Uma entrevista com o cineasta Dallas Jenkins sobre The Chosen

Recentemente conversei com o talentoso cineasta Dallas Jenkins, que acabou de terminar as filmagens dos primeiros episódios de uma série pela qual acho que os leitores vão se interessar. Aqui está nossa conversa, seguida pelo episódio piloto.

Para quem ainda não ouviu, o que é “The Chosen”?

“The Chosen” é o primeiro drama, de várias temporadas, sobre a vida de Cristo. Tem havido filmes e minisséries, mas nunca uma temporada de longa duração onde você pode realmente investir nos personagens. Também nos concentramos muito nos personagens que Jesus encontrou, dando a eles e a suas histórias uma vida nova e uma história de fundo.

Você pode nos contar um pouco sobre como tudo isso aconteceu?

Na verdade, veio de um fracasso.

Meu último longa-metragem, A Ressurreição de Gavin Stone, teve um desempenho ruim nas bilheterias, e as empresas de Hollywood, com as quais fiz parceria, desistiram de planos futuros de fazer outros mais.

Sinceramente, não sabia se eu teria futuro no cinema.

Então, me concentrei em uma ideia que tive sobre o nascimento de Cristo, da perspectiva dos pastores.

Fiz um curta-metragem para o culto da véspera de Natal da minha igreja e, enquanto o fazia, ficou claro que era onde eu deveria estar. E eu pensei: que tal uma série? Por que isso não foi feito antes?

Resumindo, o curta foi visto por um serviço de streaming, eles piraram e adoraram a ideia do programa, e o curta [abaixo] se tornou viral online.

Agora, tem cerca de 70 milhões de visualizações em 10 idiomas em todo o mundo.

Quais são alguns dos desafios em produzir algo que seja simultaneamente novo (considerando quantos outros filmes neste tema já foram feitos) e fiel (devido os dados históricos limitados para se trabalhar)?

O desafio está na decisão original de fazer isso. Acreditamos que não há problema em contar histórias da Bíblia e preencher todas as lacunas com dados históricos e imaginação artística. Algumas pessoas não. Nós fazemos (obviamente).

Eu sou um evangélico que crê na Bíblia. Não tenho nenhum desejo de mexer com as Escrituras ou criar algum tipo de novo ponto teológico. Trata-se de contar essas histórias de uma forma que torna os momentos das Escrituras ainda mais impactantes.

Por exemplo, quando um bom pastor prega sobre uma história do Evangelho, lhe dá o contexto histórico e expõe a personalidade das pessoas envolvidas, isso o coloca lá na cena. E eu tive tantos momentos emocionais pensando, essa pessoa sou eu.

Joni Eareckson Tada, depois de ver o episódio especial de Natal e chorar, disse: “Obrigada por contar a velha, velha história de uma maneira nova e impossível”. Esse é o meu objetivo. E eu acredito que podemos fazer isso mostrando Jesus ao público através dos olhos daqueles de quem ele está cercado.

O desafio é ter certeza de que fazemos tudo certo. Escolhemos um estudioso do Novo Testamento e um rabino judeu messiânico como nossos principais consultores, ambos teólogos e historiadores conservadores.

Você fez parceria com a VidAngel para produzir isso. Quem são eles e por que vocês decidiram se conectar?

VidAngel é um serviço de streaming conhecido principalmente por possibilitar a filtragem de conteúdo. Basicamente, você assiste a programas da Netflix e da Amazon por meio de seus serviços e pode literalmente filtrar tudo o que achar ofensivo. O legal é que está nas suas mãos, você escolhe. Então, meus filhos mais novos agora podem assistir Stranger Things na Netflix conosco, porque filtramos a linguagem e a blasfêmia.

Eles querem que este seja seu novo grande conteúdo original.

Estamos com eles por dois motivos principais:

Um, foi ideia deles financiar isso por crowdfunding (financiamento coletivo), uma ideia da qual eu ri no início. Mas seus esforços geraram US $ 8 milhões até agora. Já somos o projeto de mídia com maior financiamento coletivo da história.

Dois, eles acreditam neste projeto e querem que esta série cause um impacto no mundo; além disso, eles estão nos dando o controle total do conteúdo. Isso não aconteceria em nenhum outro lugar.

Vocês criaram uma plataforma de crowdfunding exclusiva para este projeto que, na verdade, é uma forma de investimento. Como está indo até agora? Como as pessoas podem se envolver?

A maioria dos esforços de crowdfunding envolve pessoas doando e recebendo algo como uma camiseta ou nome nos créditos. O que é ótimo. Mas a abordagem da VidAngel é parceria. Isso é investimento. Se a série for bem-sucedida, você terá sucesso.

Claro, a maioria de nossos investidores está fazendo isso para os propósitos do reino, como nós. E se você quiser apenas continuar investindo no programa para que possamos expandir nosso impacto, isso é incrível. Mas essa é sua escolha. De qualquer forma, estamos todos fornecendo nossos pães e peixes, e vamos assistir Jesus alimentar os cinco mil.

Então o que vem depois? E como os leitores podem orar sobre o projeto se eles se sentiram tocados?

No momento, estamos trabalhando nos primeiros quatro episódios. Ainda temos muito trabalho em arrecadar fundos. Precisamos de finanças para escrever o resto da primeira temporada e, claro, para o marketing, para que possamos levar esta série ao redor do mundo. Mas se as pessoas não estiverem interessadas em fazer parceria conosco financeiramente, pedimos apenas duas coisas.

Um, assista e compartilhe o episódio especial de Natal [abaixo]. Acreditamos que se as pessoas podem ver Jesus através dos olhos daqueles que o encontraram, elas podem ser impactadas da mesma maneira.

E dois, ore para que permaneçamos humildes e quebrantados ao longo deste projeto, para que possamos não atrapalhar mas deixar Deus contar sua história. Não quero que meu próprio preconceito ou visão impeça o que ele está fazendo. Por enquanto, tudo bem.

Por: Justin Taylor. © The Gospel Coalition. Website: LINK. Traduzido com permissão. Fonte: An Interview with Dallas Jenkins on the First Multi-Season Drama about the Life of Christ.

Original: Uma entrevista com Dallas Jenkins sobre The Chosen. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Paulo Reiss Junior. Revisão: Filipe Castelo Branco.