A busca por um prazer melhor

O desejo é uma coisa complicada. Ele tem o poder de nos levar a um trono ou a uma tumba, à escravidão ou liberdade, à verdadeira alegria ou miragens de satisfação.

A guerra entre fé e desejo começou no jardim. Em Gênesis 3. 5, Satanás está encerrando seu ataque conversacional à fé de Eva, influenciando sua lógica, fazendo-a questionar não apenas o mandamento de Deus, mas também o caráter de Deus. Ele usa sua astúcia demoníaca para mentir sutilmente a Eva, dizendo a ela que Deus não fará o que ele disse, que ele não é tão bom quanto ela pensa que ele é.

Desejos pecaminosos?

Quando o caráter de Deus é questionado, a mente e o coração começam a redirecionar seus desejos para outra coisa. Finalmente, então, os questionamentos continuam, Deus pode realmente ser confiável? Eva começou por esse caminho, que a levou a ver coisas em uma árvore que não existia. Seus desejos almejavam satisfação, e seu coração se afastava de seu Criador.

Eva acreditava que a árvore seria boa para comer. Ela acreditava que seria o prazer que ela ansiava. Ela desejava isso para se tornar sábia.

Mas esses desejos eram pecaminosos em si mesmos? Quem não deseja algo agradável para os sentidos? Ou, quem não gostaria de sabedoria? É errado querer conhecimento? Salomão orou por isso e foi elogiado por Deus por pedir.

Todos nós temos essa mesma fábrica de prazer escondida no fundo de nossas almas, fazendo com que desejemos conforto quando magoados, cura quando enfermos, paz no meio do caos ou provisão quando necessário. Esses desejos não são inerentemente pecaminosos ou maus, apenas humanos.

O desvio fatal

Então, como é que, quando Eva decidiu pegar a fruta e comer, junto com Adão, esse pecado e a morte entraram no mundo?

É porque Eva contornou a suficiência de seu Criador e queria ser satisfeita à parte dele. Esse é o pecado. Seu apetite, não mais satisfeito com o que Deus lhe dera, ansiava mais, mesmo às custas de sua alma. Seu coração estava batendo com a capacidade de apreciar a beleza, mas ela não via mais Deus como o ser mais atraente do universo. Em vez disso, ela acreditava que a beleza seria encontrada em algo que era exatamente o que levaria à sua destruição. Ela desconsiderou a infinita sabedoria de Deus ao buscar o conhecimento através de uma árvore, o que ironicamente a fez uma tola (ver Rm 1.22-23).

Você e eu estamos propensos a repetir esse mesmo ciclo perverso. Ele está profundamente persente em nossa queda. Quando ansiamos por segurança, muitas vezes a procuramos em substitutos fracos e temporais, como se sexo, drogas e relacionamentos humanos pudessem realmente preencher o vazio no âmago de nosso ser. Se estamos doentes, muitas vezes procuramos promessas de paz. Se tivermos necessidades, preferimos dinheiro rápido ao longo do caminho da paciência.

Mesmo para os cristãos, o desejo de ser conhecido, apreciado e afirmado à parte de Deus causa estragos na alma, fazendo-nos iludir o ministério do Espírito para nosso próprio ganho.

Apegar-se a Ele

Então, o que devemos fazer? Como deixamos de replicar o erro de nossos primeiros pais?

Fé em Jesus.

Embora a humanidade tenha caído quando Adão e Eva comeram o fruto proibido, a ruína começou quando eles pararam de confiar em Deus. Eles não acreditaram que ele quis dizer o que disse, acharam que ele não era tão bom quanto havia prometido. Mas nós sabemos melhor. Vimos o seu amor e fidelidade não apenas na história do seu povo, mas mais vividamente na pessoa do seu Filho. Jesus é a afirmação segura de que Deus é bom, que ele é suficiente, que ele pode ser confiável.

As promessas de alegria do mundo, à parte de Deus, são expostas à mera ilusão do que realmente são, absolutamente incapazes de satisfazer os desejos de uma alma criada para desfrutar de Deus. Devemos acreditar e nos apegarmos firmemente ao Deus que se revelou em Jesus. Nossa fé em quem Deus é causará uma confiança maior no que Deus disse em sua palavra, aumentando nossa obediência e levando-nos à satisfação do desejo de nossa alma, à glória de Deus.