Um blog do Ministério Fiel
Erros e conselhos ao escolher o próximo pastor de sua igreja
Este artigo busca ajudar a comissão de sucessão pastoral de algumas igrejas que muitas vezes acaba sendo norteada mais pelo pragmatismo e ideias erradas de sucesso do que princípios bíblicos e a fidelidade ao Senhor.
Um dos momentos mais cruciais em uma igreja é a sucessão pastoral. Infelizmente, muitas igrejas com púlpitos fiéis acabam sendo destruídas pela má escolha de um novo pastor. Infelizmente, muitos ministros com medo de perderem seu posto e não considerando a brevidade da vida, acabam falhando em sua responsabilidade dada por Deus de treinar a próxima geração de ministros e de ensinar a congregação as características a serem procuradas em um ministro da Palavra.
O que acontece é que muitos membros acabam procurando características influenciadas pela cultura, especialmente pelo mundo corporativo. Infelizmente, a comissão de sucessão pastoral de algumas igrejas é norteada mais pelo pragmatismo e ideias erradas de sucesso do que princípios bíblicos e a fidelidade ao Senhor.
Precisamos atentar ao padrão da Escritura e podemos achar em Paulo exemplo e instrução. Em seu ministério, o apóstolo tinha quatro gerações em mente: “E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros” (2Tm 2.2). Paulo (1ª) instruiu Timóteo (2ª), que deveria instruir homens fiéis (3ª) que iriam instruir a outros (4ª). Além disso, ele instruiu a segunda geração sobre como reconhecer a terceira (veja 1Tm 3.1-7; Tt 1.5-9)
O exemplo do apóstolo deve servir de modelo para nós, principalmente para os atuais pastores. É imprescindível para a continuidade e saúde de uma igreja por diversas gerações que seus pastores e membros saibam o que procurar em um candidato ao ministério e em um candidato no processo de sucessão pastoral.
O que procurar em um candidato
Colin Marshall & Tony Payne no livro “A Treliça e a Videira: A Mentalidade de Discipulado que Muda Tudo” (Editora Fiel, 2015) trabalham sobre este assunto no capítulo dez do livro. Abaixo adaptamos um pequeno trecho para sua instrução (p. 150-151):
Devemos ser caçadores de talentos. Se a atual geração de pastores e ministros é responsável por chamar, escolher e separar a geração seguinte, precisamos estar em constante vigilância, para acharmos o tipo de pessoa que têm dons e integridade para pregar a Palavra e pastorear o povo de Deus.
Com base nas epístolas pastorais, aprendemos que, ao selecionar presbíteros, bispos e diáconos, devemos procurar pessoas que são:
- fiéis em seu entendimento da Palavra de Deus e em seu compromisso com ela.
- íntegras em sua reputação e exemplo de piedade.
- talentosas em sua capacidade de ensinar a outros.
- provadas em sua habilidade de liderar e governar uma família.
A esta lista básica poderíamos acrescentar outras qualidades e características que indicam frequentemente pessoas que têm os dons e o potencial para serem trabalhadores do evangelho:
- comunicadores que falam e persuadem para ganhar a vida (como vendedores, professores, corretores e advogados).
- empreendedores que têm o ímpeto e a inteligência para ver possibilidades e começar algo novo.
- líderes naturais que influenciam e inspiram outros apenas pela integridade e força de seu caráter.
- pessoas dotadas academicamente que podem aplicar seu intelecto à teologia, ao ensino, à liderança e à estratégia.
- pessoas que têm o potencial para alcançar grupos específicos em nossa comunidade ou no exterior, por virtude de sua etnia, língua, capacidades, trabalho ou cidade natal.
À medida que trabalhamos com pessoas em nossas igrejas, devemos estar atentos para aquelas que têm estas qualidades ou o potencial para desenvolverem estas qualidades. Estas são as “pessoas que vale a pena observarmos”, os potenciais trabalhadores do evangelho para a geração seguinte. Se você começar a observar alguém assim em sua igreja, faça a si mesmo algumas destas perguntas:
- Ele é genuinamente convertido e capaz de articular sua fé em Cristo?
- Está lendo e fazendo perguntas sobre a Bíblia e teologia?
- Ele é fiel em aplicar a Bíblia à sua maneira de pensar e à sua vida?
- É humilde e disposto a aprender?
- É fiel e digno de confiança?
- Há algum pecado passado ou presente que pode trazer desonra ao nome de Cristo?
- Ele serve aos outros sem que lhe peçam?
- Trabalha na evangelização?
- É um comunicador natural?
- Mostra liderança em sua escola, trabalho ou vida esportiva?
- Outros o estão seguindo por causa do seu ministério?
- Pessoas respondem positivamente ao seu ministério?
- Sua vida familiar é saudável?
- Ele se relaciona bem com os outros?
- Sua esposa também é comprometida com o ministério?
- Ele é emocionalmente estável e prudente? Será capaz de enfrentar críticas, desapontamento e fracasso?
O tipo de pessoa que satisfaz a estas perguntas tem o potencial para crescer e se tornar um “trabalhador do evangelho reconhecido”. E um dos passos mais proveitosos neste caminho é um ministério de aprendizado.
Se sua igreja está passando por uma sucessão pastoral, atente-se bem ao padrão bíblico. Fidelidade ao Senhor da Seara sempre será mais sábio que seguir os conselhos do mundo.