Um blog do Ministério Fiel
Qual é a diferença entre os ofícios de pastor e diácono?
Eu frequentemente fiz esta pergunta, já que muitas igrejas afirmam os papéis distintos entre pastores e diáconos, e ainda assim confundem esses ofícios funcionalmente. Particularmente nas igrejas da Convenção Batista do Sul, os diáconos geralmente carregam o título de “diácono”, mas na verdade agem como um pastor com autoridade do “tipo pastoral”. Muitos fatores podem causar isso, mas a principal razão para esta confusão são os pastorados de curta duração. Pastores vêm e vão. Mas os diáconos permanecem e sentem a ausência deste ofício quando ele está vago. No entanto, a Bíblia tem papéis distintos para estes dois ofícios bíblicos. Aqui estão três distinções:
Ensinando vs. bem ensinado
A lista de Paulo a Timóteo (1Timóteo 3.1-13) demonstra uma distinção principal que é significativa para a compreensão dos diferentes papéis desses dois ofícios: o pastor deve ser capaz de ensinar (v.2). O chamado do pastor é para pregar e ensinar a Palavra de Deus de tal modo que guarde o bom depósito do evangelho que é confiado a esse ofício (2Timóteo 1.14). Embora tenhamos uma narrativa em Atos 8 de um diácono que instruiu os outros na fé, em nenhum lugar as Escrituras exigem o ensino público como uma das responsabilidades de um diácono. Apegar-se aos ensinos claros da fé é necessário tanto a pastores (Tito 1.9) quanto a diáconos (1Timóteo 3.9), a razão implícita é que nenhum deles deve se desviar da fidelidade evangélica. Mas as razões adicionais de exortação e refutação do falso ensino são aplicadas somente ao pastor.
Supervisão vs. serviço
O ofício de um pastor é também referido como o de “um supervisor” (v.1), o que ainda mais define as funções como distintas daquelas de um diácono. Pedro afirma esta distinção enquanto ele exorta os seus companheiros anciãos (pastores) a apascentarem o rebanho “tendo cuidado dele” de forma zelosa, sacrificial e humilde (1Pedro 5.2-3). O papel principal de um diácono é o de serviço. Isso não quer dizer que os diáconos não supervisionam certos ministérios, nem isso implica que os pastores não devem servir. Mas isso se refere ao principal papel bíblico de cada ofício, onde os pastores exercem a supervisão (lideram, supervisionam, administram) sobre todos os assuntos da igreja local e os diáconos lideram em serviço, em submissão aos pastores.
Pastoreio vs. trabalho prático
Pedro exorta os anciãos (pastores) em relação à sua vocação primária: apascentar o rebanho (1Pedro 5.2). O ofício de um pastor é uma extensão dos cuidados do Sumo Pastor (1Pedro 5.4). A maior parte das qualificações do pastor (1Timóteo 3.1-7) demonstram o coração de um pastor que deve estar disposto a dar a vida pelo seu rebanho. Embora, às vezes, haja pastoreio envolvido no papel de um diácono, os principais dons necessários para o diaconato são conjuntos de habilidades que permitem que um diácono sirva em uma variedade de papéis que atendam às necessidades físicas singulares e urgentes de uma igreja. Embora os homens escolhidos para servir as viúvas pelos apóstolos em Atos 6.1-7 não sejam chamados diáconos, eles apresentam um modelo útil do papel dos diáconos que é estabelecido posteriormente na igreja. Em última análise, os diáconos não prestarão contas ao Sumo Pastor pelas almas do seu rebanho; o ofício do pastor é o único ofício que assume esse fardo alegre e pesado (1Pedro 5.1-4; Hebreus 13.17).
Cada um destes dois ofícios bíblicos têm um propósito divino único, importante e belo na igreja. A ausência de um ou outro deixará um abismo que não pode ser legitimamente preenchido por um mestre talentoso, comissão ou conselho de administradores. Abracem o propósito de Deus e permitam que esses papéis distintos floresçam ao lado um do outro, para a glória de Cristo e sua noiva.