Um blog do Ministério Fiel
Por que a amizade é difícil para os homens?
Cinco maneiras de construir relacionamentos mais fortes
“Isso costumava ser bom”.
Essa foi a primeira resposta quando perguntei recentemente a um grupo de homens o que vem à mente quando pensam em amizade. Uma vez que eles entraram em seus vinte ou trinta e tantos anos, muitos deles não tinham mais amizades próximas. Nós rimos principalmente quando brincamos sobre o “milagre” de Jesus de ter doze amigos próximos aos seus trinta anos.
Muitos fatores se combinam para tornar a amizade difícil para os homens. Pessoalmente, o tempo para os amigos parece irrealista à luz do trabalho ou das responsabilidades familiares. Culturalmente, não temos uma compreensão compartilhada de como as amizades entre os homens devem ser. Também nos encontramos conectando mais digitalmente do que intimamente. Perdemos a visão de uma amizade masculina forte, calorosa, face a face e lado a lado.
Mas Deus nos criou para mais. Ele nos fez à sua própria imagem, a imagem de um Deus trino que existe no amor comunal. Portanto, a amizade não é um luxo; é uma necessidade relacional. Nós glorificamos a Deus apreciando-o e refletindo seu amor relacional um com o outro. Se você é um homem que tem lutado para ter uma amizade mais profunda com outros homens, aqui estão cinco passos concretos para cultivar essas amizades.
1. Estabeleça uma agenda para seus relacionamentos.
Sem planejamento em nossas vidas, as prioridades importantes não são cumpridas. Se valorizamos ter comunhão com Deus através de sua palavra e oração, formamos um hábito. Se quisermos nos exercitar consistentemente, criamos um padrão.
Aqui está uma proposta para cultivar a amizade: inclua na sua agenda. Estabelecer uma agenda regular para tomar café juntos. Dedique uma refeição toda semana – digamos, cafés da manhã de segunda-feira ou jantares de quarta-feira – para compartilhar com os outros. Planeje encontrarem-se para fazer caminhadas juntos. Reserve um fim de semana prolongado a cada ano para fugirem e aproveitarem a criação de Deus juntos.
2. Leve cada conversa para um nível mais profundo.
Conversas sobre esportes e atividades diárias valem a pena. Mas se é tudo sobre o que falamos, é como mergulhar de “snorkel” na superfície enquanto perdemos as maravilhas mais profundas do oceano.
Mas como podemos aprofundar nossas conversas?
Primeiro, faça perguntas inteligentes. Quando você estiver dirigindo para encontrar seu amigo, pense no que deseja aprender sobre ele. Pense nos principais aspectos de sua vida agora – seu relacionamento com o Senhor, sua família, seu trabalho – e pergunte a ele como estão as coisas. Quando ele falar sobre um desafio, pergunte como está, em meio a isso, sua vida interior (seu coração, sua disposição para com Deus). E partindo daí, mantenha sua curiosidade e faça mais perguntas.
Em segundo lugar, fale sobre o que você está lendo. Pergunte como a palavra de Deus o convenceu ou encorajou recentemente. Pergunte qual livro ele leu recentemente que o ajudou a conhecer a Deus ou a viver com mais fidelidade como discípulo. Considere ler as Escrituras ou um livro saturado das Escrituras e reunirem-se para falar sobre ele.
3. Superar nossa aversão cultural em expressar afeição.
“Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal” (Rm 12.10). Nós geralmente não colocamos essas duas últimas palavras uma ao lado da outra – fraternal parece masculina; amor soa feminino. Mas lá estão elas juntas, convidando-nos a cultivar um amor fraternal genuíno, não-estranho e afetuoso.
Vemos esse amor fraternal com Jônatas e Davi: “a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou como à sua própria alma”. (1Sm 18.1). Vemos isso com Paulo e os presbíteros de Éfeso: “Então, houve grande pranto entre todos, e, abraçando afetuosamente a Paulo, o beijavam”, (At 20.37).
