Fornicação e perdão

*Este artigo é um resumo da palestra de Alexandre “Sasha” Mendes proferida na Conferência Fiel Jovens Interativa 2020.

Antes de esquadrinhar o que pode ser dito sobre a fornicação e sobre o perdão de Deus, é importante definir os termos que guiarão nossa jornada nesse tema.

Define-se fornicação como a atividade sexual imoral, isto é, que ocorre fora do contexto do casamento. O conceito bíblico é abrangente: em 1 Co 5.1, Paulo fala sobre rumores de imoralidades sexuais até ao ponto de haver incesto no meio deles. Mc 7.21-22 demonstra que todos os males provêm de dentro do coração humano, e não são apenas comportamentos. Gl 5 mostra, entre as obras da carne, a prostituição, elevando a seriedade do tema. 1 Ts 4.3 mostra que é a vontade de Deus que estejamos longe da fornicação. Cl 3.5-6 mostra que a ira de Deus vem sobre aqueles que praticam a fornicação. A conclusão é que problemas sexuais possuem origem em problemas de espiritualidade. Ainda mais sério: a fornicação ameaça a eternidade de quem a pratica.

E o perdão? Uma boa definição é que perdão é aquilo que ocorre sempre que alguém que violou a vontade de Deus, clama e recebe a misericórdia de Deus. O perdão é uma manifestação da misericórdia de Deus. Ele inicia com o reconhecimento da própria culpa e é concluído quando o pecador é restaurado à comunhão com irmãos e com Deus.

Agora que fornicação e perdão foram definidos, destaca-se que há dois tipos de pessoas que enfrentam esse problema de alguma forma: 1. os que passaram por isso antes de vir a Cristo; 2. os que experimentaram depois de vir a Cristo. Em cada um desses tipos é possível perceber particularidades e semelhanças.

Vejamos três elementos para entender a profundidade do perdão de Deus com relação a este ato. É importante não pular nenhum deles, pois cada um é fundamental e depende um do outro.

O primeiro é a seriedade do pecado. Não deve-se tratar fornicação como algo trivial da sexualidade. Enquanto o pecado não for amargo, Cristo não será doce. É por isso que muitos ficam apenas entristecidos pelas consequências sociais do ato, mas não pela consciência espiritual dele. Para aqueles que se envolveram com fornicação antes de conhecer a Cristo, é importante relembrar qual era sua condição: alguém morto em delitos e pecados, andando segundo o curso do mundo (Ef 2.1-3). Apenas um milagre poderia dar-lhe um novo rumo. Energizado pelo diabo em um mundo em que oferece tudo que se pode querer em um estado como esse, você fornicou; feriu a santidade de um Deus que é Santo, Santo, Santo, e se afundou um pouco mais no lamaçal do pecado.

Mas então o segundo elemento vem à tona: a manifestação da graça de Deus na salvação. Deus o alcançou, expondo-lhe ao seu pecado, fazendo-o reconhecer seu estado deplorável e você viu que há perdão em Jesus Cristo, pois Deus o manifestou a você, e você desfruta da paz com Deus. Entretanto, em algum momento você pode ter caído, seja pela primeira vez ou novamente, e expressou o comportamento de pessoa não-regenerada. Se isso aconteceu, mais uma vez lembre-se do mesmo perdão que o salvou e mudou a sua vida. Entristecido com a seriedade do pecado e suas consequências, volte-se novamente a Cristo. Lembre-se de onde caiu, arrependa-se e volte correndo para Ele.

Este segundo elemento conduz ao terceiro: a manifestação da graça de Deus na santificação. Agora você é marcado pelo poder da ressurreição que opera mudança. Agora você é criado para demonstrar boas obras, inclusive na sexualidade. Após entender o que te direcionava no pecado, você poderá seguir na jornada cristã consciente da graça de Deus. Essa graça é a mesma que irá educar você a se despojar do velho homem e vencer tais desejos. Seja qual for seu envolvimento com a fornicação, há perdão de Deus. Jamais esqueça disso.