13 porquês para viver – O que pais cristãos podem aprender com a série 13 Reasons Why

Esta é a parte 1 de uma série de 2 partes: Parte 2

“Nós conversamos com nossos filhos esta semana sobre as delícias da vida mais do que sobre as disciplinas da vida? Nos os inspiramos e guiamos mais do que os corrigimos?” — V. Gilbert Beers

Muitos de vocês estão familiarizados com uma série da Netflix que está chamando a atenção de estudantes dos ensinos fundamental e médio. 13 Reasons Why é uma série baseada em um romance escrito por Jay Asher. Depois que a colega de classe por quem tinha interesse amoroso, Hannah Baker, comete suicídio, Clay Jensen fica inquieto para entender o porquê. Ao retornar da escola, encontra na varanda um pacote com o seu nome. Dentro do pacote, ele encontra várias fitas cassete gravadas por Hannah. Ela diz a ele que existem treze razões pelas quais ela decidiu acabar com a sua vida. Clay é uma delas. Se ele assistir às fitas, descobrirá o porquê.

Clay se torna uma testemunha em primeira mão da dor de Hannah, e enquanto ele segue ouvindo as suas palavras gravadas, descobre as pessoas que influenciaram a decisão de Hannah — e seus segredos. Clay está em conflito e tomado por sentimentos de culpa, confusão e um desejo de corrigir os erros que foram cometidos.

A questão assustadora deixada para os vivos é esta: “Eu matei Hannah Baker?”. A culpa e a vergonha rapidamente causam estragos em um grupo de estudantes cujas vidas são aproximadas pelos segredos que cada um está tentando esconder. Isso acaba em coração partidos, alguns segredos sendo revelados e outros não. Se há algo de positivo na mensagem, é que as escolhas têm consequências (às vezes, muito graves) e que todos nós devemos assumir a responsabilidade por nossas próprias ações.

No entanto, essa mensagem positiva é muito ofuscada pela brutalidade gráfica, sexualidade e corrupção que é exibida como “normal” para crianças naquela idade. A série reflete os temas atuais, de forma subjacente, em muitos outros dramas adolescentes: licenciosidade, fazer o que parece ser bom, buscar por ser o melhor, sexo recreativo e uso de drogas — tudo com pouca orientação redentora no drama que se desenrola. Pais e outros adultos são retratados como pessoas incompetentes e mal informadas que interferem naquilo que a razão adolescente sabe ser o melhor caminho. E embora essas atividades e crenças possam ser normais para alguns jovens, tais séries criam um senso distorcido do que é típico para a cultura adolescente americana e estabelecem um mau precedente para o telespectador adolescente/pré-adolescente médio.

Eu poderia falar sobre as razões pelas quais essa série não deveria ser direcionada aos jovens e os riscos que ela cria para outros jovens darem passos semelhantes aos de Hannah Baker. No entanto, há algo valioso que extraí dessa história. É isso: As crianças precisam de razões para viver. Elas precisam encontrar significado e identidade nas coisas que realmente satisfazem. Elas precisam de esperança. E elas precisam aprender a viver.

Nós damos aos nossos filhos 13 porquês vale a pena viver? Promovemos conversas sobre temas difíceis? Nós os convencemos de que nenhum assunto é muito difícil para nós ouvirmos, nenhum problema está fora dos limites, e que podemos lidar com os detalhes mais íntimos de suas vidas com genuíno amor e preocupação? Devemos ser pró-ativos e promover conexões com nossos jovens. Quando eles são tentados a crer que aquilo que temos a dizer é irrelevante ou inadequado, devemos nos esforçar incansavelmente para envolvê-los, provando o nosso valor em suas vidas.

Que os adolescentes saibam que não estão sozinhos. Seja proativo ao abordar temas difíceis quando eles são jovens, antes mesmo de os problemas entrarem no mundo deles. Seja um guia para a sua redenção falando sobre a corrupção que eles serão forçados a experimentar. Faça-os saber que existe Alguém que luta em favor deles.

Aqui estão 13 porquês para mostrar aos seus filhos que a vida vale a pena ser vivida:

  1. Você não está sozinho. “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam”. (Sl 23.4)
  2. Você tem valor. “Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. “Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos pardais”. (1Pe 2.9; Mt 10.31).
  3. Deus se importa com as suas lágrimas. “E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram”. (Ap 21.4)
  4. Você pode encontrar ajuda. “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações”. “Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. (Sl 46.1; Hb 4.15-16)
  5. A sua vida tem um propósito. “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais”. (Jr 29.11)
  6. O que você está passando é temporário. “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas”. (2Co 4.16-18).
  7. Há um bom caminho a seguir, mesmo quando a vida é difícil. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar”. (1Co 10.13)
  8. Você é mais do que sua aparência exterior. “Porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração”. (1Sm 16.7)
  9. Você não pode imaginar o bem que está reservado para você. “Mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”. (1Co 2.9).
  10. Você nem sempre se sentirá assim. “Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos”. “Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”. (2Co 4.8-9; Sl 30.5).
  11. Você é muito amado(a). “Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí”. “… qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo”. (Jr 31.3; Ef 3.18).
  12. Você não será envergonhado(a). “Não temas, porque não serás envergonhada; não te envergonhes, porque não sofrerás humilhação; pois te esquecerás da vergonha da tua mocidade e não mais te lembrarás do opróbrio da tua viuvez”. “Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei; que me poderá fazer o homem?”. (Is 54.4; Hb 13.5-6)
  13. Deus intenciona o bem em sua vida. “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida”. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. (Gn 50.20; Rm 8.28)

Como pais, vivam vocês mesmos esses 13 porquês! Quando conversarem com seus filhos, comuniquem esses porquês em suas próprias palavras, adornadas com a sua experiência de vida e a deles. E, conforme apropriado, aponte-os para as Escrituras onde Deus dá esses porquês. Ajude-os a ligar os pontos das promessas de Deus às suas lutas. O objetivo não é citar as Escrituras para nossos filhos, mas trazer a verdade à vida em palavras e ações relevantes. Queremos ajudá-los a ver que a Bíblia revela muito mais do que correção e regras. Revela vida, liberdade e relacionamento pessoal com um Deus que sabe o que está acontecendo em suas vidas. O desafio é falar sábia e convincentemente de tais verdades em conexão com as experiências deles. E, quando Deus está presente, vocês descobrirão que existem mais de 13 porquês viver vale a pena. Então, continuem olhando para e ouvindo o nosso Deus vivo e amoroso!

Esta é a primeira parte de uma série em duas partes: Parte 2

Por: Julie Lowe. © Christian Counseling & Educational Foundation. Website: ccef.org. Traduzido com permissão. Fonte: 13 Reasons Why.

Original: 13 porquês para viver – O que pais cristãos podem aprender com a série 13 Reasons Why. © Voltemos ao Evangelho. Website: voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão: Filipe Castelo Branco.