Um blog do Ministério Fiel
6 verdades para namorar alguém com um histórico sexual
Por alguma razão, os seriados modernos parecem ser o único espaço que abertamente abordam o escuro embaraço de namorar um parceiro com um passado sexual. A televisão pode transformar esta história em muitas coisas, fazê-la vazia de sentido, devastadora e até humorística. Mas não pode redimi-la – pelo menos não de uma forma profundamente verdadeira e duradoura. O evangelho, porém, oferece graça real para o coração que pode se encontrar cambaleante ao descobrir sobre o passado sexual de um namorado ou namorada.
Aquele que tem sua própria história sexual encara seus próprios desafios. As emoções gêmeas de namorar com alguém que tem uma história sexual, contudo, são insegurança e obsessão. Insegurança, porque você se sente exposto e já julgado quando você sente o peso do arrependimento e luta do seu parceiro para tratar o que aqueles pecados significam para você. Obsessão, porque você quer que o passado fique no passado, mas apenas depois da sua investigação morbidamente detalhada, e porque você teimosamente se nega a ser rejeitado e negligenciado por causa da pureza que você guardou tão diligentemente.
“E se eu não for tão bom na cama quanto o ex dela?
“E se meu corpo não for tão lindo quanto o da ex dele?”
“E se, quando estivermos casados, ele deseje estar com ela?”
A reação reflexa da insegurança é de medir a si mesmo, especialmente fisicamente: pressionar em números para a segurança, recorrer a polegadas para se sentir valorizado, correr para a balança para se sentir amável.
Aqui estão seis verdades para ajudar seu coração a se acalmar, silenciar as mentiras, e proceder com sabedoria e cautela compassivas em um relacionamento com alguém que tem uma história sexual.
1. Medir o amor extingue o amor.
O reflexo é compreensível, mas vão. Quer você se compare a alguém ou não, se você comprar a mentira que o amor deve ser medido, você destrói a intimidade verdadeira. Quando você mede sua capacidade de ser amado através de tentar medir sua sexualidade, você diminui sua humanidade.
2. O amor é individual, não baseado na performance.
O que te dá medo é que você vai aparecer com uma masculinidade ou feminilidade pequena no casamento, que você vai viver sempre na sombra dos ex-parceiros do seu parceiro, que suas lacunas e deficiências vão emergir sobre você na forma de inexperiência. Lembre-se disso: sexo com propósito não é primeiramente sobre uma sensação particular, mas sobre uma pessoa particular (1Cor 7.4; Ef 5.31-32), e apenas no contexto designado por Deus na aliança do casamento.
O benefício sustentador do sexo no casamento não é o orgasmo, mas uma relação íntima comprometida. Não compre a tentação de pensar nos modos pelos quais você é deficiente, a tentação de autodestruição. O evangelho nos lembra: o Amado é a bênção (Ef 1.6).
3. O amor não cede à paranoia.
Lembre-se que seus reflexos defensivos, de assumir que você está sempre sendo comparado ao ex da sua parceira, nascem da paranóia. Se seu parceiro realmente espera que você esteja em conformidade com os padrões dos parceiros sexuais anteriores, ele não está pronto para namorar, isso é, não está pronto para ser confiado pelo seu coração (ou de qualquer outra pessoa).
Se ele não força nenhuma comparação em você, faça seu melhor para aceitar e avançar. Permanecer na paranoia sobre as deficiências vai corroer sua alma e seu relacionamento de dentro para fora. “Quem teme ao homem arma ciladas” (Pv 29.25): a cilada é você. É seu medo injustificado e equivocado.
4. O amor não revisita, mas cobre uma ofensa perdoada.
Trazer à tona o passado sexual do seu parceiro repetidamente vai destruir seu relacionamento rapidamente: “O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores amigos” (Pv 17.9). Obsessões com o passado do seu parceiro provavelmente sinaliza que você tem algum trabalho para fazer. Converse com alguns sadios e piedosos (confidenciais) amigos além do seu parceiro.
“Onde não há conselho fracassam os projetos” (Pv 15.22). O mesmo pode ser dito de um namoro. Faça do seu fechado, confiável e seletivo grupo de amigos o lugar para pensar abertamente em confiança, e faça do seu relacionamento o lugar onde você fala intencionalmente e cuidadosamente.
