A alegria em comunidade

Este artigo faz parte da série A Verdadeira Alegria.

Vocês se recordam de se formarem no ensino médio? Para muitos de vocês, as câmeras de vídeo estavam filmando, a família estava presente, e os amigos estavam lá para parabenizá-los. Com a pompa e circunstância de que desfrutou, os leigos podem ter pensado que você havia encontrado a cura para uma doença. Em vez disso, você apenas cumpriu as expectativas acadêmicas básicas de todos os alunos do 12° ano em todos os Estados Unidos. E ainda assim, houve afirmação, encorajamento e celebração. Provavelmente, não foi a primeira vez que você sentiu tanta alegria e, espera-se, que não foi a última.

Imagine como esses eventos importantes da vida (formaturas, casamentos, anúncios de gravidez, e muito mais) seriam diferentes se não houvesse ninguém para compartilhá-los com você. Eles ainda ocorreriam, mas soariam vazios e pareceriam incompletos. No entanto, é assim para muitos cristãos, conforme eles navegam pela vida cristã com pouquíssimos relacionamentos significativos. Isso não significa, necessariamente, que eles não frequentem uma igreja local, leiam livros cristãos ou que não tenham uma disciplina de tempo louvável na Palavra de Deus e na oração. Contudo, eles fazem isso em grande parte sem os relacionamentos contínuos que Deus tem para eles em sua igreja local.

Desde o início dos tempos, Deus criou o homem para viver em comunidade com os outros. Desde Adão sendo providenciado com uma auxiliadora adequada para ele, passando por Moisés recebendo a parceria de Arão, até Jesus escolhendo os doze discípulos para viver e aprender com ele durante o seu ministério terreno, o movimento sempre foi de um para muitos. Infelizmente, a mente ocidental de hoje valoriza a autonomia e a privacidade, e isso afetou muito a forma como cristãos pensam sobre seu relacionamento com outros cristãos. Eles tragicamente compreenderam de forma errônea que a vida cristã é pessoal, mas não privada. Em vez disso, os cristãos são atraídos para fora de si mesmos e para uma família de novos irmãos, todos os quais têm o mesmo pai. Eles aprendem os nomes uns dos outros, assumem os fardos uns dos outros, aprendem com a vida uns dos outros e encorajam-se mutuamente a se destacarem ainda mais pelo ‘prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.’ (Fp 3.14)

Mas não me entenda mal. Essa partilha em comunidade não é simplesmente o caminho para a obediência. Este é o caminho para a alegria. Paulo nos diz para nos alegrarmos em Cristo—o objeto de nossa alegria. No entanto, essa fonte fornece um rio de alegria que percorre a comunidade do Novo Testamento. É uma alegria ter outros para imitar e igualar na vida cristã (Fp 3.17). É uma alegria saber que pessoas expressam preocupação por você (Fp 4.10).  É uma alegria saber que Deus deu pessoas para nos consolar em nossas aflições, não com simpatia, mas com empatia (2Co 1.4). É uma alegria saber como o seu amor pelo Senhor e a obediência à sua Palavra encorajam os outros a fazer o mesmo (1Ts 1.8-9). É uma alegria saber que você faz parte de “uma raça eleita, um sacerdócio real, uma nação santa, um povo de propriedade exclusiva de Deus” (1Pe 2.9).

Deixe-me ser claro. Isto não é um apelo para entrar em um concurso de personalidade em sua igreja local ou para assistir outros que são pessoas felizes por conta própria, viverem seu cristianismo na sua frente. Estou falando sobre algo muito mais significativo e enraizado na esperança do evangelho de Jesus Cristo e seu retorno prometido (1Tes. 1.10). O evangelho é a fonte e o combustível de nossa alegria. Assim como um tronco queima muito mais em uma pilha de madeira, o cristão conhece maior alegria na comunidade da igreja local. Essa alegria vem através do alto da montanha de júbilo com aqueles que se alegram e do vale de choro com aqueles que choram (Rm. 12.15). Como? Ao ver como a mão de Deus sustenta o seu povo, como sua Palavra é comprovada como verdadeira e como o Espírito Santo desvia as pessoas de seus próprios interesses para o cuidado e a compaixão de outros em sua família da igreja local.

E você? Quando você colocar de lado esta série de artigos, por onde você começará? O que você pedirá ao nosso grande Deus e Rei? Eu recomendo que um lugar para começar é dar mais um passo na direção de sua igreja local. Atenda o telefone. Agende uma conversa. Caminhe pela igreja no domingo depois do culto. Chegue cedo para um estudo bíblico no meio da semana. Comece a perguntar aos outros o que os encorajou na semana passada. Pergunte aos outros como você pode orar por eles em sua caminhada com Cristo. Em tudo isso, aperitivos de alegria serão introduzidos lentamente e as evidências da graça de Deus serão vistas.

Cada cristão tem uma formatura final à sua espera. Quando chegar o seu dia, que ele seja assistido por sua família em Cristo, que declara com confiança canções como “Sou Feliz”, que diz: “Senhor, apresse o dia em que minha fé seja vista.”[1] Nesse dia, todos conhecerão a verdadeira alegria.

Por: Eric Bancroft. © Ligonier Ministries. Website: ligonier.org. Traduzido com permissão. Fonte: Joy in Community.

Original: A alegria em comunidade. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Guilherme dos Santos. Revisão: Natã Abner Marcelino.