Um blog do Ministério Fiel
Ele consola as suas filhas – Parte 1/2
À sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades. Salmo 57.1
Durante o verão de 2005, a National Geographic lançou um documentário fascinante sobre o ciclo de vida das aves da Antártida, chamado A Marcha dos Pinguins. Esse filme maravilhoso, uma novidade na época, fala sobre a história dos pinguins imperadores que vivem em um dos ambientes mais severos da terra e de sua luta para se reproduzirem.
O filme documenta a marcha de aproximadamente 67 quilômetros e o ritual complexo de acasalamento dos pinguins. Após o acasalamento, a fêmea choca um único ovo, que omacho precisa equilibrar precariamente na ponta de seus pés, sob sua macia camada de penas por semanas, enquanto a mãe retorna para o oceano para se alimentar e recuperar as forças. Durante os meses de inverno severo, milhares de pais se agrupam tentando manter suas próprias vidas e ficar por semanas sem alimento.
Se, por algum acidente, o ovo deslizar para fora dos pés do pai, ele irá congelar quase imediatamente no gelo. Se o ovo for incubado corretamente e o filhote eclodir, o macho e a fêmea se alternarão para proteger a pequena vida dos ventos cruéis do inverno. Outra vez, se o filhote vaguear para longe do calor e da proteção de seus pais, irá congelar até a morte quase de forma imediata. Esse quadro de sacrifício parental e de dependência e fragilidade do filhote é marcante.
A Marcha dos Pinguins, ao produzir admiração e adoração em meu coração pela sabedoria do Criador, também serve como um quadro amoroso do nosso relacionamento com o Pai celestial. A Bíblia nos ensina que ele nos aconchega cuidadosa e amorosamente debaixo de suas asas para nos proteger das tempestades de destruição que vêm sobre nós. Como os bebês pinguins, somos tão frágeis que as tempestades a nos assolar nos destruiriam se não tivéssemos seu amor inabalável e sua graça sustentadora. Davi escreveu: “à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades” (Sl 57.1). Por causa da sua infinita benignidade, Deus nos mantém perto do seu coração e nos protege das ásperas realidades do mundo amaldiçoado pelo pecado em que vivemos. Ele nos consola e, por seu forte amor, nos abriga das tempestades e dos ataques que certamente nos matariam. É o amor inabalável de Deus que o mantém perto de nós e garante a nossa segurança.
O amor fiel de Deus
Conforme nos achegamos ao Senhor e encontramos refúgio e proteção debaixo da sombra de suas asas, nos vemos imersas em seu amor. Como é esse amor? Sabemos que ele não é apenas um atributo de seu ser — é, na verdade, quem ele é. O fato de que “Deus é amor” (1Jo 4.8,16) deve nos dar consolo e encorajamento. Ele não precisa se lembrar de amar você. Faz parte da natureza dele amá-la e protegê-la da destruição. Assim como você não precisa se lembrar de respirar, ele não precisa se lembrar do amor e do cuidado que tem por você.
Uma das palavras mais importantes que descrevem o amor de Deus encontrada no Antigo Testamento é hesed. Ela é usada 240 vezes e fala, principalmente, da benignidade de Deus. A versão da Bíblia Almeida Revista e Atualizada geralmente traduz essa palavra como “misericórdia”, enquanto a Nova Versão Internacional usa “amor” (ver Êxodo 34.6,7). Outras definições de hesed incluem graça, fidelidade, bondade e devoção. Essa é uma daquelas palavras sem uma tradução direta em português. Na verdade, precisamos de três palavras para traduzi-la corretamente: força, firmeza e amor. Vamos separar um momento a fim de olhar para cada uma das facetas dessa palavra, com o objetivo de compreendermos, de forma mais completa, a disposição de Deus em relação aos seus filhos, nós, que estamos escondidas debaixo de suas asas das tempestades que ameaçam nos oprimir.
A força de Deus reservada a nós
Para mim, a grande força de Deus é algo que traz encorajamento ao meu coração, mas também me tenta a vê-lo como se estivesse distante ou inalcançável. Por outro lado, quando penso que essa força sustenta o amor dele por mim, sinto a sua proximidade. O seu amor é fortalecido por essa maravilhosa resistência que não pode ser assolada, influenciada ou diminuída. É uma compaixão poderosa que vinculou a minha alma a ele e me manterá segura, debaixo de suas asas, por toda a eternidade. Então, embora o pinguim-imperador pai possa inadvertidamente falhar ao proteger o filhote do vento severo, do gelo e da neve circulando sobre ele, e a nossa família e amigos possam nos abandonar, o nosso Pai celestial nunca irá falhar. Jesus coloca desta forma: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz… jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar” (Jo 10.27-29).
Pense por um momento sobre o poder imensurável do nosso Pai celestial. Ele declara que a sua força é maior do que qualquer outra e que ninguém poderia forçá-lo a tirar a sua proteção de nós. Ele é maior do que qualquer poder sobre a terra — do que os demônios, os planos malignos do homem ou, até mesmo, maior do que a nossa própria perversidade — nada pode abrir a sua mão quando ele estiver determinado a fechá-la. As asas dele estão sobre você, dando-lhe refúgio e proteção. Porque ele é onipotente — todo-poderoso — ninguém é capaz de mudar o que ele decretou: ele está escondendo-a da força máxima da tempestade.