Um blog do Ministério Fiel
Porque João 3.16 é tão encorajador para o cristão?
Jesus diz que nos dias que antecederem a sua segunda vinda, as pessoas estarão totalmente alheias ao que lhes acontecerá. Elas casarão e se darão em casamento, assim como as pessoas faziam nos dias que antecederam o dilúvio na época de Noé. Da mesma forma que estes “não o perceberam, senão quando veio o dilúvio e os levou a todos”, assim também muitos estarão igualmente desatentos quando Cristo voltar e o dia do dilúvio do juízo de Deus chegar sobre a terra e levá-los (Mateus 24.36-39). É um pensamento alarmante, com certeza, mas que deve nos dar uma grande apreciação pelas gloriosas verdades do evangelho claramente articuladas em passagens como João 3.16.
Uma das coisas das quais João 3.16 nos assegura é que Deus será misericordioso para com todos os que colocam a sua esperança e confiança em Jesus Cristo. Os crentes não precisam temer a vinda do dilúvio do juízo de Deus, porque sabem que Deus deu Seu Filho com o propósito expresso de que todo o que nele crer “não pereça”. Essa é uma das verdades gloriosas expostas para nós neste versículo bem conhecido, como veremos.
Embora seja verdade que a palavra perecer é usada com frequência nos Evangelhos para se referir à morte física ou destruição (aproximadamente 36 das 66 ocorrências), ela significa muito mais do que isso aqui nesta passagem. Sabemos que é assim porque a palavra “perecer” é colocada em antítese a “vida eterna” no versículo 16, a “salvo” no versículo 17, e a “não é julgado” no versículo 18. A destruição da qual os crentes são poupados em João 3.16 não é, portanto, a morte física ou mesmo algum tipo de aniquilação, mas a destruição eterna que resulta de ser “julgado” por causa do pecado e da rebeldia. Todos os que rejeitam a Cristo e persistem em sua incredulidade receberão não a vida eterna, mas a destruição eterna. A “ira de Deus” vai “permanecer” com eles para sempre (v. 36).
Essa compreensão da palavra perecer está de acordo com o ensinamento de Jesus sobre o inferno. Em Mateus 25.31-46, por exemplo, Jesus coloca a “vida eterna” que está reservada para “os justos” em contraposição ao “fogo eterno” (v. 41) e ao “castigo eterno” (v. 46) que estão reservados para todos os outros (referidos como “cabritos” que não seguem o pastor, também como “malditos”). Aqueles que não recebem a vida eterna não apenas morrem ou deixam de existir. Eles experimentam uma eternidade de “destruição” ou “punição” que se manifesta em “fogo inextinguível” (Mateus 18.8; Marcos 9.43, 48; Lucas 3.17) ou na “fornalha acesa”, em que “haverá choro e ranger de dentes” (Mateus 13.42, 50). É isso que significa perecer. É uma eternidade recebendo o que nossos pecados e nossa rejeição a Jesus Cristo merecem.
E é precisamente por isso que João 3.16 é tão encorajador para o cristão. Ele nos oferece a promessa de que “todo o que crê” em Jesus Cristo não perecerá. Ainda que nossos pecados e nossa rebelião mereçam claramente uma eternidade de destruição, não é isso que receberemos de Deus. Ele será misericordioso. Ele nos livrará da destruição, não nos dará o que merecemos. Jesus garantiu isso. Graças a Deus pelo seu dom inefável (2Coríntios 9.15).
Mas João 3.16 também se destaca como um aviso de que há somente dois tipos de pessoas no mundo: os que perecem e os que creem no Filho e estão, portanto, livres de perecer; os que “permanecem” sob a ira de Deus por toda a eternidade e os que em vez disso creem e recebem a vida eterna (João 3.36). A resposta de cada pessoa a Jesus determina em qual das duas categorias ela está. Aqueles que respondem a ele com fé e obediência (que é o fruto e, assim, a prova da fé genuína) não perecerão, mas terão a vida eterna. Aqueles que não respondem com fé e obediência não receberão misericórdia. A ira de Deus permanecerá sobre eles pela eternidade.
A boa notícia de João 3.16 é que éramos todos de uma só vez contados entre os que perecem, mas agora, pela fé em Cristo, já não é esse o caso. Recebemos a misericórdia. E por essa razão, não pereceremos.