O padrão de comunicação de Jesus

Quando você pensa em Jesus, qual imagem vem à sua mente?

O que sabemos é que “ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação” (Cl 1.15)

Você consegue imaginar como era a comunicação de Jesus? Não temos registros de áudios dele, mas a Bíblia é completa, e pela instrumentalidade do Espírito Santo, hoje temos acesso à leitura de alguns acontecimentos marcantes, nos quais podemos observar como ele se comunicava com as pessoas.

Nos Evangelhos, nas descrições das ocasiões em que Jesus estava caminhando, seu ato de compaixão era precedido pelo seu olhar. Ele parava, olhava e ouvia. O olhar é uma forma de comunicação não verbal, extremamente efetiva! É possível comunicarmos muitas coisas, mesmo sem palavras: uma repreensão, desprezo, alegria, aprovação; atualmente, temos experimentado isso com o uso das máscaras: os olhos precisam “falar”, comunicando, enfatizando nossas palavras. Vamos caminhar por alguns textos (e sugiro que você leia todas as referências, na íntegra) para observar esse aspecto: como Jesus se comunicava.

A palavra de Jesus comunica autoridade

A ressurreição do filho da viúva de Naim (Lucas 7.11-17) – “Vendo-a, o Senhor se compadeceu dela e lhe disse: Não chores!”. Jesus não viu a multidão ou o filho que já estava morto; ele viu a mãe. Ele sabia a tristeza daquela mulher e o significado cultural da perda de um filho único, sendo ela viúva – na época, perdia também a sua fonte de renda; possivelmente ela estava sendo julgada pelo povo por estar merecendo esse castigo por algum pecado cometido; entretanto, Ele a viu e disse para não chorar. Além de falar com ela, Jesus também falou ao jovem morto, ordenando: “Levanta-te!”.

Jesus acalma uma tempestade (Marcos 4.35-41) – Imagine o barulho das vozes desesperadas e amedrontadas que estavam naquele barco; as pessoas caindo de um lado pro outro com a água do mar entrando, subindo e cobrindo seus pés, “e ele despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança.” (v.39) Que poder!!!!

A cura do servo de um centurião (Lucas 7.1-10). O centurião disse a Jesus: “Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém, manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado” (v.7). A narrativa segue afirmando que Jesus voltou-se para o povo que o acompanhava e disse “Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta. E, voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o servo” (vv. 9, 10).

A cura de uma mulher enferma (Marcos 5.25-34) – Pense numa multidão caminhando, e O Mestre Jesus pergunta “Quem me tocou nas vestes?” (v.30). É óbvio que os discípulos devem ter pensado que ele não poderia estar falando sério. Mas “Ele, porém, olhava ao redor para ver quem fizera isto” (v.32) e assim que a mulher se prostrou diante dele e declarou-lhe toda a verdade, “ele lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre do teu mal” (v.34). Você ouviu a voz dele te chamando de filha? É assim que ele faz; e mais, nos dá a paz.

A ressurreição da filha de Jairo (Lucas 8.49-56) – Para um pai – Jairo -, cuja filha já estava morta, disse:“Não temas, crê somente, e ela será salva” (v.50). E quando Jesus entrou na casa “[…]tomando-a pela mão, disse-lhe em voz alta: Menina, levanta-te! Voltou-lhe o espírito, ela imediatamente se levantou, e ele mandou que lhe dessem de comer.” (v.54,55). Como não ficar maravilhada diante dessas palavras e das implicações que elas tem. São palavras de vida e vida eterna!

Ouvir é parte da comunicação

Marta e Maria (Lucas 10.38-42) – Precisamos ouvir essas palavras diariamente, em meio à agitação do nosso dia a dia. O próprio Senhor disse: “Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada” (v.41,42). Você tem escolhido a boa parte em seu dia? Entregando suas preocupações aos pés do Senhor e escolhendo se derramar aos pés do Mestre? Ouça a Sua voz.

Jesus comunica sua dependência do Pai

A multiplicação de pães e peixes (João 6.1-15) – Depois de fazer milagres, em meio à multidão e seus discípulos “Então, Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os entre eles; e também igualmente os peixes, quantos queriam” (v.11). Que exemplo a ser seguido: agradecer, em reconhecimento a quem providencia todas as coisas e supre cada uma das nossas necessidades.

Jesus comunica o amor ao próximo

A cura de um cego de nascença (Jo 9) – Naquele século, as pessoas portadoras de deficiências se sustentavam pedindo esmolas ao longo das estradas ou junto aos portões da cidade; poucas pessoas cuidavam deles. Mas Jesus era diferente: ele olhou para o cego, deu atenção a ele, o suficiente para que os discípulos começassem um debate sobre aquela situação, perguntando “quem tinha pecado”, pois tinham a concepção sociocultural que a cegueira era resultado de um pecado do homem ou de seus pais. Os discípulos conversam sobre o cego, enquanto Jesus enxergou a necessidade daquele homem. Depois que ele o cura, Jesus revela-se ao cego (Jo 9.35-41). Era óbvio que ele sabia as respostas, mas fez perguntas a ele, ouviu o que ele tinha a dizer. Chamou-o de Senhor, reconhecendo sua majestade e o adorou (v.38)

Jesus comunica o seu caráter pelos seus atos

Poderíamos listar tantos outros registros, aqui e todos eles têm o mesmo propósito: “Na verdade, fez Jesus diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (João 20.30-33)

Além desses registros, Jesus se apresenta, afirmando quem ele é e o que ele faz. O que ele declara, ele pratica. É o seu coração em ação.

“Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim, de modo nenhum o lançarei fora” Jo 6.36;  cf 7.48

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.” Jo 8.12

“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.” Jo 10.9

“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” Jo 10.11

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” Jo 14.6

Ele é o “Verbo, que se fez carne e habitou entre nós cheio de graça e de verdade e vimos sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.14).

Podemos observar que Jesus usou sua comunicação dizendo ordens, imperativos, com autoridade; ele também disse para não chorar – imagine como deveria ser o tom de voz nessa frase -. E ele deixou promessas:

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14.27 São palavras ditas pelo próprio Jesus. Você tem ouvido a sua voz, por meio de palavras de vida que estão à sua disposição? É simples! Leia a Bíblia e ouça o que ele disse. Somente nele temos as palavras da vida eterna; é o único para quem devemos ir (Jo 6.68)

Todas as palavras que ele falou, os milagres que ele fez só poderiam ser de alguém que possui um coração manso e humilde. E é assim que ele se autodescreve: “[…]porque sou manso e humilde de coração” Mt 28.11

E hoje, comigo e com você? Como ele se comunica? Com mansidão e humildade.

Qual o convite que ele nos faz? “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28) Ele convida e afirma que dará alívio, justamente porque ele faz, ele age de acordo com o seu caráter: quem ele é.

Quanto mais nós conhecemos a Jesus, quem ele é, mais confiamos nele e mais o amamos.

Na certeza de que podemos imitar o padrão de comunicação de Jesus, vamos ouvir as palavras que ele nos disse, todo dia, o dia todo: “[…]E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século.” (Mt 28.20b)