Um blog do Ministério Fiel
Jesus dá a vida eterna aos que creem em seu nome
No verão passado, por causa da generosidade de amigos em nossa igreja, minha esposa e eu pudemos passar uma semana juntos em Cozumel, México. Foi uma viagem maravilhosa. Nosso resort ficava na praia. A comida era excelente. A água tinha um belo tom de azul que eu nunca vira antes. Mas o melhor de tudo: eu podia desfrutar ininterruptamente daquela que é minha esposa há vinte e cinco anos. Um dia, no final da tarde, quando estávamos sentados na praia lendo, sem nenhuma preocupação, exceto quando iríamos nos preparar para o jantar, eu olhei para Kristy e disse: “Isso é que é vida!”.
A vida é um tema de destaque no evangelho de João. As palavras gregas traduzidas pelo termos “vida” e “viver” ocorrem mais de sessenta vezes em João. As mais destacadas delas são em referência à vida que Deus dá através de Jesus Cristo, às vezes chamada de “vida eterna”. Os seres humanos anseiam pela imortalidade, e eles a procuram de diversas maneiras. Mas Jesus diz que aquele que crê nele para a salvação tem a vida eterna. João nos diz que seu objetivo ao escrever seu evangelho é que seus leitores creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que, crendo, “tenham vida em seu nome” (20.31). Como veremos, “vida” em Cristo e “vida eterna” são essencialmente sinônimos.
Para nos ajudar a entender isso, João estabelece todo o seu evangelho no contexto da criação. Por que a criação? Porque na criação, Deus criou toda a vida. A primeira linha de João ecoa Gênesis 1: “No princípio era o Verbo”. João segue nos revelando que o “Verbo” é Jesus Cristo, e que Cristo é o criador de todas as coisas (v. 2-3). Em seguida, João faz esta declaração: “a vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (v. 4). João está nos dizendo aqui que se você quiser a verdadeira vida, você poderá encontrá-la somente em Jesus Cristo, ele mesmo o Criador de toda a vida. Jesus mais adiante diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (14.6). Aqui está o primeiro ponto importante: nós nunca realmente “vivemos” até conhecermos Jesus Cristo. Ele é quem nos dá vida.
Mais do que isso, a vida que Jesus dá é “vida eterna”. Dizendo de forma simples, vida eterna é a vida que não termina. Mas “vida eterna” na Bíblia se refere a mais do que o fato de que ela nunca termina. Mais uma vez, o relato da criação nos ajuda a entender isso. Adão e Eva foram criados com a possibilidade de imortalidade. Deus os colocou em um jardim exuberante e frutífero. Eles desfrutavam de comunhão sem barreiras com Deus. E desfrutavam da bênção de trabalho e do fruto de seu trabalho. No entanto, havia uma árvore cujos frutos não deviam ser desfrutados, a saber, a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. Deus os advertiu, dizendo: “No dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.17).
Curiosamente, eles não morreram fisicamente no dia em que comeram daquele fruto. No entanto, com certeza, o pecado e a morte entraram no mundo por causa de seu pecado (Romanos 5.12). Eles eventualmente morreriam fisicamente; no entanto, no dia em que comeram, morreram espiritualmente. Sua comunhão com Deus sem barreiras foi quebrada. Eles experimentaram vergonha e alienação, recebendo a maldição de Deus e não a sua bênção, e sendo expulsos da morada terrena original de Deus. Verdadeira “Vida”, a “vida eterna” que Jesus dá, significa ser restaurado para o estado de conhecimento e comunhão com Deus. Isso significa que podemos desfrutar de nosso trabalho para a glória de Deus e experimentar as alegrias das bênçãos de Deus. Mais tarde, no evangelho de João, o próprio Cristo ora ao Pai: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (17.3). Porque o pecado quebrou a nossa comunhão com Deus, precisamos “nascer de novo”, como Jesus disse a Nicodemos anteriormente em João 3. Isto é, o Espírito precisa vir e nos dar nova vida e nos fazer uma nova criação pelo seu poder de regeneração.
Em João 11, depois da morte de Lázaro, Jesus diz a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá; e todo o que vive e crê em mim não morrerá, eternamente” (v. 25-26). Quando nós, que confiamos em Cristo e o conhecemos, morrermos, temos a esperança de um corpo ressurreto, um corpo glorificado que nos permite ter comunhão com Deus por toda a eternidade de uma forma mais profunda e íntima. Ao mesmo tempo, aqueles que confiam em Cristo “não morrerão, eternamente”. Eles simplesmente entram em uma nova fase de conhecer a Deus. O apóstolo Paulo disse algo semelhante, quando escreveu aos Filipenses: “Para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1.21). Se a vida é Cristo, a morte física significa infinitamente mais da vida que temos nele, e de uma forma nova e ainda melhor. Esta é a vida abundante que Jesus veio para dar (João 10.10). Esta é a vida eterna. Enfim, isso é que é vida.