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Doutrina da Escritura: definições de termos
A doutrina da Escritura é fundamental para a fé cristã. Porém, há mais a dizer sobre as Escrituras do que simplesmente: “A Bíblia diz isso. Eu acredito nisso. Isso estabelece aquilo”. Se você não compreender o que a Bíblia é e como ela veio a existir, nunca entenderá completamente o seu significado. Uma vez que o significado da Bíblia é vitalmente importante para a nossa fé e para a nossa vida, vamos definir aqui brevemente alguns termos-chave que se relacionam com a doutrina da Escritura como o estudo da Palavra de Deus escrita.
Autoridade: O poder que a Bíblia possui, tendo sido anunciada da parte de Deus, pelo que “deve ser crida e obedecida” (Confissão de Fé de Westminster 1.4). Por causa de seu autor divino, a Bíblia é “a fonte e a regra para elementos como crença, conduta e experiência de Deus” (Westminster Dictionary of Theological Terms [Dicionário Westminster de Termos Teológicos).
Autógrafos: Os textos originais dos livros bíblicos como foram entregues pelas mãos dos autores humanos.
Cânon: A lista autoritativa dos livros bíblicos inspirados. Pouco tempo depois da morte de Jesus, o cânon do Novo Testamento foi afirmado através da avaliação da apostolicidade, da recepção e dos ensinamentos dos livros, mas, em última análise, o cânon é autoautenticado, uma vez que a voz de Cristo é ouvida nele (João 10.27; CFW 1.5).
Inerrância: A posição de que a Bíblia não afirma nenhuma falsidade de qualquer tipo; ou seja, “é sem falha ou erro em tudo o que ela ensina”, em questões de história e de ciência, bem como de fé (Declaração de Chicago sobre a Inerrância Bíblica). A inerrância permite dispositivos literários, tais como metáforas, hipérbole, números arredondados e expressões coloquiais.
Infalibilidade: A posição de que a Bíblia não pode errar ou cometer erros, e que “é completamente confiável como um guia para a salvação e a vida da fé e não deixará de cumprir o seu propósito” (Dicionário Westminster). Como a igreja cristã tradicionalmente ensinou, essa doutrina é baseada na perfeição do autor divino, que não pode cometer erro.
Inspiração: O processo pelo qual Deus agiu através dos autores humanos da Bíblia para comunicar a sua revelação. O termo deriva do grego theopneustos, que significa “soprado por Deus” (2 Timóteo 3.16), e se refere a Deus como a fonte final das Escrituras.
Inspiração orgânica: O processo pelo qual Deus guiou os autores humanos da Escritura, operando em e através dos seus estilos particulares e experiências de vida, de modo que o que eles produziram foi exatamente o que Deus quis que eles produzissem. O texto é verdadeiramente o trabalho dos autores humanos — Deus não costumava ditar a eles como a um taquígrafo — e ainda assim o Senhor está por trás disso como a fonte final.
Necessidade: Refere-se à necessidade que a humanidade tem da revelação especial de Deus nas Escrituras, a fim de obter conhecimento do evangelho e do plano da salvação, que não pode ser aprendido através da revelação geral da natureza e da consciência.
Perspicuidade: A clareza da Bíblia; ou seja, o que é necessário conhecer e crer em relação à vida e à salvação é “tão claramente estabelecido e evidente em um lugar ou outro da Escritura”, que qualquer pessoa pode compreendê-lo (CFW 1.7).
Escritura: Do latim scriptura, que significa “escritos”; refere-se aos textos sagrados, porém, mais especificamente, à Bíblia como a Palavra de Deus escrita.
Revelação especial: As coisas que Deus revela sobre si mesmo, à parte da natureza e da consciência (revelação geral; cf. Romanos 1.19-21). Essas coisas, que têm relação com Cristo e com o plano de salvação, são encontradas somente na Bíblia.
Suficiência: Tudo o que é necessário saber e crer em relação à salvação e ao que agrada a Deus é encontrado na Bíblia.
Inspiração verbal e plenária: A extensão da superintendência de Deus sobre a composição da Escritura até a própria escolha das palavras, e não apenas dos assuntos ou conceitos abrangentes; ou seja, “toda a Escritura e todas as suas partes, até mesmo as próprias palavras do original”, foram inspiradas (Declaração de Chicago).