Um blog do Ministério Fiel
Qual é o oposto da homossexualidade?
Por que o casamento não é a minha vocação
Aos 33 anos de idade Bill se tornou um cristão depois de buscar relacionamentos com pessoas do mesmo sexo durante onze anos. Como um novo convertido, ele está bem aberto para se casar com uma mulher e até começar uma família. Contudo, agora trinta anos depois, ele continua solteiro e tem achado um piedoso contentamento sendo um homem solteiro. Bill lidera uma vida plena de ministério e faz mentoria de homens com experiências similares a dele.
Depois de anos na comunidade gay, Mark também colocou sua fé em Cristo. Sua nova vida como um cristão não trouxe nenhum interesse sexual ou romântico pelo sexo oposto. Ele estava pronto e contente para ser solteiro pelo resto de sua vida, assumindo que isso era sua única opção verdadeiramente cristã.
Mark se tornou melhor amigo de Andrea, também uma nova seguidora de Cristo. Ela saiu de um passado quebrado com namorados abusivos e até alguns abortos. Porque aqueles relacionamentos eram tóxicos, ela tinha decidido deixar o namoro para depois e no momento focar no seu relacionamento com Deus. Os dois se sentiram seguros juntos. Mark sabia que ela não queria namorar e Andrea sabia que ele não era atraído por garotas. O amor de um pelo outro era profundo mas platônico.
Depois de algum tempo, Mark começou a notar algumas coisas sobre ela que ele nunca tinha percebido até então. Novos sentimentos floresceram, tanto físicos quanto emocionais. Ele desenvolveu coragem suficiente e pediu ela em namoro. Depois de vários meses de namoro, ele a pediu em casamento. Na noite nupcial, ele confessou para a sua nova noiva, “Querida, eu não consigo explicar isso. Eu não me sinto atraído por nenhuma outra mulher. Eu me sinto atraído apenas por você.”
Dois homens, duas buscas, dois caminhos. Bill queria se casar mas continua solteiro hoje. Mark era solteiro e contente, mas agora ele está casado com Andrea. As vezes o caminho de Deus não é o que esperamos ou até o que queremos. Para alguns, é ser solteiro; para outros, é o casamento. Entretanto, para todos o objetivo é o mesmo, sejam solteiros ou casados, atraídos por pessoas do mesmo ou do sexo oposto, a santidade.
Quebrando Paradigmas Ruins
Vivemos em um mundo de incontáveis tons de cinza, não apenas cinquenta. Ambiguidade é a inócua mas nefasta abertura para o falso ensino. Assim, devemos acolher toda oportunidade para amorosamente comunicar a moralidade bíblica como já esperada e belamente preta e branca. Como tal, não podemos dizer que a heterossexualidade em todas as suas formas é santa ou o perfeito padrão de Deus.
Heterossexualidade é definida como “relativa a relações sexuais entre pessoas do sexo oposto”. Isso é extremamente amplo e inclui comportamento pecaminoso, como um homem dormindo com várias mulheres diferentes, um marido traindo sua esposa com outra mulher, e até a relação monogâmica comprometida de um namorado e namorada que coabitam.
Ainda assim, alguns cristãos consideram essas histórias de “sucesso” para indivíduos que sentem atração por pessoas do mesmo sexo porque eles estão alcançando seu “potencial heterossexual” (Shame and Attachment Loss, 24). A Bíblia, porém, não abençoa indiscriminadamente uma variedade de relações com o sexo oposto, seja incesto (Gn 19.31-36), estupro (Gn 34.2), prostituição (Lc 15.30), adultério (Mt 14.3-4) ou o sexo antes do casamento (Jo 4.16-18).
O que o Mundo Pensa
Por apenas afirmar que “a heterossexualidade é correta” sem qualificação, alguns podem ouvir uma tácita aprovação da imoralidade sexual listada acima. Certamente, nem todos os comportamentos ou relacionamentos heterossexuais são pecaminosos. A união entre um marido e uma mulher é abençoada por Deus. Porém, também precisamos reconhecer que a heterossexualidade não é sinônimo de casamento bíblico e não diz nada acerca de ser solteiro.
Os termos heterossexual e homossexual são originados da antropologia secular elevando desejos sexuais como uma forma legítima de categorizar a humanidade. Essa é uma categoria ontológica que os cristãos deveriam abraçar? Somos nós, de fato, definidos por nossos desejos e comportamentos sexuais?
