Relacionando-se com o Deus Trino por meio da Palavra

A Palavra é fundamental para conhecermos a Deus. Conhecê-lo é um pré-requisito para o amarmos e adorá-lo corretamente. A glória do cristão é conhecer o seu Deus. É difícil entender e explicar o conceito da Trindade. Por vezes, temos muitas dúvidas a respeito de como é possível que um Deus subsista em três pessoas. Nenhuma analogia é boa o suficiente para explicar o Deus trino.

Mas mesmo sendo complexo, Deus não é difícil de ser encontrado; ele mesmo se faz presente e acessível. O fato de este assunto ser complexo não pode ser uma pedra de tropeço ou uma desculpa para não aprender mais a respeito de Deus.

Bem, a palavra “trindade” não está na Bíblia. Contudo, este é um termo teológico que resultou de informações abundantes a respeito das três pessoas de Deus ao decorrer de toda a Escritura (Mt 3.16-17), as quais interagem entre si (Mt 28.19; 2Co 13.13). O evangelho segundo João ressalta papéis diferentes para cada uma dessas pessoas e sua divindade. Mas, por outro lado, não adoramos a três deuses, pois o próprio Deus se declara como um único Deus (Dt 6.4).

Esse Deus possui muitos atributos e cada pessoa da Trindade possui estes atributos em extensão máxima. Cada uma das três pessoas não são “partes” de Deus, mas cada uma é o próprio Deus. Além disso, se relacionam entre si de forma abundante e eterna. Não há diferença de valor ou poder entre cada uma dessas pessoas, embora possuam papéis diferentes. Por vezes, há uma certa subordinação espontânea entre essas pessoas e que, como seres humanos, podemos refleti-la nos papéis que desempenhamos. A doutrina da Trindade é muito prática: conhecemos o nosso Deus e, assim, podemos imitá-lo.

Em 2 Tessalonicenses 2.13-17, bem como em toda a epístola, Paulo fornece orientações escatológicas a fim de permanecerem firmes na fé, aguardando alívio do céu quando o Senhor manifestasse seu poder. É uma espécie de manual sobre como viver à luz do Evangelho até o retorno de Cristo. Após o louvor de Paulo à fidelidade dos irmãos de Tessalônica, Paulo os admoesta para que não fossem enganados por aqueles que tentavam enganar os crentes sobre a vinda de Cristo.

Paulo menciona que a obra de salvação de cada crente envolve toda a Trindade: “…ele vos escolheu desde o princípio para a salvação pela santificação feita pelo Espírito e pela fé na verdade, e para isso vos chamou pelo nosso evangelho, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo” (2.13-14). Deus Pai dá o início a essa obra por meio da eleição e de seu amor incondicional, sem que haja merecimento de nossa parte; Jesus, o Filho, compartilha sua glória com seu povo e cumpre as exigências que o Pai cobra para que tenhamos vida, sendo o mediador entre a aliança de Deus e seu povo; e o Espírito nos santifica, convencendo-nos de nossos pecados, guiando-nos à verdade e consolando-nos em meio às tribulações, de modo que possamos perseverar até o fim.

Além disso, essa passagem não mostra apenas o que Deus fez por nós, mas também três respostas humanas à iniciativa de Deus: somos gratas pela salvação (2.13-14), devemos ser fiéis às Escrituras (2.15) e somos encorajadas a continuar firmes na fé presente, pedindo que o Senhor nos fortaleça (2.16-17). Essas três respostas são parte de um relacionamento saudável com Deus, a qual envolve apreciação, compromisso e diálogo. Nosso relacionamento com Deus não é exceção.

Assim, poderemos nos alegrar no Senhor sempre que apreciamos o que ele fez por nós. Mesmo com marcas e cicatrizes que podemos ter, é bom olhar para trás e perceber o que Deus fez por nós, purificando-nos do lamaçal do pecado. Podemos depositar nossa gratidão naquele que é a melhor pessoa para recebê-la. Podemos ser fiéis porque, antes de tudo, Deus é fiel e podemos imitá-lo, capacitadas por ele. Podemos permanecer firmes até a chegada do grande dia por meio da força que vem do Espírito. Enquanto o mundo diz que podemos amar e ser o que quisermos, a Palavra diz que devemos amar a Deus sobre todas as coisas e sermos fiéis àquele que nos comprou com seu precioso sangue.

Por fim, podemos nos relacionar com Deus por meio da oração e das súplicas. Essa é uma maneira de sermos fiéis. Deus tem deleite em ouvir seus filhos. Por meio da oração demonstramos nossa dependência de Deus. A própria oração envolve toda a Trindade: oramos ao Pai, por intermédio do Filho, capacitadas pelo Espírito. Podemos pedir para que ele nos molde a seus santos propósitos.

Como mulheres da Palavra, devemos utilizar a ferramenta que o próprio Deus nos deu para crescer em comunhão com ele mesmo. Mulheres da Palavra são capacitadas pelo Santo Espírito a terem seus olhos desvendados para enxergar as maravilhas que Deus realiza diariamente em nossas vidas. Elas reconhecem que não conseguem fazer tudo sozinhas. Mulheres da Palavra precisam ter o desejo de se relacionar com o Deus Trino, pois ele mesmo nos guardará seguras até o fim dos tempos.

Que a bênção trinitária de Paulo aos coríntios esteja sobre você: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós” (2 Coríntios 13:13).