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Thomas Cranmer – Biografia e Ênfases Teológicas (Reforma 500)
Thomas Cranmer foi o Arcebispo de Cantuária (Canterbury), Sé Principal da Igreja da Inglaterra, durante os reinados de Henrique VIII de Inglaterra e Eduardo VII de Inglaterra. A ele é creditada a autoria dos dois primeiros volumes do Livro de Oração Comum (1549 e 1552), o qual estabeleceu a estrutura básica da liturgia Anglicana por séculos e influenciou a língua inglesa. Foi uma importante figura da Reforma Protestante na Inglaterra. Foi um dos primeiros mártires anglicanos; queimado em 1556 a mando da Rainha Maria I, em nome da Igreja Católica Apostólica Romana.
1489 ‒ Primeiros anos: Thomas Cranmer nasceu em 2 de julho de 1489, em Aslockton, Nottinghamshire, Inglaterra. Seus pais, Thomas e Agnes Cranmer eram pobres e cedo encaminharam o jovem Thomas, quando ainda em fase escolar, e seu irmão mais novo aos serviços religiosos.
1503 ‒ Bacharelado: Thomas foi enviado para o Jesus College, Cambridge, quando ele tinha 14 anos. Estudou lá por oito anos antes de completar seu bacharelado em Artes. Enquanto estudava lógica, literatura clássica e filosofia na faculdade, também começou a coletar livros escolásticos medievais.
1515-20, aprox. ‒ Metrado & primeiro casamento: Algum tempo depois que Cranmer obteve seu Mestrado em Artes, casou-se com uma mulher chamada Joan e por isso foi forçado a sair de Jesus College. Thomas Cranmer começou a trabalhar no Buckingham Hall (mais tarde reformado como Magdalene College) para sustentar a sua família. Sua esposa engravidou e morreu no parto.
1520 ‒ Volta ao Jesus College: Quando Joan morreu durante seu primeiro parto, Jesus College mostrou seu respeito por Cranmer, reintegrando sua comunhão. Começou a estudar teologia e em 1520 havia sido ordenado, a universidade já o tinha nomeado como um de seus pregadores.
1526 ‒ Doutorado: Recebeu seu doutorado em teologia em 1526.
1529 ‒ Cranmer e Henrique VIII: Em agosto de 1529, teve uma reunião casual com Stephen Gardiner e Edward Foxe, dois dos conselheiros principais do rei Henrique VIII. Naquela época, o rei desejava se divorciar de sua primeira esposa, Catarina de Aragão, para se casar com sua amante Ana Bolena. O rei estava procurando desesperadamente ajuda e nomeou Cranmer no serviço real com o pedido de que ele ajudasse o rei a conseguir o divórcio. Cranmer concordou em escrever um tratado para o rei e se esforçou para obter a anulação do casamento de Henrique com Catarina de Aragão.
1532 ‒ Nomeado embaixador: Ele foi nomeado embaixador residente na corte do imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, em 1532. Ele foi enviado para a Alemanha e foi ordenado para estabelecer contato com os príncipes luteranos, a fim de aprender mais sobre o luteranismo.
1532 ‒ Segundo casamento: Casou-se com Margaret, uma luterana e uma sobrinha do eminente estudioso luterano Andreas Osiander. O casal teve uma filha e um filho.
1532-33 ‒ Arcebispo de Canterbury: O arcebispo William Warham morreu em agosto de 1532 e Cranmer foi convocado de volta à Inglaterra. Ele foi oficialmente consagrado como o novo Arcebispo de Canterbury em 30 de março de 1533 na Capela de Santo Estêvão.
1533 Declara nulo o casamento de Henrique VIII: Depois de sua nomeação ser aprovada pelo Papa, Cranmer convocou sua corte em Dunstable em maio de 1533 e declarou o casamento do rei com Catarina de Aragão nulo desde o princípio. O rei tinha se casado secretamente com Ana Bolena alguns meses antes, e Cranmer declarou que o casamento de Henrique e Ana era válido.
