Um blog do Ministério Fiel
Os novos céus e a nova terra
O Agora Conta Para Sempre [Right Now Counts Forever]. O título da coluna do Dr. Sproul em cada edição de Tabletalk captura de forma concisa a relação entre o evangelho e os novos céus e a nova terra. A boa notícia da morte sacrificial de Cristo e da gloriosa ressurreição tem implicações eternas para o destino de cada ser humano. Sua resposta a essa mensagem — seja em humilde confiança ou em incredulidade desafiadora — será o seu ponto de inflexão entre a felicidade infinita além dos seus sonhos mais ousados e o tormento implacável além dos seus piores pesadelos.
O Deus vivo, soberano sobre cada átomo em seu universo e sobre cada nanossegundo da sua história, está dirigindo o cosmos para uma consumação que mostrará a majestade da sua sabedoria, poder, justiça e misericórdia, para cada criatura, em todos os lugares, contemplar. Os céus e a terra atuais, manchados pelo pecado humano e pela maldição em que incorreram, “perecerão” e “serão mudados” (Hebreus 1.11-12), abalados e removidos (12.26-27). Para o primeiro céu e terra, nenhum “lugar” será encontrado, mas em seu lugar um novo céu e uma nova terra aparecerão (Apocalipse 20.11; 21.1).
A promessa é tão antiga quanto a profecia de Isaías: “Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas” (Isaías 65.17-18; veja 66.22-23). O apóstolo Pedro afirma que a justiça habitará os novos céus e a nova terra pelos quais esperamos (2 Pedro 3.13). Paulo acrescenta que toda a criação, agora sujeita à vaidade e à decadência, une-se aos filhos de Deus no desejo da libertação de seu “cativeiro da corrupção” na nossa ressurreição (Romanos 8.19-22).
Como descrever os novos céus e a nova terra? Para descrever negativamente o cosmos vindouro, podemos dizer que as misérias que agora causam tanto dano e angústia desaparecerão: nenhum luto, dor, morte — nenhum resquício da maldição permanecerá (Apocalipse 21.4; 22.3). É mais desafiador retratar positivamente o que será um mundo livre da maldade e aflição. Profetas e apóstolos forçam a linguagem aos seus limites para oferecer vislumbres das realidades gloriosas além da nossa experiência. Podemos dizer que a ressurreição de Jesus é as primícias da nova criação consumada, de modo que o seu glorioso corpo ressuscitado prefigura a ressurreição que o seu povo aguarda (1 Coríntios 15.20-22; Filipenses 3.21). Depois que Jesus ressuscitou, ele podia comer e ser tocado (Lucas 24.39-43), de modo que a materialidade do seu corpo nos leva a esperar que o cenário descrito no livro de Apocalipse — as folhas curativas e a fecundidade incessante da árvore da vida, por exemplo (Apocalipse 22.1-5) — não é completamente simbólico. Pelo menos podemos dizer que a nossa casa final não é etérea e imaterial, mas uma reafirmação vigorosa do projeto original do Criador, pois ele declarou que o primeiro céu e a primeira terra eram “muito bons” (Gênesis 1.31).
A Palavra de Deus revela o suficiente sobre os novos céus e a nova terra para nos fazer entender a urgência da pergunta: “Como posso ter acesso à pátria prometida de puro deleite na presença de Deus?”. Essa pergunta nos conduz ao evangelho. Os novos céus e a nova terra serão povoados pelos “servos” de Deus (Apocalipse 22.3-5), que se apegaram à Palavra de Deus e confessaram Jesus (1.2, 9; 20.4). Eles foram redimidos pelo sangue do Cordeiro, e seus nomes estão escritos em seu Livro da Vida (12.11; 20.12, 15; 21.27).
Ainda assim, as visões de Apocalipse ressaltam a importância crucial do evangelho a partir de outra perspectiva muito séria. Aqueles cujos nomes não estão no livro do Cordeiro serão julgados por suas próprias ações ao longo da vida. Sem a cobertura do sangue expiatório do Cordeiro, eles serão expostos à justa ira de Deus, condenados e “lançados no lago de fogo”, a segunda morte (20.13-15). Suas almas serão reunidas com os corpos nos quais praticaram a sua rebelião, e nesse lago ardente experimentarão não somente a incessante angústia física, mas também a privação total de alívio mental e espiritual. O próprio Jesus falou desse terrível e eterno destino que aguarda os rebeldes, um lugar “onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Marcos 9.43-48; Isaías 66.24).
Será que a perspectiva de tormentos incessantes — assegurados pela inabalável justiça de Deus — faz o seu coração temer? Deveria. Agora é a hora de confiar no Cordeiro e em seu sangue remidor.
Será que os prazeres vindouros nos novos céus e na nova terra estimulam os anseios do seu coração? Deveriam. Agora é a hora de confiar no Cordeiro e em seu sangue remidor. O agora realmente conta para sempre.