5. O amor reconhece a graça e se guarda contra a justiça própria.
Seja humilde e reconheça que seu parceiro com um passado sexual pode entender a graça agora muito melhor do que você (Fp 2.3). Jesus diz, “Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” (Lc 7.47). Casar com alguém com um passado não é “confortável”, mas pode ser um grande presente. Quão enlouquecedor isso deve ser para Satanás. O que ele destinou para o mal para nos prejudicar ou desmoralizar, Deus destina para o nosso bem (Gn 50.20).
Investigue seu coração e elimine a justiça própria para que você não seja cego para ver que Deus pode estar dando a você um parceiro que é gracioso o suficiente para estar com você porque ele recebeu graça. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). Amém, e aqueles que uma vez foram impuros de coração às vezes são abençoados com uma visão de Deus que os permite se gloriar em Deus mais do que todo o resto (2Cor 12.1).
6. O amor não precisa ser o melhor.
Lembre-se que sua identidade está em Cristo. Novamente, se você se casar com seu parceiro que tem um passado sexual, você talvez não será a melhor pessoa na vida dele em todas as áreas da vida. Alguém no círculo dele será mais atraente. Mais competente. Mais engraçado. Mais simpático. Sustentar nosso valor em ser o melhor em tudo na vida do futuro cônjuge é absurdo. Se o namoro está sendo movido em direção ao casamento, e você escuta sobre uma história sexual, reconheça que nunca esteve buscando essa pessoa para que você pudesse ser o melhor na cama, ou o melhor em qualquer outra coisa.
Os cristãos namoram para tentar mostrar amor, paciência e cuidado com o outro, para dar o que for necessário para o outro buscar Cristo, enquanto os dois estiverem vivos. O promíscuo Rei Salomão sabia de primeira mão: satisfação é medida não em termos de o que uma pessoa consegue fazer em quinze minutos, mas o que ela pode fazer em quinze anos: “Muitos proclamam sua própria bondade, mas o homem fiel, quem o achará?” (Pv 20.6).
Ao tentar se comparar com parceiros sexuais do passado, nós damos ao passado o poder que ele não tem, que nem imaginava ter. É muito fácil ficar obsessivo com a história sexual do seu parceiro. Se seu parceiro diz, “Não pense sobre minha ex”, isso realmente poderia ser verdadeiro. Seria uma terrível violência dar aos pecados passados de alguém poder sobre eles que os pecados anteriormente não tinham. Dê a eles a graça de saber que o passado deles não os definem.
Auxílios Práticos para a Conversa
Todos nós temos aqueles monstros do remorso individual escondidos nos nossos armários. Temos olhados alguns deles nos olhos. Mas ainda existe trabalho difícil para fazer, entender, perdoar, chorar, esquecer, amadurecer, resolver, e existem algumas maneiras concretas pelas quais Cristo entra na conversa sobre o passado sexual em um namoro.
1. Faça a conversa difícil ser pastoral, não privada.
Trazer um casal compassivo mais velho na igreja, talvez até com a mesma história, pode proteger vocês dois de pecarem contra o outro nas formas que mencionamos acima. Isso pode ter várias formas. Se seu parceiro com um passado sexual já estiver na companhia de uma igreja e está andando na luz de uma equipe pastoral, os recursos provavelmente existem ali para ajudar. Eles são conhecidos, eles são confiáveis, e essa é uma boa situação para iniciar (Fp 2.22). Trazer mentores compreensivos para a conversa não faz com que o relacionamento perca controle, mas oferece o potencial de uma perspectiva bíblica e nitidez balanceada e cheia de esperança.
Enquanto a conversa pode ser difícil e embaraçosa, ela não precisa ser feita sozinha. Um casal sábio de casados pode lembrar ao casal de namorados que o namoro não tem as ferramentas definitivas para terminar a conversa e seguir adiante. Um casal de namorados provavelmente não vai fazer promessas suficientes ou decisões ou resoluções dentro da estrutura do relacionamento deles para abordar completamente o passado sexual de alguém. Conhecer não é uma derrota, mas misericórdia. Não tente resolver a conversa sobre o passado sexual no namoro, mas deixe que isso tenha a extensão apropriada. Se esse tópico tem sido especialmente doloroso ou difícil para você, pode ser útil se comprometer a abster-se de falar sobre isso exceto com um casal mais velho ou em um aconselhamento pré-matrimonial.
