Contemplando o Rei: Elisabeth Elliot

Enquanto eu lia a notícia do regresso de Elisabeth Elliot à casa do Pai, lágrimas encheram meus olhos, tanto de tristeza quanto de gratidão. Senti como se tivesse perdido uma mentora, e ainda assim me alegro por seu descanso ter chegado.

Minha primeira introdução aos escritos de Elliot veio no ensino médio, quando um amigo passou uma cópia de Passion and Purity. Li Through the Gates of Splendor durante meu primeiro ano de faculdade e, a partir desse momento, seus escritos caminharam ao meu lado, desafiando e moldando meus pontos de vista sobre contentamento, missões, feminilidade, trabalho, teologia e sofrimento.

Nos dias anteriores aos blogs, ela produzia um boletim. Eu esperava ansiosamente pela chegada do meu a cada dois meses, sempre encontrando muito o que aprender com sua sabedoria. Ela teceu teologia e vida juntas de uma maneira que falava ao meu coração e à minha mente. E, sim, ainda guardo os boletins dela depois de todos esses anos!

Elliot me apresentou a Matthew Henry, Amy Carmichael, Corrie Ten Boom, Thomas Aquinas, Hudson Taylor e E.B Pusey. Com ela, aprendi os hinos: We Rest on Thee e O Love that Will Not Let me Go e, ouvi pela primeira vez o devocional Daily Light.

Tão poderoso foi o impacto de suas palavras, que regularmente ouço frases de seus escritos em minha mente:

“Faça a próxima coisa” (quando se sentir sobrecarregada com o trabalho);

“Em aceitar está a paz” (quando lutamos com as circunstâncias);

“Às vezes precisamos encalhar” (quando os ministérios não vão conforme o planejado);

“Veja nele a chance de morrer” (diante do custo do discipulado);

“Receba as dádivas” (escolher ação de graças como um caminho para a alegria).

Seus conselhos e sabedoria abrangem uma incrível variedade de assuntos. Ela escreveu sobre maternidade, solidão, discernimento, eventos atuais, solteiros, casamento, masculinidade, feminilidade, missões, namoro, sexualidade, oração, ministério, mentoria, sofrimento, dor e alegria.

Ao olhar para trás, em seus vários livros, algumas das seguintes citações ressoam a mim:

Sobre o sofrimento:

“Não há mensurações qualitativas ou quantitativas para a dor. Ela simplesmente está lá – marcante ou disfarçada, repentina ou aguda, suportável ou excruciante, local ou geral, é inexplicável, indesejável, inevitável.

Eu não era forte. Eu não era constante ou confiante. Mas eu tinha outra fonte de segurança muito mais confiável, uma garantida para sempre.

É um Pai misericordioso que nos despe quando precisamos ser despidos, assim como a árvore precisa ser despida de suas flores. Ele ainda não terminou conosco, seja qual for a perda que sofremos, pois, quando perdemos o controle sobre as coisas visíveis, o invisível se torna mais precioso – onde estiverem nossos tesouros, estarão os nossos corações”.

No casamento:

“Uma esposa, se for muito generosa, pode permitir que seu marido satisfaça, talvez, oitenta por cento das suas expectativas. Existem sempre os outros vinte por cento que ela gostaria de mudar e que ela pode tentar mudar, gradativamente, pelo resto da sua vida de casada, porém, sem muito sucesso. Por outro lado, ela pode simplesmente decidir desfrutar dos outros oitenta por cento, e os dois serão felizes”.

Sobre gratidão:

“Sempre é possível agradecer pelo que é dado, em vez de reclamar pelo que não é dado. Tanto um como outro se torna um hábito da vida”.

Sobre perseverança:

“Nos serão dados calçados de ferro. Acharemos o insuportável suportável, o impossível possível. Os processos naturais de mudança e deterioração podem ser inesperadamente retardados para nos permitir viajar onde não há estradas visíveis, nem reabastecimentos disponíveis”.

Enquanto discutia a feminilidade, Elliot observou que “a importância de uma coisa estava diretamente relacionada à dificuldade de defini-la”. Ela abraçou prontamente o esplendor do desígnio de Deus e, como um belo exemplo, ela enfatizou o que significa ser mulher. Ela demonstrou bravura, força, dignidade, sabedoria, discernimento teológico, beleza, bondade, veracidade e amor. A visão dela era uma visão completa da feminilidade que oferecia um caminho para eu seguir.

Em The Shaping of a Christian Family, ela escreveu o seguinte sobre a morte de sua própria mãe:

“Pensamos nela agora, nos amando com um amor ainda maior, sua pobre e frágil mortalidade deixada para trás, seus olhos contemplando o rei em sua beleza. ‘Se você soubesse o que Deus sabe sobre a morte’, escreveu George MacDonald, ‘bateria palmas com suas mãos enfraquecidas’”.

Hoje, seus olhos contemplam o Rei. Que possamos aplaudi-lo com nossas mãos enfraquecidas, regozijando-nos em sua redenção, dando-lhe graças por uma vida bem vivida.

“O sofrimento foi um meio insubstituível pelo qual aprendi uma verdade indispensável. “Eu sou. Eu sou o Senhor.” Em outras palavras, aprendi que Deus é Deus.” —Elisabeth Elliot

Confira

 

 

 

Por: Melissa Kruger. © The Gospel Coalition. Website: thegospelcoalition.org. Traduzido com permissão. Fonte: Beholding the King: Elisabeth Elliot.

Original: Contemplando o Rei: Elisabeth Elliot. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco.