Um blog do Ministério Fiel
Quando seu marido está esgotado
Crescendo no norte rural da Geórgia, eu nunca tive aspirações de me tornar esposa de pastor ou escritora. Aqui estou em Queens, Nova York, fazendo ambas as coisas! Fiz muito mais a primeira do que a outra. Por trinta e três anos, tive o privilégio de ministrar ao lado de meu marido, Ed, que está no cargo atual de pastor titular há vinte e seis anos. Eu não gostaria de estar em outro lugar fazendo outra coisa.
Mas isso nem sempre é o caso.
Ocasionalmente, refletimos sobre certas épocas do ministério que produziram pouco ou nenhum fruto duradouro. Houve algumas dessas ao longo dos anos – momentos em que você olha para trás e diz: “O que aconteceu”? Você pensa em pessoas que escorregaram pelas frestas e se pergunta.
“Onde eles estão agora?”
“Eles foram devidamente discipulados?”
“Eles foram salvos?”
“Eu fiz alguma coisa para ofendê-los?”
“O que poderíamos ter feito diferente?”
Embora possamos nunca saber as respostas para todas essas perguntas, não adianta ficarmos nos machucando por isso. Em vez disso, tentamos avaliar honestamente as situações, aprender com elas, sondar nossos corações, mudar quando necessário, compreender que Deus é soberano e descansar nele.
Mas os tempos infrutíferos não foram os mais desencorajadores. Em vez disso, foram os tempos de turbulência dentro da igreja que causaram a maior desesperança e desapontamento. Os ataques de dentro exigem mais energia e esforço. Um desses ataques quase nos derrubou e expulsou meu marido do ministério.
Foi aproximadamente aos 10 anos de ministério que a batalha começou – mais de 15 anos atrás. A primeira e pacífica década foi interrompida abruptamente quando a igreja se dividiu quanto a propostas de mudanças no estatuto da igreja. As divisões pareciam um ataque pessoal – principalmente porque eram. Eu me perguntava, como eles poderiam trair meu marido? Como eles poderiam nos trair? Eu fiquei chocada com os membros da igreja, alguns em posições de liderança com quem nós servíamos por tanto tempo, estavam agora representando uma cena de “O médico e o monstro”.
O ataque parecia surgir do nada, mas obviamente a situação já estava supurando a algum tempo. Havia obstrucionismo nas reuniões de negócios conforme discutíamos a reescrita do estatuto. Havia os dardos de falsas acusações. Houve traição. Alguns dos ataques que foram levantados contra Ed e os outros presbíteros não eram infundados, mas o espírito com que as críticas foram feitas era malicioso e ímpio. E tudo isso se arrastou por meses.
Meu marido ficou cansado. Ele estava definitivamente esgotado. Por muitas noites, ele se sentava em sua cadeira na sala de estar e chorava. Ele estava pronto para desistir. Eu costumava ouvir ele dizer aos jovens que procuravam ingressar no ministério de tempo integral: “Se você pode fazer qualquer outra coisa e se contentar, então você não tem chamado para o ministério.” Quando Ed disse que estava pronto para voltar para sua cidade natal na Pensilvânia e trabalhar no varejo, eu soube que estava mal. Ele foi separado para isso? Ele realmente havia sido “chamado”?
Antes de jogar totalmente a toalha, ele começou uma busca desesperada por um trabalho em outra igreja. A única que mostrou interesse estava na costa oposta dos Estados Unidos. Isso parecia longe o suficiente de todos os problemas, mas pela providência de Deus a igreja não lhe ofereceu o trabalho.
Então lá estávamos nós, em casa no meio de tudo isso. Embora as coisas ainda fossem ruins, pouco a pouco o alívio veio. As pessoas contenciosas começaram a sair, e os membros da igreja que ficaram começaram a se reunir em torno dos presbíteros. A verdade prevaleceu. Um grande senso de unidade e paz permeou a igreja.
Como isso aconteceu? O que – ou devo dizer, quem causou a mudança? Em última análise e simplesmente colocando, Deus fez! Não há outra resposta. E quando a maré virou, ele gentilmente usou vários meios para sustentar esse pastor, sua esposa e toda a igreja.
Por mais difíceis que tenham sido esses meses, quando um de nós estava particularmente deprimido, o outro geralmente tinha um espírito renovado e força do Senhor para ser um encorajador. Quando nós dois estávamos tão para baixo que não conseguíamos erguer nossas próprias cabeças, o Senhor era quem levantava nossas cabeças. Eu sei que meu marido era muito mais esmagado do que eu, mas muitas vezes ele gentilmente me protegia de detalhes específicos dos ataques. E quando não havia nada que eu pudesse fazer para ajudá-lo, eu ainda podia orar. Nós oramos muito durante aquela temporada.
Um dos maiores presentes que Deus deu à nossa igreja e ao meu marido foi a pluralidade de presbíteros. Nessas horas mais sombrias de nosso ministério, esses homens defendiam a verdade e lutavam tenazmente pela união dos irmãos. Eles estavam sob ataque também. Suas famílias sentiram a ferroada.
Eles se uniram em torno do meu marido, não como “paus-mandados”, mas como irmãos leais e fonte de grande encorajamento e suporte. Em várias ocasiões, ao longo dos anos, tenho me impressionado com a bondade de Deus em usar esses vários homens exatamente no momento certo e, com lágrimas de alegria, expressei minha gratidão a ele e a esses presbíteros.
Durante todo esse tumulto, não éramos apenas nós dois. Tinhamos quatro filhos pequenos – pequenos olhos e ouvidos que queríamos proteger do ataque, pequenos corações que queríamos proteger de danos. Sou muito grata a Deus por termos conseguido manter uma vida familiar normal durante essa batalha. Conseguimos consistentemente manter os devocionais familiares nas quais continuamos nossa leitura da Bíblia em um ano. Manter um senso de normalidade para nossa família tornou-se tremendamente útil.
Leais, queridos amigos também mostraram seu apoio. Eu sabia que eles nos amavam e estavam orando por nós. Assim como os inimigos do meu marido pareciam brotar do chão, parecia que os que apoiavam também. Algumas das senhoras da igreja foram especialmente gentis para comigo, telefonando, orando comigo, lendo a Palavra comigo. Elas sabiam que eu estava sofrendo também. Quando tudo já havia sido dito e feito, os ataques realmente serviram para fortalecer a igreja e aumentar o amor e a união entre os irmãos. Além disso, Ed e os outros presbíteros tinham um vigor renovado para pastorear o rebanho.
Mas o alimento mais maravilhoso que tivemos foi que Jesus Cristo estava conosco. Se todos os outros nos tivessem abandonado, ele teria permanecido. Por quê? Porque ele ama sua noiva, a igreja. Somos preciosos para ele e, a ele, sou muito grata!
Talvez você esteja apenas começando sua jornada como esposa de pastor. Talvez você tenha sido muito mais do que eu, ou esteja no meio de uma temporada muito difícil de ministério e seu marido esteja passando pela síndrome de Burnout. Seja qual for o caso, lembre-se e regozije-se no evangelho. Aproxime-se de Cristo. Ele, acima de tudo, vai sustentá-los e restaurar a alegria.