O mundo aceita os termos heterossexual e homossexual em parte porque os desejos sexuais e as expressões sexuais são de máxima importância para os descrentes. A ideologia apregoada nas nossas salas de aula e nas telas de televisão é que sexo e sexualidade são inseparáveis, necessariamente, e aspectos essenciais de quem nós somos.
Pegar de empréstimo essa secular, artificial categoria de heterossexualidade para descrever como Deus chama os cristãos para viver perde seu padrão perfeito de santidade. Além disso, a Bíblia não categoriza a humanidade fundamentalmente de acordo com nossos desejos sexuais ou qualquer outra sorte de desejo para aquela questão. Usar um termo que confunde e ofusca nossa verdadeira identidade não é sábio, e abraçar uma categoria tão ampla que inclui o comportamento pecaminoso deve ser totalmente rejeitado. É irresponsável se agarrar a uma terminologia que só colabora para a confusão.
O que a Palavra Diz
Ao invés de afirmar categorias seculares, vamos olhar para o que é bíblico. O que nós precisamos é de uma categoria completamente nova para representar a ética sexual de Deus: sexualidade santa. Nós estamos nos classificando na estrutura errada: heterossexualidade, bissexualidade e homossexualidade. É hora de romper com esse paradigma secular e abraçar a visão de Deus para a sexualidade. O termo sexualidade santa simplifica e desembaraça uma que de outra forma seria uma conversação complexa.
A sexualidade santa consiste em apenas dois caminhos: castidade quando se é solteiro e fidelidade no casamento – como definido por Deus para ser entre o marido e sua mulher. Castidade é mais do que a simples abstenção de sexo extra-marital; transmite pureza e santidade. Fidelidade é mais do que meramente manter castidade no casamento e evitar sexo ilícito; transmite comprometimento pactual.
Eu descrevo esses dois como caminhos, e não “escolhas”. A solteirice, para muitos, não é uma escolha. Se você pensar sobre isso, ninguém nasce casado, todos nascemos solteiros! Enquanto alguns escolhem por continuar solteiros, nunca é inicialmente nossa própria escolha.
A sexualidade santa não é nada novo ou monumental. De Gênesis a Apocalipse, apenas dois caminhos se alinham com o padrão de Deus para a expressão sexual; se solteiro, seja sexualmente abstinente enquanto foge de desejos libidinosos; se casado, seja sexualmente e emocionalmente fiel ao seu esposo ou esposa do sexo oposto enquanto também foge dos desejos libidinosos. Todos nós suportamos juntos na mesma luta por uma sexualidade santa. Ao invés de determinar como nós devemos viver, baseado em padrões duradouros de desejos eróticos e românticos, o chamado de Deus para toda humanidade é a santidade.
Boas Novas Para Todos
Antes da minha conversão, eu ouvia a mensagem “cristã” alta e clara: homossexualidade é errada, e heterossexualidade é correta. Se eu quisesse me tornar um cristão, até então parecia, eu deveria ser sexualmente atraído por mulheres, como se quanto mais desejos eróticos eu tivesse por mulheres, mais homem cristão eu seria. Muitos cristãos têm erroneamente assumido que o principal objetivo para alguém como eu é para parar ou diminuir a atração por pessoas do mesmo sexo e desenvolver atrações pelo outro sexo.
Mas qual é o mal nisso? Se a pessoa quer casar, não seria bom ajudá-la a ser sexualmente atraída por pessoas do sexo oposto? Mas aqui está a verdade: a melhor maneira de preparar os outros para o casamento é ajudando-os a serem mais parecidos com Jesus. A chave para o casamento de sucesso não são os desejos sexuais, mas a união com Cristo.
Deus nos comanda para sermos “santos, porque eu sou santo” (Lv 11.44-45; 19.2; 20.7; 1Pe 1.16). O oposto bíblico para a homossexualidade não é a heterossexualidade, esse é não o objetivo definitivo. Mas o oposto para a homossexualidade é a santidade. Na verdade, o oposto para a luta contra qualquer pecado é a santidade.
O casamento piedoso e a solteirice piedosa são dois lados da mesma moeda. Faremos bem em parar de enfatizar apenas um sem o outro. Ambos são bons. Sexualidade santa – castidade na solteirice e fidelidade no casamento – é uma boa nova para todos.