Um blog do Ministério Fiel
O aumento do custo social do complementarismo
Vivemos em uma época em que a fidelidade constante à convicção bíblica exige cada vez mais custo social. Igrejas e denominações inteiras, sentindo a pressão crescente de uma cultura cada vez mais secular, capitulam doutrinas e ensinamentos fundamentais da fé cristã – especialmente doutrinas que se cruzam com a revolução LGBTQ. Igreja após igreja continuam a sacrificar a fidelidade teológica em nome da relevância cultural. Onde você encontra uma igreja, no entanto, encontra um compromisso inabalável com a Palavra de Deus – especialmente nos momentos em que a cultura exige rendição teológica.
O complementarismo é um desses compromissos doutrinários sob severo escrutínio. Para ser claro, a teologia complementarista é uma questão secundária para os cristãos – você pode rejeitar o complementarismo e ser um seguidor fiel do Senhor Jesus Cristo, comprometido com o Evangelho e com a expansão do reino de Cristo em todo o mundo. Embora seja secundário, problemas de segunda camada geralmente podem se tornar problemas de primeira camada. Rejeitar a teologia complementarista pode levar a uma rejeição da autoridade bíblica, da inerrância e da infalibilidade da Palavra de Deus. De fato, o complementarismo representa uma leitura correta da Palavra de Deus. Homens e mulheres têm igualmente a imagem de Deus; no entanto, eles são distintos em seus papéis, pois os homens procuram glorificar a Deus na masculinidade bíblica, enquanto as mulheres glorificam a Deus através da feminilidade bíblica.
Os complementaristas, no entanto, devem enfrentar a realidade desse mundo secular e o impacto do feminismo de segunda onda na igreja e na cultura mais ampla. Manter a teologia complementarista custará cada vez mais cara nos próximos anos. A pressão social contra a teologia complementarista se manifesta de pelo menos duas maneiras. Primeira, o complementarismo é percebido como uma ideologia opressora, promovendo a superioridade masculina. A segunda pressão que enfrentamos é a acusação de que a teologia complementarista incentiva o abuso sexual.
À primeira pressão, as igrejas devem deixar bem claro que o complementarismo não se baseia na superioridade masculina. De fato, sustentar a superioridade masculina contradiz diretamente o ensino claro da Bíblia e rebaixa a glória da imagem de Deus, igualmente exibida por homens e mulheres. Se os complementaristas tem falhado em demonstrar uma feliz teologia bíblica que começa com a celebração da bondade do que Deus criou, eles devem se envergonhar. Se não conseguirmos articular uma visão do complementarismo que proclama a retidão dessa ordem e a beleza da humanidade como feita à imagem de Deus com a glória das designações dadas a homens e mulheres, então devemos nos envergonhar. A teologia complementarista, corretamente articulada e exemplificada, celebra a glória da masculinidade e da feminilidade.
Para a segunda pressão, devemos ser igualmente honestos e firmes. Devemos afirmar honestamente que distorções da teologia complementarista podem levar e, em alguns casos, levaram ao abuso sexual. Os homens maus podem usar o argumento do complementarismo para alimentar suas próprias inclinações narcisistas, sexuais e físicas. Qualquer coisa boa e certa pode ser distorcida, deformada e usada para meios vis. Diante dessa realidade, há uma pressão para renunciar completamente ao complementarismo – mas a verdadeira teologia complementarista, que é corretamente vivida para a glória de Deus, celebra as mulheres como feitas à imagem de Deus para sua glória. Não é uma ferramenta de opressão, mas uma doutrina gloriosa da graça de Deus.
Enquanto pastores e líderes de igrejas enfrentam essa pressão cultural, não há tempo a ser desperdiçado no apoio a qualquer mero “ismo” por si só. Em vez disso, a igreja tem a responsabilidade de receber, celebrar, ensinar, pregar e aplicar a Palavra de Deus e tudo o que ela contém. Argumento que uma afirmação do que as Escrituras ensinam a partir dos primeiros capítulos da Bíblia exigirá uma definição e defesa do complementarismo não como complementarismo, mas como a verdade revelada de Deus. Eu acho que é uma questão crucial. Martinho Lutero disse, com razão, que precisamos defender a Palavra de Deus no exato momento em que ela está sendo atacada. Eventualmente, a igreja deve se apoiar claramente na abrangência da verdade bíblica, independentemente dos custos sociais.
Isso significa que os pastores devem estar prontos para pregar a Palavra a tempo e fora de tempo. Devemos sempre estar prontos para responder aos que pedirem razão da esperança que há em nós. É a mesma exortação dada a toda geração de cristãos. Não demonizamos os igualitários, mas precisamos e devemos oferecer um contra-argumento robusto. Não devemos renunciar à verdade revelada à crescente pressão social. Em vez disso, mantemos a Palavra de Deus como nossa certa e firme âncora. De fato, devemos ensinar tudo o que é revelado nas Escrituras – e fazemos isso de maneira alegre, confiantes e de maneira compatível com nossa própria obediência. Nossos argumentos não significam nada se não forem acompanhados por nossa fiel obediência a Deus. Enquanto a pressão social aumenta contra a teologia complementarista, cabe a nós ensinar, instruir e mostrar a glória de Deus em sua ordem criada.