Um blog do Ministério Fiel
Cinco Passos Para A Pacificação Racial
Há uma polarização constante na igreja quanto a reconciliação racial. Vemos a tensão em blogs, nas nossas discussões dentro da nossa denominação e na luta verbal entre cristãos nas mídias sociais.
5 Passos Para Pacificação Racial
Eu gostaria de brevemente oferecer cinco passos para uma pacificação nas nossas igrejas enquanto buscamos a reconciliação racial. E eu tirei todas elas de 1 Pedro 3.8: “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes”.
1. Sede todos de igual ânimo
Nesses pequenos versos, o Apóstolo Pedro não mede suas palavras. Não temos que ter as mesmas opiniões, mas temos que ser agradáveis e sensíveis às questões uns dos outros, priorizando nosso vínculo espiritual acima de nossas particularidades.
Responder a essa exortação deveria nos levar a parar de caricaturar nossos irmãos e irmãs e contestar os motivos daqueles que vêm as coisas de um ângulo diferente.
Nos tornamos muito bons em construir e destruir falsos oponentes que não representam corretamente nossos irmãos e irmãs do outro lado. Podemos ter discussões vigorosas sobre nossas desavenças, mas precisamos escutar atentamente àqueles com quem discordamos. Nosso comprometimento mútuo com a glória de Deus e a centralidade de Cristo deve moldar a forma que nos comunicamos.
2. Sede compadecido
Quando entendermos as preocupações de nossos irmãos e irmãs, devemos então tirar um tempo para processar suas lutas, tentando entender seus medos, lutas e ansiedades que o tópico traz para eles.
Devemos “andar em seus sapatos” e pedir ao Senhor para nos ajudar a entender o espectro de emoções e experiências em questão para eles. Se você conseguir começar a sentir o senso de perda deles, a traição, a falta de poder ou a desesperança, isso vai te ajudar muito a dissipar a suspeição mútua e ao invés disso vai nutrir compreensão.
“Sentir junto” com outra pessoa pode ser exaustivo, mas é recompensador e surpreendentemente frutífero para o nosso conhecimento de Deus.
3. Sede fraternalmente amigos
Devemos sempre manter o amor fraternal no centro da igreja. Quando o apóstolo Pedro estava escrevendo essas palavras, só podemos imaginar a enxurrada de imagens em sua mente. Quanta vezes ele não escutou o nosso Senhor a exigir que amemos uns aos outros? Ele foi uma testemunha ocular do precioso exemplo do amor de Cristo de várias maneiras, até a morte.
Eu imagino que quando Pedro escreveu esses versículos, ele estava pensando em Jesus lavando pés sujos e comandando os discípulos a amarem uns aos outros como ele os amava. Será que ele estava se lembrando de quando ele negou a Cristo, da restituição do nosso Senhor ou daquela pergunta cabal, “Pedro, você me ama?”
O amor que redime é necessariamente fraternal. Não é uma busca opcional. Devemos medir o comando de amar com muito cuidado e sobriedade quando entramos em discussões de reconciliação racial porque o amor deve ser demonstrado de maneiras concretas.
O amor é paciente com aqueles que “simplesmente não entendem”.
O amor sempre espera. Ele assume que irmãos e irmãs do outro lado da discussão realmente desejam a mesma imagem de Apocalipse 7.9 que eu desejo ver – mesmo que discordemos do que devemos fazer hoje para antecipar aquele dia final.
Amor fraternal com certeza vai mudar o clima da conversa, mas devemos tirar isso do abstrato e ver os que estão na nossa frente como pessoas a amar ao invés de oponentes para conquistar.
4. Sede misericordiosos
Para mim, a melhor coisa que você pode dizer para alguém é: “Ele tem um coração macio.” Isso comunica cordialidade, carinho e interesse. É cheio de gentileza e acessibilidade. Aqueles com um coração macio tem a consciência sensível ao impacto que suas palavras e ações têm em outros. Quando eles causam danos, eles são rápidos para se arrepender e reparar o que quebraram.
É fácil identificar o oposto dessa imagem, né? No espelho, as vezes vemos uma pessoa de coração duro, com espírito amargo, frio, espinhoso e aparentemente incapaz de sentir quando se refere aos seus “oponentes”. Infelizmente, parece que as denominações que mais se importam com o intelecto e comunhão local são as que mais atraem esses tipos frios e espinhosos.
É verdade que todos somos familiares com a dureza dos nossos próprios corações, mas devemos simplesmente levar essa boa mensagem do apóstolo ao coração, pedindo para o Senhor nos dar corações macios através da renovação do Espírito. Afinal, se “meu nome está escrito em seu coração”, então meu coração deve crescer mais e mais em compaixão para meus irmãos e irmãs em Cristo. Mas tem um comprometimento final que eu gostaria de nos encorajar a praticar: humildade.
5. Sede humildes
Você já considerou a possibilidade que progresso real em reconciliação racial tem sido lento por que tem faltado humildade? Nossos corações não são macios porque somos cabeça-dura. Uma forma que o nosso orgulho trabalha é em sempre nos convencer que o problema são as outras pessoas – toda vez. São eles que precisam mudar. Eles precisam se ajeitar. São eles que são ignorantes teológica, cultural e socialmente.
O fato é que nós somos muito bons em garantir nosso lugar ao sol. Estamos sempre nos colocando no campo dos “esclarecidos” enquanto aquelas pessoas estão atoladas em ignorância. Nós somos os mocinhos e ele são os malandros. Não é atoa que nos encontramos num impasse quando todos estamos pensando da mesma forma.
Não é mágica, é discipulado
Devemos substituir o orgulho, a arrogância, a insensibilidade e o auto-interesse pela unidade de mente, simpatia, amor fraternal, corações macios e mentes humildes.
Não é magica, é discipulado. A maneira que lidamos uns com os outros não está aberta para discussão. Essas virtudes estão em nosso alcance somente pela graça, somente pela fé e somente em Cristo.
A questão é, você vai acessar esses vastos recursos para ser um instrumento de reconciliação somente para a glória de Deus?
Nota do Editor: Este texto foi publicado pelo autor considerando o contexto americano, porém nós, do Ministério Fiel, cremos que seu ensino geral é importante também para o nosso contexto.