2. Foque em última instância na maturidade presente, não na história passada.
A conversa não deve ser principalmente sobre a questão da história, mas da maturidade. Sim, a pessoa com o passado, se a atividade sexual é recente, precisa de tempo para se recuperar antes de entrar em outro relacionamento romântico. Não existe um número mágico de semanas ou meses para esperar antes de namorar alguém depois de ter tido um relacionamento sexual. Andy Stanley recomenda [1] que cristãos que tenham caído em um estilo de vida de imoralidade sexual esperem um ano antes de namorar novamente. Ele diz, de fato, que isso é o melhor e mais importante conselho que ele pode dar para aqueles nessa situação. Não é uma lei. Pode até existir uma grande sabedoria nisso. “Não é bom ter zelo sem conhecimento, nem ser precipitado e perder o caminho” (Pv 19.2).
Enquanto você considera alguém para o casamento, a maturidade da pessoa hoje, que é a evidência e a trajetória dela ficando mais parecida com Cristo, deve ser sua preocupação primária. Esse homem ou mulher é manifestadamente, não impecavelmente, marcado ou marcada pela graça de Deus, uma graça que perdoa e faz tudo novo? Eu estou disposto a confiar e me comprometer, com o meu coração, tempo e dons, a esse particular filho de Deus em aperfeiçoamento?
Se você é uma pessoa que não tem uma história sexual extensiva, você talvez não esteja pronto para namorar. Você talvez não é maduro o suficiente para andar graciosa e utilmente com alguém que tem uma história sexual (ou qualquer outro tipo de história). Existe uma chance real de aquele sem uma história sexual ser o irmão mais fraco no relacionamento (Rm 14.1-2).
3. Perdão acontece no momento, cura e confiança levam tempo.
Shakespeare escreveu, “O que é passado é prólogo”. Isso pode nos ajudar. Talvez, para os nossos propósitos, pode ser mais adequado falar: “Se é passado, então é prólogo”. Nosso passado não é nosso prólogo, nosso passado somos nós, e leva tempo para remodelar e apagar aquilo que foi feito nos primeiros atos das nossas vidas. Não leva tempo para Deus te salvar (te resgatar do seu pecado e te preparar para o céu), mas pode levar algum tempo para te preparar para o namoro. Isso não são más notícias. Isso não é escravidão. Isso é o evangelho – saber que o pecado é profundo e a mudança frequentemente muito lenta é a vida cristã. Isso é trágico, e normal, e redimível e até mesmo belo.
Vivendo além do Passado.
As sementes da graça em um namoro onde um ou os dois parceiros tiveram uma história sexual podem florescer de várias maneiras. Elas podem produzir casamento (1Cor 7.7-9). Elas podem prolongar o namoro pelo bem do discernimento. A graça pode revelar que um, ou os dois, não estão preparados para namorar um ao outro. Pelo menos ainda não. Onde quer que Deus te leve, você não pode controlar o coração de outra pessoa, tão empenhado para mostrar paciência incessante de uma forma que é muito útil para ela, saudável para o relacionamento, e acima de tudo, que glorifica a Deus. Você é amado carinhosamente pelo seu Pai celestial. Na insanidade da teia escura construída pelo pecado sexual, amemos da maneira que Paulo esboça:
“Não sejas duro na repreensão”
“Aos jovens, como irmãos”
“Às jovens, como a irmãs” (1Tm 5.1-2)
Faça o padrão para as conversas sobre história sexual a mesma para com os mais velhos: “não dado ao vinho nem à violência, mas amável, inimigo de discórdias” (1Tm 3.3). Não existe intimidade sem dor. Há grande lucro em praticar e receber graça. Que Deus nos conceda a habilidade de lidar graciosamente com aqueles ao nosso redor, enquanto todos nós lamentamos os efeitos do pecado que sentimos todos os dias, em todos os relacionamentos e em cada fibra de nosso ser.