Um blog do Ministério Fiel
Ame seus filhos e seu cônjuge
Pela graça de Deus, minha esposa e eu estamos em nosso quinquagésimo ano de casamento. Nossos filhos adultos sobreviveram às nossas tentativas falhas de pastorear seus corações. Agora, temos o prazer de vê-los pastorear os corações dos nossos netos. Eu aprendi que o casamento às vezes é difícil, mas encantador muitas vezes. Ser pai é assustador, mas pode nos encher de alegria. Nosso Pai celestial é sempre paciente, misericordioso e fiel. Ainda estou aprendendo muitas outras coisas, mas aqui estão algumas admoestações que surgem desse aprendizado.
Ame Cristo mais do que você ama sua família. Os vizinhos de Israel sacrificavam crianças a Moloque. Nossos vizinhos costumam sacrificar cônjuges e filhos para a promoção no trabalho, realização pessoal ou outros “ídolos”. Os cristãos podem reagir de maneira exagerada ao nosso ambiente cultural tóxico, transformando o amor conjugal e paternal — boas dádivas de Deus — em nossos próprios ídolos. Mas Jesus diz: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37).
Você não pode amar bem seu cônjuge ou filhos se eles forem quem você mais ama. Como ídolos, aqueles que são mais próximos e queridos para vocês não podem suportar o peso de sua devoção e dependência. Somente quando seu coração estiver inclinado e sua esperança estiver fixada em Jesus, você receberá a graça de amar seus entes queridos como Deus espera.
Ame sua família mais do que a si mesmo. O egocentrismo é a configuração padrão de corações humanos distorcidos, mesmo daqueles que são renovados pelo Espírito de Deus. É preciso esforço para deixar de seguir nossas próprias agendas e estarmos prontos para dar nossas vidas pelos outros, como Jesus fez por nós (1 Jo 3.16). Esse sacrifício inclui não apenas o raro extremo (proteger o cônjuge ou filhos de agressão física), mas também as escolhas diárias da vida, como a maneira que investimos dinheiro, tempo e energia (v. 17).
Principalmente, guardem seus corações. Provérbios 6.20–35 dá conselhos oportunos para nosso ambiente social, em que sentimentos novos de necessidades não satisfeitas e atração prevalecem sobre votos antigos e desagradáveis. Marido, pare de comparar sua esposa cansada com a colega de trabalho que desperta admiração em cada uma de suas percepções. Esposa, cuidado com o ouvido que está atento ao pai exemplar, cuja empatia supera a do seu marido desatento. Lembre-se, você pode extrair de um reservatório de amor que está além de você: “Nós amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4.19).
Defina o ritmo. O amor visa o melhor dos nossos entes queridos. Isso exige disciplina. “Não desprezes a correção do Senhor… Pois o Senhor corrige o que ama” (Hb 12.5–6). Paulo exorta os pais a criarem os filhos “na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Esses textos mostram três verdades: (1) O amor verdadeiro disciplina. Evitar dizer “não” não é um sinal de amor, mas de indiferença, inércia ou timidez egoísta. (2) A disciplina piedosa flui não de um impulso para dominar, mas de um desejo amoroso pelo bem-estar de seu cônjuge e filhos. (3) À medida que nos submetemos à disciplina do Senhor, podemos estender a disciplina amorosa do Senhor a outros.
Viva pela graça. Quando estamos sendo transformados pela graça de Deus, podemos amar uns aos outros e nossos filhos, vivendo por esta graça em todo momento. Deus conhece o que você tem de pior e ainda o trata com amor. A graça dele te deixa livre para que você se humilhe perante sua esposa, seu marido e seus filhos, admita seu pecado e fracasso, e peça perdão. Nós vivemos pela graça quando suportamos pacientemente as falhas e ofensas dos outros, recusando-nos a retaliar ou guardar rancor.
Ame a igreja. Amar nossos cônjuges e filhos significa mostrar a eles por que amamos a igreja. Infelizmente, um sintoma da “idolatria familiar” de alguns crentes é a inclinação de isolar as famílias não apenas das influências da nossa cultura cada vez mais pagã, mas também da comunhão do corpo de Cristo. Cristo deu à sua igreja os dons espirituais que nos ajudam a crescer juntos em direção à maturidade (Ef 4.11-16). Deus estabeleceu suas diretrizes aos pais (Dt 6.5-9; Ef 6.4) nos documentos dirigidos a todo o seu povo: “Ouve, Israel” (Dt 6: 4) e “aos santos que vivem em Éfeso” (Ef. 1: 1). Amamos melhor nosso cônjuge e filhos quando os ajudamos a entender nosso próprio amor pela igreja de Cristo.