Bem-aventurados os pacificadores

Este artigo faz parte da série As bem-aventuranças.

A maioria de nós deseja paz. Muito poucos de nós estão dispostos a trabalhar por isso. Se passarmos rapidamente pelas bem-aventuranças, podemos confundir a pacificação com uma qualidade passiva, possuída por pessoas que cuidam de seus próprios negócios. Sua virtude é encontrada, principalmente, em evitar conflitos. Mas esse certamente não é o ensino pretendido por Jesus. Um pacificador não evita o conflito. Um pacificador se envolve no conflito – não para inflamá-lo, mas para resolvê-lo. Um pacificador é aquele cuja postura é primariamente ativa; implacável na busca pela justiça, harmonia, arrependimento e reconciliação. A vida de Jesus, o supremo pacificador, revela quão difícil e perigosa é essa obra.

Quem são esses pacificadores entre nós hoje, e como podemos nos juntar a esse número abençoado? A pacificação que Cristo visualizou e encarnou tem duas direções: uma para com Deus e a outra para com o homem. Seguindo os passos de seu mestre, os cidadãos do reino de Cristo são chamados a trabalhar com ambos os objetivos diante deles. Basicamente, os pacificadores são aqueles que proclamam e aplicam o evangelho no evangelismo e na resolução de conflitos. Se quisermos nos juntar a eles, devemos aprimorar nossa habilidade de aplicar as boas novas em todas as situações de conflito.

Para ter sucesso nesse empreendimento, devemos agir a partir de um lugar de paz pessoal e reconciliação com Deus. Somente se possuir esse gracioso presente, o pacificador poderá se esforçar para levar paz às outras pessoas. Tendo provado e visto que Deus é bom, eles descobrem que o maior desejo do seu coração é que os outros tenham paz com Deus e com aqueles ao seu redor.

As palavras de Cristo são uma repreensão útil para aqueles de nós que estão energizados pela perspectiva de um debate teológico, mas desanimados com a ideia de reconciliação pessoal. Jesus realmente advertiu que sua verdade traria contenda, mas o cerne de sua missão era pacificar. Se encontramos paz com Deus, a busca da paz com e para os outros deve ser um objetivo central nosso também.

Esse não é um trabalho que pode ser realizado com nossas próprias forças. A paz só pode florescer onde houver mudanças profundas e duradouras nos corações. A graça gratuita e imerecida que garantiu nossa paz com Deus é a mesma graça necessária para promover a paz no coração dos outros. Lembre-se disso enquanto sofre com o conflito entre seus entes queridos e Deus ou entre membros de sua igreja e de sua comunidade. Graça é aquilo que precisamos. Banhe seus esforços de pacificação em oração. Peça a Deus para honrar seu trabalho imperfeito por causa do Filho supremamente fiel.

A bênção prometida aos pacificadores é a notável aprovação dos filhos de Deus. No capítulo anterior do evangelho de Mateus, testemunhamos que durante o batismo de Jesus, Deus proclamou do céu: “Este é o meu Filho amado”. Agora Jesus oferece um título muito semelhante aos cidadãos de seu reino. Como isso nos encoraja! A pacificação não é apenas difícil, é abençoada.

Enraizados firmemente na paz criada por Cristo, os pacificadores de hoje devem olhar para a sua vida como um modelo. Sua pacificação rendeu-lhe o ódio dos líderes religiosos e o escárnio de sua família. Sua pacificação levou-o a um jardim, não para um repouso tranquilo, mas para a luta da meia-noite; não para um calmo descanso, mas para uma taça transbordando da ira onipotente. Sua pacificação levou-o a uma cruz. Isso o levou às trevas exteriores.

Também o levou a uma coroa, a um trono e a um povo de cada tribo, língua e nação. Este é o destino dos pacificadores. Seus corpos estão marcados e eles foram desprezados, mas sua colheita é abundante e seu título não é motivo de vergonha. Eles serão chamados filhos de Deus.

Por: Dirk Naves. © Ligonier Ministries. Website: ligonier.org. Traduzido com permissão. Fonte: Blessed Are the Peacemakers.

Original: Bem-aventurados os pacificadores. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br. Todos os direitos reservados. Tradução: Melanie de Bessa. Revisão: Cássio Bozzi.