Um blog do Ministério Fiel
O custo do discipulado
Seguir as pessoas hoje é fácil. Nós começamos a seguir alguém com um clique de um botão nas mídias sociais. O custo é minúsculo. No máximo, perdemos um pouco de dignidade (dependendo de quem seguimos). Normalmente, queremos seguir amigos e familiares ou pessoas cujas vidas cobiçamos. As celebridades têm milhões de seguidores e não pedem muito em troca, talvez o ocasional “curtir”. Atualmente, seguir alguém é fácil, tão fácil que podemos acompanhar centenas, até milhares, de pessoas. Eu me pergunto se esse fenômeno não ajudou a nos confundir com as palavras de Jesus: “Siga-me”.
A vida que Jesus nos chama para imitar não foi cobiçada por ninguém. Se o Instagram existisse no primeiro século, não tenho certeza se Jesus teria muitos seguidores. Ele era um pária religioso, então os piedosos não seriam pegos seguindo-o. Em nossos dias, os “espirituais, mas não religiosos” acham igualmente difícil seguir a Jesus por duas razões.
Primeiro, Jesus exige que o sigamos de uma maneira que não sigamos mais ninguém. “Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. (Lc 14.26). Família e celebridades ficam felizes em compartilhar seus seguidores, mas Jesus não. Você não pode seguir a Jesus e ser dedicado aos outros da mesma maneira que é dedicado a ele. Esse tipo de exclusividade é especialmente difícil em sociedades como a nossa, onde os não cristãos ficam felizes em incluir Jesus entre os grandes mestres religiosos, mas não acima deles. No entanto, Jesus não dividirá o palco com mais ninguém e exige que nosso amor por Ele seja único.
Segundo, Jesus exige que o sigamos precisamente quando não é excitante ou confortável. “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo” (v. 27). O conforto e a glória que muitas vezes queremos para nós mesmos são contrários à cruz. Portanto, seguir Jesus é abraçar uma vida cruciforme. João Calvino escreveu que os seguidores de Cristo “deveriam se preparar para uma vida difícil, penosa e inquieta, repleta de muitos e vários tipos de mal”. Tão grande é o custo de seguir Jesus que ele nos exorta a considerar cuidadosamente a decisão antes de “clicarmos” no “seguir” (vv. 28–32).
Jesus concluiu seu chamado ao discipulado em Lucas 14, dizendo: “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (v. 33). Simplificando, seguir a Jesus custará tudo, mas o que você ganha é maior do que o que você perde. Através da cruz, recebemos o Cristo, que para nossa salvação a suportou antes de nós.