Expressar carinho é desconfortável para os homens hoje porque nossa cultura mudou lentamente sua compreensão da masculinidade. Em vez de combinar força e ternura, vemos a masculinidade como muscular e agressiva. Nossa cultura também tem amor sexualizado, interpretando o afeto entre os homens como algo diferente de amizade. Mas podemos construir um caminho melhor.
4. Oxigenar suas amizades com reconhecimentos.
O que acontece sem oxigênio? Ficamos lentos e letárgicos. É assim que se sentem os relacionamentos sem reconhecimentos. Talvez seja por isso que alguns de seus relacionamentos se tornem ríspidos, frágeis ou desgastados. Reconhecimento é oxigênio relacional. Uma das ferramentas mais poderosas para cultivar a verdadeira amizade é Romanos 12.10: “preferindo-vos em honra uns aos outros”.
Os homens acham difícil dar e receber honra e reconhecimento. É desconfortável a princípio contar a alguém porque você agradece a Deus por ele ou porque o respeita. Mas apenas no começo. Eu vi muitos homens trabalharem com suas hesitações iniciais e começarem a cultivar uma cultura de encorajamento sincero em torno deles. E eu vi os outros homens florescerem por causa disso.
5. Convide amigos para o que você já está fazendo.
Nossos horários estão cheios e corremos de uma coisa para outra. Não enxergamos como podemos encontrar tempo para os amigos. Mas e se você não precisar refazer sua agenda? E se você puder incluir amigos nas atividades que você já faz? Aqui estão algumas sugestões que vi funcionando:
- Quando você planeja assistir a um evento esportivo ou a um programa semanal, descubra quem mais gostaria de assisti-lo e convide-o para acompanhá-lo.
- Se você se exercita algumas vezes por semana, faça-o com um amigo.
- Convide amigos ou familiares para acompanhá-lo no jantar ou sobremesa. Se você tem filhos pequenos, permita que seus convidados participem da rotina de colocar eles para dormir e depois permaneçam reunidos até mais tarde.
- Se você tem filhos pequenos, convide alguém para se juntar à sua família no parque.
- Coloque alguns amigos na discagem rápida e ligue para eles em sua volta diária para casa.
- Se você tem um projeto em casa para concluir, convide alguém para ajudá-lo e ofereça-se para ajudá-lo com o dele.
Esperança e ajuda para forjar amizade
Jesus é o nosso maior modelo de amizade masculina. Ele iniciou relacionamentos e convidou homens para estarem com ele (Mc 3.14). Ele continuamente fazia perguntas instigantes. Ele amava seus discípulos com amor fraterno (Jo 13.1). Ele nos chama de seus amigos (Jo 15.13-15). Ele também nos dá o grande privilégio de refletir e desfrutar desse tipo de verdadeira amizade com outros homens.
Talvez, ao considerar dar esses passos, você olhe para a frente com esperança e hesitação. Talvez você pense em quando experimentou uma comunhão mais profunda e ache que não encontrará isso novamente. Ou talvez você ainda sinta dor por tentativas frustradas de se conectar com outras pessoas. Você se pergunta se forjar amizades é mais difícil, ou até mesmo impossível, para você.
Antes de desistir, lembre-se de duas verdades: Primeiro, Jesus não é apenas o modelo da verdadeira amizade; ele é o nosso verdadeiro amigo. Ele inicia a amizade conosco e nós a recebemos nos termos da graça. Agora, “ninguém pode dizer que não tenho ‘amigo’ a quem recorrer, desde que Cristo esteja no céu” (J.C. Ryle, Expository Thoughts, 3: 114). Segundo, ele tem prazer em nos ver buscando a verdadeira comunhão em seu nome. Só Deus é capaz de criar, renovar e fortalecer os relacionamentos humanos mais profundos. Então, ore. Peça a Deus que torne seus esforços de amizade produtivos. Então confie nele, seja paciente e continue dando passos em direção aos outros com a força que ele oferece.