Um blog do Ministério Fiel
A importância de um entendimento correto da conversão
Como um entendimento bíblico da conversão deve nos impactar pessoalmente como cristãos?
Um entendimento bíblico da conversão deve…
- fazer-nos humildes, porque tal conhecimento reconhece a profundidade da nossa difícil situação Nós estávamos mortos, e Deus nos vivificou (Efésios 2.5)! Nós estávamos cegos, e Deus nos deu visão (2 Coríntios 4.6)! Entender a profundidade da nossa difícil situação e o poder da graça de Deus deve continuamente nos fazer humildes diante de Deus e dos outros.
- fazer-nos alegres, porque nós vemos quão grande e inacreditável é nossa salvação. Nós éramos inimigos de Deus e escravizados pelo pecado! Mas Deus misericordiosamente nos reconciliou consigo mesmo e nos libertou! Os cristãos que entendem a conversão devem ser cheios de alegria diante da grandiosidade da nossa salvação.
- abastecer nosso trabalho de evangelismo e missões, porque nós descobrimos que Deus é poderoso o suficiente para salvar qualquer pessoa. Se ele pode salvar um rebelde como você e eu, ele pode salvar qualquer pessoa, não importa o quão improvável isso pareça. Nós não podemos converter ninguém. Deus pode. Então, preguemos o evangelho com ousadia perto de casa e no exterior.
- dar-nos paciência, porque sabemos que isso depende da decisão de Deus, e não da nossa agenda. Somente Deus pode dar o novo nascimento (João 1.12-13, 3.5-8). Então, devemos pregar o evangelho, orar pelos perdidos e esperar pacientemente Deus operar. Deus abençoará nossos esforços, mesmo que não vejamos frutos imediatos.
Que diferença prática um entendimento bíblico da conversão faz na vida de uma igreja?
Uma igreja com um entendimento bíblico da conversão irá…
1. Ser cuidadosa sobre quem ela admite como membro.
2. Pedir que todos que desejam ser membros expliquem o evangelho.
3. Perguntar se existem algumas áreas de pecado não arrependido.
4. Administrar o batismo e a Ceia do Senhor cuidadosamente. Os membros não pressionarão seus pastores a batizarem pessoas precipitadamente e sem exame. A mesa do Senhor será cercada de forma apropriada (isto é, aquele que está administrando irá explicar para quem é a Ceia, bem como para quem não é a Ceia).
5. Ser cuidadosa sobre formas de evangelismo que possam encorajar falsas profissões, seja por manipular emoções ou por apresentar um evangelho aguado.
6. Recusar-se a tomar o pecado como algo leve. Os membros buscarão prestação de contas, encorajamento e exortação uns dos outros. Além disso, eles irão…
7. Praticar a disciplina eclesiástica formal.
8. Buscar meios formais de manter uma linha clara entre a igreja e o mundo, tal como reservar atos públicos de culto somente para membros.
Uma igreja com um entendimento não bíblico da conversão pode facilmente…
1. Tornar-se cheia de pessoas que fizeram pronunciamentos sinceros sobre Jesus, mas que não experimentaram a mudança radical que a Bíblia apresenta como conversão.
2. Chamarem-se a si mesmos de cristãos quando, na verdade, não o são. Os descrentes podem olhar para esses “cristãos” e dizerem: “Você é um cristão? Mas você vive exatamente como eu! Por que eu deveria crer no que você faz se nossas vidas, na verdade, não têm diferença?”.
Por que um entendimento correto da conversão é tão importante para o testemunho coletivo da igreja?
Uma igreja que não entende a conversão corretamente irá…
1. Oferecer aos não cristãos uma falsa segurança, chamando-os de cristãos quando, na verdade, eles não o são.
2. Confundir os cristãos sobre o que significa ser um cristão.
3. Apresentar Deus erroneamente para todo mundo! Ao invés de refletir seu caráter santo e sua graça que transforma vidas, essa igreja irá retratar Deus como não preocupado com o pecado e como incapaz de transformar vidas.
Deus estabeleceu sua igreja para revelar sua glória (Efésios 3.10) através da vida santa de seus membros (2 Coríntios 6.14-7.1; Mateus 5.13-16). Uma igreja que interpreta incorretamente a conversão irá encher-se de crentes falsos e fracos e, então, difundirá mentiras sobre Deus, ao invés de difundir a verdade.
Por outro lado, uma igreja com um entendimento bíblico da conversão se encherá com cristãos imperfeitos, mas em crescimento. Isso demonstrará que Deus é santo e que seu gracioso evangelho é poderoso e transformador (Romanos 1.16; 2 Coríntios 3.18).
