Um blog do Ministério Fiel
Se ele não ama a Jesus, ele não amará você
Tendo crescido na igreja, quando ainda era um jovem solteira ouvi uma frase sobre homens com os quais eu poderia namorar: “Certifique-se de que ele ame a Jesus mais do que a você”.
Eu pensei: “Bem, isso é óbvio”, e ignorei o clichê sem realmente pensar sobre aquilo. Adão, caminhando no jardim com Deus, teria ficado perplexo com aquele conselho. Para ele, não haveria competição por seu coração e mente, porque Deus lhe deu Eva em um mundo perfeito e sem pecado.
Antes de Eva, Adão tinha comunhão ininterrupta com Deus: sem pecado, sem qualquer vergonha. Esse relacionamento era suficiente para Adão. O amor, a graça e a alegria perfeitos de Deus fluíam livremente na alma de Adão. Não lemos sobre Adão sentindo descontentamento e carente de outra pessoa além de Deus. E ainda assim Deus viu – enquanto Adão desfrutava da Divindade toda-suficiente – que não era bom para Adão ficar sozinho (Gn 2.18). Eva foi ideia de Deus e um presente de Deus para Adão.
Amor a Deus e amor no casamento
Quando Deus apresenta Eva a Adão, Deus não diz nervosamente: “Ei, certifique-se de mar mais a mim do que a Eva, ok?” Ele não precisava. Eva não era uma ameaça ao relacionamento de Adão com Deus. No jardim, as três relações entre Deus e Eva, entre Deus e Adão e entre Adão e Eva cantavam em perfeita harmonia. Havia beleza e equilíbrio nas interseções desses amores.
Mas o pecado interrompeu o equilíbrio e interrompeu a harmonia. De repente, as boas dádivas de Deus se tornaram bezerros banhados a ouro aos quais adoramos e servimos em vez dele.
Embora o casamento não tenha um lugar permanente no céu, Deus o considerou importante para seu reino aqui na terra. O equilíbrio e a harmonia entre o marido, a esposa e seu Deus são restaurados e continuamente restaurados por meio de Cristo.
Mas antes que um homem e uma mulher se unam, eles devem se conhecer e determinar se estão no caminho para esse tipo de casamento.
Ame o senhor seu Deus
Jesus nos deu o primeiro e maior mandamento em Mateus 22.37-40: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.” Sabemos que Deus deve vir em primeiro lugar, quer sejamos casados, solteiros ou namorando. Mas como colocamos Deus em primeiro lugar quando estamos nos apaixonando por outra pessoa – quando não é mais “apenas eu e Jesus”?
Deus tinha algo mais para Adão do que o próprio Deus. Ele queria trazer a Adão outro relacionamento onde ele pudesse experimentar e praticar amor e comunhão profunda, um amor sempre enraizado e fluindo do amor e comunhão de Deus. Primeira João 4: 11–12 diz: “Amados, se Deus assim nos amou, nós também devemos amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amamos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor é aperfeiçoado em nós.”
Ninguém viu a Deus ainda, mas quando nos envolvemos no amor bíblico uns pelos outros (namorando, casados ou solteiros), podemos ver Deus. Nós o vemos pela obra de sua graça e amor, uma vez que nos aperfeiçoamos uns nos outros. Somos a representação física do amor de Deus uns pelos outros. Podemos começar a ver essa harmonia e equilíbrio do jardim restaurados: Deus nos ama para que possamos amar os outros, e nosso amor pelos outros revela nosso amor por Deus.
Deus ou a namorada?
A frase clichê não é tão simples quanto parece, porque um namorado não precisa necessariamente escolher Deus em vez de nós, ou nós em vez de Deus. Harmonia e equilíbrio se tornam novamente possíveis por meio de Cristo, mas ainda temos que lidar com as fraturas nessa harmonia restaurada causada pelo pecado. Portanto, o clichê pode ser útil. Um alerta sobre a possibilidade de idolatria em nossos encontros, bem como em nossos casamentos.
Vamos ser claros: seu namorado pode estar realmente interessado em você, e isso não significa, automaticamente, que ele está idolatrando você. Não queremos espiritualizar demais o namoro cristão. Já ouvi sentimentos românticos e atração rejeitados como sem importância ou desnecessários entre os cristãos. Vamos ter cuidado para não adotar uma forma funcionalmente gnóstica ou simplista de encarar os relacionamentos românticos, onde o físico é mau e o espiritual é bom. Eles não são forças opostas, mas de fato unidas na pessoa de Cristo. Seguimos o Deus-homem, que é totalmente físico e espiritual.
É claro no Cântico dos Cânticos que o homem e a mulher devem destrutar da dinâmica física e espiritual no casamento, e que Deus se agrada de ambos também. Deus nos direcionou para sentimentos e atração românticos, mas também deve haver amor bíblico presente no relacionamento (algo muito diferente dos sentimentos românticos). Sujeitamos nossos sentimentos uns pelos outros a Deus e à sua Palavra.
Portanto, não confunda o desejo natural do seu namorado piedoso por você com a adoração de um ídolo. Mas também não assuma imediatamente que a afeição dele por você é equilibrada. Ele deve tratá-la como uma princesa valiosa e também deve dedicar seu coração e atenção ao Rei de sua vida que ama a sua alma.
Qual amor vem primeiro?
Quando eu estava namorando meu marido, ele era (e ainda é) um homem piedoso, mas, olhando para trás, ele vê maneiras em que nosso relacionamento lentamente substituiu seu relacionamento com Deus. Solteiro, ele passava mais tempo livre lendo a Bíblia e orando, mas quando começamos a namorar esse tempo era muito mais dedicado a mim. Ele lembra que, quando nos casamos, era difícil passar um tempo pessoal com o Senhor enquanto eu estava por perto.
Ele vê agora como foi fácil para ele (alguém que valoriza o toque físico e a presença) substituir seu relacionamento com Deus pelo nosso relacionamento. O lento processo dessas escolhas pequenas e aparentemente inocentes – longas conversas, assistir filmes, sair cada vez mais – se transformou em deriva espiritual.
Não é mais fácil e natural para nós escolher o que se pode ver em vez do invisível? Mas quando optamos por priorizar e buscar o invisível, começamos a experimentar mais da harmonia e equilíbrio que Adão e Eva desfrutavam juntos.
Deus fez Eva para Adão, embora Adão tivesse Deus. Isso mostra que a relação homem/mulher é importante e benéfica. Mas desde a queda, temos que estar atentos às armadilhas do pecado – maneiras pelas quais exaltamos a dádiva acima do Doador, o que é visto acima do Invisível, o relacionamento acima do Relacionamento. Se você quer que seu namorado se transforme em um marido que a ame como Cristo, certifique-se de que ele está andando com Cristo. De que outra forma ele pode te amar como ele?
A melhor maneira de seu namorado te amar é amar a Jesus.
Recursos relacionados
• Livro: Quando Pecadores Dizem “SIM” – Dave Harvey
• Livro: Ainda não casei – Marshall Segal