Um blog do Ministério Fiel
Natal sem pisca-pisca: alegria em meio às dificuldades da vida
A cena é familiar. Uma criança vestida como um anjo está com os braços estendidos enquanto o narrador lê: “Não temais…”. Então todo o coral das crianças se levanta enquanto o narrador continua, “E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial louvando a Deus e dizendo…”. Nessa “deixa”, nossos preciosos pequeninos cantam “Gló-ó-ó-ó-ó-ria, in excelsis Deo”. Nós nos deleitamos por esses poucos momentos na alegria de Natal de nossos filhos, mas não demoramos muito para que deixemos o mundo deles e voltemos às decepções, desafios e ameaças que nos cercam. E muitos de nós ficamos a perguntar: “Como qualquer adulto sensato pode ser feliz no Natal?”
Condições problemáticas
Para responder a essa pergunta, devemos nos lembrar das condições problemáticas presentes naquela época em que os anjos louvaram. “Naqueles dias foi publicado um decreto de César Augusto” (Lc 2.1). Essas palavras revelam que a alegria dos anjos não tinha suas raízes na ingenuidade infantil. Forças satânicas capacitaram governos que oprimiam o povo. A corrupção moral corria solta em Israel. Os crentes eram condenados ao ostracismo, ridicularizados e ameaçados pela violência e perseguição em cada esquina ou curva. Soa familiar? O mundo em que Cristo nasceu era muito parecido com o nosso.
Dispostos para a batalha
Os anjos não eram um doce coro infantil. Eles eram “uma multidão da hoste celestial” (Lc 2.13). Na Bíblia, “Senhor dos Exércitos” refere-se mais frequentemente a Deus como aquele que lidera os exércitos do céu, anjos que batalham contra Satanás e forças demoníacas. Então, quando o anjo anunciou: “eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria […] é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. (Lc 2.10-11), tal como os antigos exércitos humanos cantavam quando entravam na batalha, esses anjos cantaram – um vasto exército disposto a lutar contra todo poder que ameaça o povo de Deus.
Alegre da vitória
Para entender a “grande alegria” deste primeiro Natal, devemos reconhecer o que foi tão surpreendente no nascimento de Jesus. Em primeiro lugar, as palavras “boas novas” ou “evangelho” geralmente nos fazem pensar em como Jesus traz salvação para as pessoas que nele creem. “Boas Notícias” inclui isso, mas passagens como 2 Samuel 18.31 revelam que essa frase é realmente o anúncio da vitória na batalha. Em segundo lugar, o termo “Salvador” nos faz pensar outra vez em como Jesus salva os indivíduos do pecado. Novamente, “Salvador” inclui isso, mas passagens como Sofonias 3.17 ensinam que um “salvador” é um guerreiro, alguém que livra seu povo do perigo e garante a vitória.
Em resposta à certeza da vitória de “Cristo, o Senhor” (Lc 2.11), o exército angelical cantou: “Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”! (Lc 2.14). E esse louvor deve encher todo coração, até mesmo o coração dos adultos “sensatos”. O mal nos ameaça de todos os lados, mas conhecemos a boa notícia de que a vitória é certa. Cristo nosso guerreiro vitorioso já nasceu.