Como um entendimento bíblico da conversão deve impactar nosso evangelismo?
Um entendimento bíblico de conversão deve nos levar a:
- 1. Contar as boas notícias. A conversão resulta do ouvir notícias – boas notícias. Portanto, nós evangelizamos ao compartilharmos as boas notícias do evangelho. “Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas” (Isaías 52.7). “E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Romanos 10.17).
- Contar todas as notícias. A conversão envolve arrepender-se do pecado, o que significa que temos que contar as más notícias antes de contarmos as boas: todos nós pecamos e o salário do pecado é a morte. Deus nos julgará pelos nossos pecados (Romanos 3.23; 6.23).
- Apoie-se em Deus para converter e não manipule. Somente Deus pode converter pessoas pelo seu Espírito (João 3.3-8). No evangelismo, portanto, chame as pessoas para uma decisão e, então, dê a elas espaço para que façam isso. Não aplique pressão emocional ou manipulação. Ore por elas.
- Explique a resposta humana necessária. Conversão envolve arrependimento humano e fé humana. No evangelismo, portanto, explique às pessoas que elas têm que se arrepender e crer em Cristo (Marcos 1.15).
- Explique que seguir a Jesus é algo custoso. A conversão é um giro radical de 180 graus. Ela requer que se abandone o auto-governo pelo governo de Deus. No evangelismo, portanto, explique que a escolha por negar-se a si mesmo e seguir a Jesus não deve ser feita sem avaliar os custos (Lucas 9.23; 14.25-33).
Você pode dar alguns exemplos de más práticas evangelísticas que resultam de um mau entendimento da conversão?
1. Apelos e cartões de decisão. Apelos e cartões de decisão resultam de uma ênfase exagerada no papel humano na conversão, como se a conversão resultasse de quando alguém é persuadido a caminhar em um corredor. (Esqueça a atuação do Espírito Santo!) Além disso, assinar um cartão não é a mesma coisa que arrepender-se e crer. A Bíblia nos chama a nos arrependermos e crermos.
2. “Faça essa oração.” A conversão, sem dúvidas, envolve orar a Deus. Mas fazer uma oração pré-formulada não é garantia de que uma pessoa genuinamente se arrependeu e creu. Instruir não cristãos a orarem uma “oração do pecador” também os faz ficarem tentados a acharem segurança na oração em si, e não em Jesus Cristo.
3. Pregação teatral e música emocionalmente indulgente. Os cristãos hoje sabem que não podemos “forçar fisicamente” alguém a ter fé. Mas nós tentamos “forçá-los emocionalmente”, seja através da música, do humor ou de outra coisa. Essas táticas fazem os indivíduos confundirem uma resposta emocional com arrependimento e fé. Tanto forçar pela força física quanto pela força emocional indicam que estamos nos apoiando na carne para converter as pessoas. Contudo, para que aconteça, a conversão não está no poder do evangelista. Somente o Espírito de Deus dá o novo nascimento (João 1.13). Como Paulo, nós deveríamos simplesmente pregar “mediante a clara exposição da verdade” (2 Coríntios 4.2, NVI).
4. Apresentar as boas novas sem chamar ao arrependimento e à fé. Dizer às pessoas o que Cristo fez em sua vida e morte sem desafiá-las para se arrependerem assume que as pessoas só precisam de informação, como se nosso problema fundamental como seres humanos caídos fosse um “problema de conhecimento”. Há, sim, um problema de conhecimento, mas há também um “problema de vontade” ou “problema de adoração”. Portanto, um evangelista fiel dirá às pessoas como elas devem responder às boas novas do evangelho. Deve-se dizer a elas para se arrependerem e crerem.
5. Apresentar uma história sem chamar ao arrependimento e à fé. Nem compartilhar um testemunho pessoal nem contar o enredo da Bíblia (criação, queda, redenção, glorificação) necessariamente desafia o ouvinte sobre sua própria vida. Como no ponto 4 acima, nós devemos explicar às pessoas que Jesus pessoalmente se dirige a elas em seus pecados e as chama ao arrependimento e a segui-lo em fé.
6. Frequentar uma igreja. Frequentar uma igreja não faz de alguém um cristão. Ao contrário disso, a conversão envolve um virar-se completamente do pecado para Cristo, do auto-governo para o governo de Deus, em cada área da vida, o que incluirá um desejo genuíno de se reunir regularmente com o povo de Deus.