1534 ‒ Começa a aderir à Reforma: Ele claramente sinalizou que ele havia rompido com Roma e que havia estabelecido um novo curso teológico. Ele apoiou a causa da reforma, substituindo gradualmente a velha guarda em sua província eclesiástica por homens que seguiam o novo pensamento, como Hugh Latimer. Ele interveio em disputas religiosas, apoiando reformadores para a decepção dos conservadores religiosos que desejavam manter o vínculo com Roma. Como um reformador, ele desempenhou um papel fundamental na realização de grandes mudanças para a Igreja da Inglaterra. Ele colaborou com Thomas Cromwell e os dois promoveram a publicação de uma Bíblia inglesa.
1549-52 — Livro de Oração Comum: A ele é creditada a autoria dos dois primeiros volumes do Livro de Oração Comum (1549 e 1552), o qual estabeleceu a estrutura básica da liturgia anglicana por séculos e influenciou a língua inglesa. Cranmer não conseguiu promover quaisquer reformas religiosas radicais durante o reinado do rei Henrique, por razões políticas. Porém, quando o rei Eduardo VI chegou ao poder, Cranmer teve sucesso em promover mudanças doutrinárias que desejava implementar na igreja.
1553 ‒ Morte de Eduardo VI: Eduardo VI ficou gravemente doente em 1553 e morreu. Apesar do rei ter nomeado sua prima Lady Jane Grey como sua sucessora, Jane foi após 13 dias de sua adesão pela meia-irmã de Eduardo, Maria. Rainha Maria era uma católica fervorosa e reverteu as reformas protestantes de Eduardo. Sua ascensão ao trono também significava a queda de Thomas Cranmer. Após a morte do rei Eduardo VI, Maria I se tornou a Rainha da Inglaterra e da Irlanda. Ela ordenou que mais de 280 dissidentes religiosos fossem queimados na fogueira. Ela ordenou que o protestante Cranmer fosse preso e condenado por traição.
1553-56 – Perseguição, tortura e morte: Thomas Cranmer foi perseguido, torturado física e intelectualmente, considerado herege pelos poderosos religiosos de sua época. Naquele espetáculo de horrores, findou sua vida no calor terrível da fogueira. Jamais aquela fogueira alimentada pelos horrores da intolerância religiosa superaria o Fogo Santo que queimava no seu interior. Thomas Cranmer foi queimado na fogueira em 21 de março de 1556.
Frases:
“Eu acredito em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra. E acredito em cada palavra e frase ensinada pelo nosso Salvador Jesus Cristo, por Seus apóstolos e profetas, no Velho e no Novo Testamento”.
“As Escrituras devem estar com frequência em nossas mãos, diante dos nossos olhos, em nossos ouvidos, nas nossas bocas, mas sobretudo em nossos corações”.
“Ainda que outras ciências sejam boas e devam ser aprendidas, o que nenhum homem pode negar, entretanto, a ciência de Cristo é essencial e ultrapassa todos os outros conhecimentos de modo incomparável.”
“A ignorância da Palavra de Deus é a causa de todo erro, como o próprio Cristo afirmou aos saduceus, dizendo que eles erravam porque não conheciam a Escritura (Mateus 22.29). Como as pessoas evitarão o erro, se continuam sendo ignorantes? E como sairão da ignorância, se não leem ou ouvem aquilo que pode guia-los ao conhecimento?”,
“Quanto ao Papa, eu o rejeito, como inimigo de Cristo, como antiCristo, com todas as suas falsas doutrinas”.
“Se confessamos a Cristo, por que não nos envergonhamos de sermos ignorantes quanto à sua doutrina, visto que todo homem se envergonha de ser ignorante daquele aprendizado que ele afirma ter?”.
Fontes:
http://anglicanchurch.weebly.com/patrono.html
http://www.bbc.co.uk/history/historic_figures/cranmer_thomas.shtml
O Livro dos Mártires (Mundo Cristão) – Páginas: 333,335
http://www.prca.org/books/portraits/cranmer.htm
http://www.thefamouspeople.com/profiles/thomas-cranmer-6368.php#sr63URXHYuXpWfJg.99