O esplendor do Rei

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6).

Isaías é conhecido como “o profeta evangélico”. Ninguém descreveu como ele, com cores tão vivas e de forma tão eloquente, o Messias que haveria de vir, bem como as glórias de seu reino. Falou com diáfana clareza sobre seu nascimento, vida, morte e ressurreição. No texto em tela, Isaías fala sobre o esplendor do Rei que haveria de vir, o Messias, o nosso glorioso Redentor. Vejamos:

Em primeiro lugar, Ele tem o poder de governar. O menino que nasceu de uma virgem, foi enfaixado em panos e deitado numa manjedoura é o Rei dos reis, aquele a quem foi confiado o reino eterno, que jamais passará. Ele governa o universo, dirige as nações e tem as rédeas da história em suas mãos. Ele é o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus selos. Ele desceu da glória às profundezas da humilhação e foi exaltado pelo Pai às alturas excelsas da glorificação. Diante dele todo joelho precisa se dobrar e toda língua precisa confessar que Ele é o Senhor, para a glória de Deus Pai. Ele reina soberanamente e colocará todos os seus inimigos debaixo dos pés, pois o governo foi colocado sobre seus ombros.

Em segundo lugar, Ele é o Maravilhoso Conselheiro. Muitos príncipes subiram ao trono e foram apeados do trono sem deixar de si saudades. Muitos usaram o poder para oprimir seus súditos. Porém, o Messias governa com justiça. Suas leis são justas. Suas palavras são verdadeiras. Seus atos são cheios de misericórdia. Toda a terra está cheia de sua bondade. Suas palavras são espírito e vida. Só ele, na verdade, tem palavras de vida eterna. Ele é o refúgio dos cansados, o abrigo dos desamparados, a cidade refúgio dos perseguidos. Sua graça é perdoadora, seu amor é restaurador, suas palavras são medicina para alma e tônico para o coração. Aqueles que ouvem sua voz são bem-aventurados. Aqueles que seguem seus conselhos são felizes. Aqueles que andam por seus caminhos são vitoriosos. Ele é a fonte de toda sabedoria. Nele está a vida, a própria vida eterna. Ele é o Maravilhoso Conselheiro.

Em terceiro lugar, Ele é o Deus Forte. Há muitos deuses no mundo, mas um só vivo e verdadeiro. Há muitos que são chamados de deuses, mas são desprovidos de poder. O nosso glorioso Redentor, porém, é Deus autoexistente, infinito, imenso, eterno, imutável, onisciente, onipresente, onipotente, transcendente, soberano. Ele conhece tudo e a todos sonda. Ele está em toda a parte, e ninguém pode escapar de suas mãos. Ele tudo pode e nada lhe é impossível. Agindo ele, ninguém pode impedir a sua mão. Do nada, ele tudo criou. Ele sustenta o universo e preserva a vida de todos. Para ele não há causa perdida, não há vida irrecuperável nem problema sem solução. Ele faz todas as coisas conforme o conselho de sua vontade.

Em quarto lugar, Ele é o Pai da Eternidade. Ele é antes de todas as coisas. Ele existe antes do princípio, antes do tempo e antes da história. Só ele é eterno. O universo só existia em sua mente, quando ele existia desde a eternidade. O sol ainda não brilhava nem as estrelas ainda estavam salpicadas nos vastos mundos estelares, mas ele já existia. Os anjos ainda não ruflavam suas asas para atender às suas ordens, mas ele já existia em perfeita comunhão com o Pai, antes dos tempos eternos. Ele vive antes do tempo. Ele é o Senhor do tempo. Ele continuará sendo Deus Eterno mesmo depois que as lâmpadas do tempo se apagarem. Quando a eternidade vastíssima e insondável abrir suas cortinas para a bem-aventurança eterna, ele mesmo será a lâmpada do céu, a alegria dos homens, o centro de todas as coisas, o Pai da Eternidade.

Em quinto lugar, Ele é o Príncipe da Paz. Muitos príncipes subiram ao trono e promoveram guerras sangrentas e injustas, mas o Messias é o Príncipe da Paz. Ele é a nossa própria paz. Por meio dele temos paz com Deus e a paz de Deus. Aqueles que vivem debaixo do seu governo recebem a paz perene que o mundo não pode dar. Onde ele reina prevalece a paz com Deus, com os homens e com nós mesmos. Neste mundo ferido pela guerra e atordoado pelas injustiças, é mister submetermo-nos ao Príncipe da Paz. Ele é a resposta para este mundo aflito. Só quando nos submetermos ao governo que está sobre seus ombros seremos verdadeiramente felizes e desfrutaremos da verdadeira paz.

Publicado originalmente em hernandesdiaslopes.com.br. Cedido gentilmente pelo autor.