o seu povo dos seus pecados (Salmo 130.8).
O menino na manjedoura não é apenas “Salvador”; ele também é “Cristo” (Lucas 2.11), o Ungido de Deus. Jesus é o definitivo Profeta ungido para liderar o povo de Deus à liberdade espiritual, o grande Sacerdote ungido para oferecer aquele único sacrifício de si mesmo para tirar os pecados do mundo, o verdadeiro Rei ungido para derrotar o pecado e a morte e, assim, tornar a sua nação segura e pura para a comunhão com Deus.
O menino também é “o Senhor” (Lucas 2.11). De fato, ele é “Deus conosco” (Mateus 1.23). Ele é Deus, soberano absoluto sobre tudo, de quem, por quem e para quem são todas as coisas. Ele é o Filho chamado “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”, cujo governo e paz jamais cessarão quando ele reinar para sempre no trono de Davi (Isaías 9.6). Como Senhor de tudo, este Jesus exaltará os vilipendiados e humilhados por meio da fé, ao mesmo tempo que envergonhará os orgulhosos e os poderosos em seus pecados.
Qual é o ponto aqui? Quando os anjos falam da pessoa e da obra de Jesus, eles nos dizem que há esperança para aqueles que vivem no império das trevas do pecado, no vale da sombra da morte. Eles nos dizem que há esperança porque alguém maior do que Abraão está aqui, alguém maior do que Moisés e Josué está aqui, alguém maior do que Davi e Salomão está aqui. Jesus excede todos eles em sua pessoa e em sua obra.
Que “boas novas de grande alegria” para “todo o povo” são estas!
O Natal anunciado pelos anjos
Leia as três partes desta série:
O Natal anunciado pelos anjos: boas novas de grande alegria (1/3)
O Natal anunciado pelos anjos: todo o povo (2/3)
O Natal anunciado pelos anjos: glória a Deus e paz aos homens (3/3)